tag:blogger.com,1999:blog-42671487468608759862024-02-19T05:36:40.365-03:00Confraria dos Poetas de JaguarãoUm encontro entre Pedro Malasartes
e Boca do Inferno
numa vereda qualquer
deste grande mundão!J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.comBlogger1500125tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-56293461188659898302023-08-31T15:08:00.002-03:002023-08-31T15:08:18.735-03:00Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja<blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: left;"> </p></blockquote><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/4bgpDkcecjw?si=oyakhLj346tFo8-9" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Assim como o Said, milhares de palestinos tiveram de deixar seu país buscando refúgio em outros lugares do mundo.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">
Radicado nesta fronteira, Jaguarão e Rio Branco, a Casa Azpiroz o acolheu numa entrevista para contar a sua história, onde entre outras coisas, conta como se tornou o cozinheiro do Belchior. Entrevista que proximamente estaremos divulgando no nosso Canal.
</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Clandestino
Composição de Gilberto Isquierdo e Said Baja</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">
</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Interpretação: Gilberto Isquierdo
</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Imagens e Cenografia : Casa Azpiroz</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">
</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Direção, roteiro e edição : Jorge Passos</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">
</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Direção de Arte: Ana Júlia Freitas
Locação: Universo Casa Azpiroz - Rio Branco - UY
Participação especial:
Fabián "Chuki" Nuñes
Carlos Rivero</span><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">
Imagens meninos refugiados e Muro Israel - BBC, ONU, Euronews - You Tube
Conflito israelo-palestiniano: O muro da separação: Euronews
https://youtu.be/3KTYxetpgMA?si=nknbEAc09Yloo_R2
Muro de Israel na Palestina: 10 anos de ilegalidade - ONU
https://youtu.be/6MvQsHeattY?si=x_ofHHZtHYpvMe4T
Como começou o conflito entre israelenses e palestinos - BBC
https://youtu.be/t7LVfD8Rd5g?si=TJridC2Un32Nb0qX</span></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-16693454443999069052023-05-02T10:32:00.005-03:002023-05-02T10:32:53.210-03:00Gravidez e Primeira Infância - A importância do Relacionamento Mãe - Filho - Luciara Nobre Queijo<p> </p><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/779HVzi1GhI" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Assista a live de Luciara Nobre Queijo, psicóloga, sobre as experiências pessoais da gestação, parto, cuidados com o bebê, amamentação, importância do relacionamento mãe filho para o desenvolvimento da Criança e do adulto que será.
Luciara Nobre Queijo - Psicóloga - - CRP 07/07491
Especialista em Psicologia Clínica, Especialista em Psicologia Educacional e Licenciada em Psicologia.
Atendimento Online: Whats (53) 99165-4692
</span></div><div><span style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-family: Roboto, Noto, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-69642317382628832952023-02-24T11:20:00.003-03:002023-02-24T11:28:41.203-03:00El Chofer del Diablo - O homem que passava o Brizola na fronteira de Jaguarão - Rio Branco<p> </p><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/XfddXoWdPsI" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta entrevista foi algo totalmente inusitado e sem planejamento nenhum. Como se diz, obra da fortuna. Estou sozinho no canteiro da rua, defronte ao comitê central do Partido dos Trabalhadores em Jaguarão, durante o pleito municipal de 2020. O pessoal todo lá dentro está organizando a caminhada. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O seu José Francisco gomes Mendes (vim a saber seu nome em meio à conversa) detém o carro e me pergunta: Este é o partido do Brizola? E aí eu respondo que não, mas que o PDT faz parte da aliança que concorre na eleição. Então, como uma espécie de reclamação há muito guardada, me diz que nunca deram importância para ele. Logo comecei a filmar porque pressenti que o relato poderia tornar-se algo muito interessante e, quem sabe, um registro histórico. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além do governador Brizola o seu José nos conta outro fato muito interessante. Ele também foi encarregado de passar pela Ponte a esposa do Presidente João Goulart, então exilado na Argentina. Dona Maria Theresa hospedou-se no Gran hotel Italiano em Rio Branco e, disfarçada de "mulher da vida", recostada sobre o ombro do Chofer do Consul, efetuou exitosamente a travessia para o Brasil pela Mauá. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sobre a narrativa do seu José, faço apenas um reparo: A medalha que ganhou refere-se à inauguração da Ponte Internacional entre Quaraí no Brasil e Artigas no Uruguay, em 22 de maio de 1947, no encontro entre os presidentes Eurico Gaspar Dutra e Tomás Berreta. Provavelmente o então eleito deputado estadual naquele ano, Leonel Brizola, esteve presente no evento e obteve o medalhão que depois presentearia ao cônsul do Uruguay em Jaguarão, seu amigo, Senhor Jorge Bitar. O diplomata, por sua vez, regalou-a ao seu motorista, o seu José. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em depoimentos nas redes sociais após a publicação deste vídeo, a sobrinha do cônsul, senhora Cristina Bitar Arismendi, relata que o Seu José era conhecido como "El chofer del Diablo". Segundo ela, Bitar tinha um cunhado em Pelotas, Sr. Jorge Real, o qual era mão direita de Brizola. Através desse parentesco, e por ser o senhor Bitar cônsul e dispor de imunidade diplomática, foi que se arranjou a passada do governador Brizola no porta malas do auto dirigido pelo seu José, com chapa consular para a cidade de Rio Branco, pela Ponte Mauá. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cristina remata concluindo que este é um pouco da história sobre a audaz aventura e travessia orquestrada por seus tios pela Ponte Mauá do "Chofer del Diablo" e de Leonel de Moura Brizola. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em outro depoimento, o senhor Walter Larrosa Garcia, testemunha que na época foi colega de trabalho do José no Gran Hotel Italiano, em Rio Branco, hotel de propriedade de Jorge Bitar Abdala, onde esteve alojado um dos secretários de Brizola durante um bom tempo. Talvez estivesse ali planejando a passada do eminente governador.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;">Jorge Passos</div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-77300190817187829932022-12-14T14:54:00.003-03:002022-12-14T14:54:25.612-03:00Fábio Amaro - Babel - Poesia<p style="text-align: left;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVcr2l0l3BvorJ2YAg0bAcSpsSbWLYZFefSn3Ujh4HpIM2BfJ9oA67FF3gkvbT6K__OD92VjxKVaB0TVWY1XflksdVf9K2oHWXKqAkRoHEKnjbV2Z5UWmPTt6cV_w8QWMcVaWVk79qgTKG3QvuYKn7vaGPkHYgH6Fcch4hpr0-Z3yNoqi3YQTHmtLp/s1600/WhatsApp%20Image%202022-12-14%20at%2014.34.29.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1051" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVcr2l0l3BvorJ2YAg0bAcSpsSbWLYZFefSn3Ujh4HpIM2BfJ9oA67FF3gkvbT6K__OD92VjxKVaB0TVWY1XflksdVf9K2oHWXKqAkRoHEKnjbV2Z5UWmPTt6cV_w8QWMcVaWVk79qgTKG3QvuYKn7vaGPkHYgH6Fcch4hpr0-Z3yNoqi3YQTHmtLp/w264-h400/WhatsApp%20Image%202022-12-14%20at%2014.34.29.jpeg" width="264" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: left;"><b><span style="font-family: arial;">A LOUCA</span></b></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><b><br /></b>Uma louca dançava<br />arrastando o vestido na chuva.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br />Não tinha paciência<br />para absurdos.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br />Quando a gente lhe dizia<br />sobre abrigar-se<br />das águas<br />ela respondia:</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br />- Conjugo o que vem do céu<br />com as inexatidões do meu coração<br />e assim é que desabrocho meus jasmins.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br />Ninguém entendeu,<br />mas todos calaram a boca.</span></div><div style="text-align: left;"><b><br /></b></div><div style="text-align: left;"><b><br /></b></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh35ar9yYxLS6q0TccXcHqliIFTWhEFnJf75cpfSs0K8MpfKBSLFhoj00pCoMcva5WYXF6dokMhxqNTC5gCpm7KaQ05leidCWee2yHor1VS80dqjOSKNuqJui6aKyQjGZjIAnnJGT3SsUP30e40D3gHp6u_ctl1fYVNGGcpsXKtWzx377cbCxqXJXCN/s1600/WhatsApp%20Image%202022-12-14%20at%2014.42.41.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="915" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh35ar9yYxLS6q0TccXcHqliIFTWhEFnJf75cpfSs0K8MpfKBSLFhoj00pCoMcva5WYXF6dokMhxqNTC5gCpm7KaQ05leidCWee2yHor1VS80dqjOSKNuqJui6aKyQjGZjIAnnJGT3SsUP30e40D3gHp6u_ctl1fYVNGGcpsXKtWzx377cbCxqXJXCN/s320/WhatsApp%20Image%202022-12-14%20at%2014.42.41.jpeg" width="183" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><b>Fábio Amaro </b>nasceu na fria noite de 28 de agosto de 1977, na cidade de Pelotas. É poeta, PhD em Relações Internacionais e Professor na Universidade Federal de Pelotas. Publicou dois volumes de poesia<b>, <i>O Carrossel dos Desvarios Voláteis</i>, </b>em 1999 e<b>, <i>O Terceiro Lado da Moeda</i>, </b>em 2017.</span></div></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Propenso a desvarios, tem na poesia o reduto de seus despautérios e vislumbra nela o pilar de sua sanidade.<b> </b></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial;"><br /></span></b></div><div style="text-align: left;"><b><br /><br /></b></div><div style="text-align: left;"><b><br /></b></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-58255340981134103622022-08-12T16:31:00.007-03:002022-08-12T16:31:54.613-03:00PROGRAMAÇÃO DA IV SEMANA DO PATRIMÔNIO DE JAGUARÃO/2022 <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_VDjn5DEZLJX-GAncJ_Woq341Q6P3d8dd9NZMQYNJfIdqkG4g1AR8pbZW2UFcAZFRowf-0a-DxBKVLeCwUfjVDSpdppGLwGC_QsPF66E3BPsZ79zo7U7qr38WYm4iyDegEg3ufZj8N1IH3ltIxamyO9KgdH-xFbkWYIMwDYc7NXJ20UFcrhnpfEqN/s1280/WhatsApp%20Image%202022-08-10%20at%2021.48.54.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="904" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_VDjn5DEZLJX-GAncJ_Woq341Q6P3d8dd9NZMQYNJfIdqkG4g1AR8pbZW2UFcAZFRowf-0a-DxBKVLeCwUfjVDSpdppGLwGC_QsPF66E3BPsZ79zo7U7qr38WYm4iyDegEg3ufZj8N1IH3ltIxamyO9KgdH-xFbkWYIMwDYc7NXJ20UFcrhnpfEqN/w283-h400/WhatsApp%20Image%202022-08-10%20at%2021.48.54.jpeg" width="283" /></a></div><br /><p></p><p></p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>13 AGO 22
(Sábado) </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">LOCAL : Prédio
Tiaraju (Rua 15 de novembro, frente ao Museu Carlos Barbosa)
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">19:00 h : Cerimônia
de abertura comissão organizadora e autoridades
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">19:15 h : <b>Recepção
para a abertura da Exposição do Pompílio Neves de Freitas </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"> Mão Branca-Lucia
Passos. A exposição estará aberta a visitações do dia 13 de
agosto ao dia 21 de agosto, entrada franca
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>A exposição das
Rainhas Negras do Clube 24 de Agosto</b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">A exposição será
na UNIPAMPA, na Galeria Intercultural Magliani – GIM
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>15 AGO 22
(Segunda Feira) </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>15:00 h </b><span style="font-weight: normal;">Na
Rua Uma Terra Só</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Corredores
Iluminados (UNIPAMPA) </b><span style="font-weight: normal;">-Momento
de Solenidade colocação da placa de Qr-Code do projeto. </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>20:00 h </b><span style="font-weight: normal;">No
Auditório do IFSUL</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Olhares sobre o
Patrimônio Cultural Uruguaio: uma conversa fronteiriça</b><span style="font-weight: normal;">
- Live com os arquitetos-Alberto Leira Regueiro e Rafaela Nieto
Marques da Rocha, mediação com as arquitetas Adriana Pagliani Ança
e Cláudia Anahí Aguilera Larrosa. </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>16 AGO 22
(Terça-Feira) </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Exposição de
fotografias da família de Carlos Barbosa - </b><span style="font-weight: normal;">A
exposição será no Museu Dr. Carlos Barbosa, entrada franca e
iniciará no dia 16 de agosto ao dia 21 de agosto </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>09:30 h </b><b>as
12:00</b><b>–</b><b> 14:00 as 18:00</b><span style="font-weight: normal;">
na Igreja Matriz do Divino </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Visita Guiada</b><span style="font-weight: normal;">
- Padre Valdeir da Paixão Silva Marque sua visita: (53) 3261-1978 </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>18:30 h </b><span style="font-weight: normal;">Theatro
Esperança </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Abertura Oficial
da Exposição artesanal</b><span style="font-weight: normal;"> -
Registros de educação: Arte de rua, patrimônio e as paisagens da
fronteira </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>19:00 h </b><span style="font-weight: normal;">
Theatro Esperança </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Roda de Conversa:
O saber fazer da lida campeira na pampa </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-weight: normal;">Dr.
Daniel Vaz-UFPEL e mediação Ma. Miriel Bilhalva HerrmannUFPEL. </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>17 AGO 22
(Quarta-Feira) </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>08:30 h</b><span style="font-weight: normal;">
Biblioteca Pública </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>I Simpósio
Educação e Turismo nas Escolas </b><span style="font-weight: normal;">-
PETE SMED e Organização </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>14:00- 17:00h</b><span style="font-weight: normal;">
Fundação Carlos Barbosa </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Oficina Museal</b><span style="font-weight: normal;">
com o Dr. Diego Lemos Ribeiro- UFPEL *Vagas limitadas 16 pessoas </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>18 AGO 22
(Quinta-Feira): </b>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>09:00- 12:00 h</b><span style="font-weight: normal;">
Theatro Esperança </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Visitação a
exposição</b><span style="font-weight: normal;">- com a professora
Andréa Lima e seus alunos (a) </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>14:00 h</b><span style="font-weight: normal;">
Cemitério das Irmandades </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Visitação
guiada</b><span style="font-weight: normal;"> </span><span style="font-weight: normal;">-
</span><span style="font-weight: normal;">Rafael Schranck Chagas e
organização </span><span style="font-weight: normal;">-</span><span style="font-weight: normal;">
Marque sua visita: (53) 99155-7258 </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>19:00 h </b><span style="font-weight: normal;">Theatro
Esperança </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>ABERTURA DA FALA
2022</b> - Feira Alternativa de
Literatura e Arte da Fronteira. Mesa: Magnum Patron Sória
(Presidente da Sociedade Independente Cultural-SIC), Kênya Martins -
Coordenadora da FALA 2022 e Carlos José de Azevedo Machado - Prof.
IFRS/Bento, vice-presidente da SIC e membro do Fronteras Culturales.</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://youtu.be/xzwp9pvIQYQ" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="912" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3I86amANaL6nmRONLqVGOvrXxPRAoVGBnSlDobEZK3gwhTff6GhMw9-F3E-GtScJUopqrrwFfGj85aVUdLZgnrFWiu_hsC5yoEaenEjdKF9pSTvetYmp5adCTgc8GqILRU9Aor_WUp5o3f8EgqYbYWm1Gw5MDcMf9J5A_LQ1CTKt7NOkKyd6lEYr4/s320/WhatsApp%20Image%202022-08-12%20at%2016.25.19.jpeg" width="228" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><b>Apresentação do
curta-metragem “CASA DE RIO”</b>
(do filme Fronteriz@s, uma produção conjunta da SIC e Fronteras
Culturales). Bate papo com os seus produtores e organizadores:
Temática: Integração cultural fronteiriça - Ricardo Almeida
(Consultor em assuntos de fronteiras) da Coordenação do Fronteras
Culturales e Produtor Geral do filme, Luiz Alberto Cassol (Diretor do
Curta “Casa de Rio”), Maria Fernanda Passos (jornalista e
roteirista do Curta), Jorge Passos, Mireya Brochado e outros
protagonistas do Curta Casa de Rio.<p></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>19 AGO 22
(Sexta-Feira)</b></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>09:30 - 12:00 h
</b>UNIPAMPA</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Talk show
Experiências culturais</b> -
Unipampa Campus Jaguarão. Coord. Ângela Ribeiro, Kênya Martins
/Curso tecnologia gestão Turismo Unipampa - Grupo de pesquisa
turismo Fronteira e Desenvolvimento e Prof. Carlos José
Machado-IFRS. Público-alvo: 3º ano do Ensino Médio e público
geral.</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Exposição
Itinerante Rainhas Negras do Clube 24 de Agosto</b>
- NEABI Mocinha - Unipampa Campus Jaguarão.</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>09:30 – 12:00
</b><b>14:00</b> –<b>
18:00</b><b> h</b> Igreja Matriz</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Visitação
guiada </b>(Padre Valdeir da Paixão
Silva) 1 – Marque sua visita: (53) 3261-1978</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>19:00 h</b>
Theatro Esperança</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Roda de Conversa</b>
- Patrimônio Material e Imaterial com a Dra. Maria de Fátima Bento
Ribeiro e Dra. Naiara de Souza</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>20 AGO 22
(Sábado)</b></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>15:00 h</b><span style="font-weight: normal;">
Rua João da Costa Chaves e Ilê Axé Mãe Nice D' Xangô </span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Visitações -
Caminhos histórico cultural pelos patrimônios negros de Jaguarão</b>
Rua João da Costa Chaves - Profa. Dra. Giane Vargas e Ilê Axé Mãe
Nice D' Xangô (Leandro Tavares)</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Ativismo e
protagonismo negro em Jaguarão/RS, fronteira Brasil-Uruguai </b>-
Liziana Farias Neves e familiares de João da Costa Chaves; e roda de
Conversa Espaço Ilê Axê - Yalorixa Mãe Nice D' Xangô.</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>21 AGO 22
(Domingo)</b></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>14:00- 17:00 h </b>
Mercado Público</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><b>Exposição de
automóveis antigos e clássicos </b>-
Jaguar Car Antigos e Museo de Medios de Transportes de Rio Branco -
Organizador: Eduardo Monção Zart</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p><br /><p></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-39647389127325290212022-08-07T11:42:00.000-03:002022-08-07T11:42:10.695-03:00UM DIA EN RIO BRANCO -URUGUAY ( Século XX)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23bqaJRTlaIPw-9TFny1OEe_6i6_f3ZUCHperm7XgW1oITJRIo2JHyO61ywPAe1i1o153FJWc8pqt3Y6u4Pf3Y3lWGD3-MRxxkVwNygSjJeRkrzR8v8UJGTmTpALwDCG_kb4_eRE4tPidHFVld0v7KbuSFQSHeiz3cMpbqV9k15BSFOrARdUxO5HL/s1440/cronica%20rio%20branco.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23bqaJRTlaIPw-9TFny1OEe_6i6_f3ZUCHperm7XgW1oITJRIo2JHyO61ywPAe1i1o153FJWc8pqt3Y6u4Pf3Y3lWGD3-MRxxkVwNygSjJeRkrzR8v8UJGTmTpALwDCG_kb4_eRE4tPidHFVld0v7KbuSFQSHeiz3cMpbqV9k15BSFOrARdUxO5HL/s400/cronica%20rio%20branco.jpg" width="400" /></a><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;"></p><div style="text-align: justify;"><span style="color: #050505; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Amanheceu.
Da quinta vem o ruído da enxada limpando o pasto na volta dos
morangos. São poucos, mas bem cuidados. O terreiro das galinhas já
foi varrido e os ovos das poedeiras colhido. Ouço o trotezito do
carro de la panaderia Los Claveles entregando o pão recém saído do
forno. Rio Branco vai acordando. Tomo café para ir ao colégio das
Freiras e o pai me avisa que a Rural não pegou. "Sobe lá na
aduana e vê se não tem algum marinero, o Medina ou o Borges pra me
ajudar a dar uma empurrada. "</span></div>
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Subo
pelas escadinhas da ponte onde já se ve a correria com o carromotor
chegando. Passou pela estação Presidente Getulio Vargas, Poblao de
Vargas como se dice por acá. Vem apinhado.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">No
meio da ponte já está se aninhando na calçada o nego Véio
vendedor de bananas. Ele larga as bananas ali no chão e os
passantes, com suas maletas de garupa sobre os braços que vão
comprar açúcar, yerba, rapadura y otras cositas más no Armazém
Oscar Amaro em Jaguarão, ja vão adquirindo una penca que vai ser
derrubada de uma sentada ali na sombra dos arcos da ponte.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Do
outro lado, também de um trem, este, um Maria Fumaça que veio de
Rio Grande e passou pela estação Basílio, vai descendo o pessoal
cruzando a Mauá destino à Casa Azpiroz, Tienda Machado, Casa de las
Lanas, Casa Simon, Casa Martinez, el almacen del basco don Amado e
outros comercios chicos que vendem de tudo que é bom do Uruguay,
lanas, cobertores, telas balmoral, casacos de burma, quesos, dulce de
leche, aceite y galletas Maestro Cubano, aquelas que vem nuns latões
grandes que depois é bom de guardar os mantimentos em casa. Algum
desses viajantes até pensa em passar uns dias na fronteira hospedado
ali no hotel italiano, comer una buena parrilla no Oásis acompanhado
por una Norteña e quem sabe dar un paseo de bolanta por la cuchilla,
visitar os parentes que aqui ficaram e curtir la sesion de sabado nel
cine Rio Branco que en la cartelera anuncia la pelicula de guerra
"Los Cañones de Navarone". Imperdible.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">O
velho, depois de me dar uma carona na rural até o colégio, já está
na loja. As vezes, quando tem muito movimento, como parece ser hoje,
até almoça por lá. De tarde, depois dos temas feitos, também vou
pra loja, ajudo com algum pacote, cevo o mate, mesmo pra algum
cliente que puxa conversa, e me entretenho, por entre o burburinho
das mulheres , que essas são mais falantes, experimentando roupas, o
recrecrec das tesouras cortando telas, as negaceadas murmuradas da
balconista Muñeca dizendo pra minha mãe: "esa, baja todo y no
compra nada."</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Volta
e meia, uma vez por mês, no começo da temporada, aparece algum
viajante de Montevideo com sua mala cheia de novidades que vai
abrindo e mostrando pro Velho. "Ney, eso se va a vender mucho
este año" dizia o vendedor, enquanto eu e minha irmã menor
ficávamos encantados ali na volta, só mirando porque não se podia
falar, admirando aquele mascate fumando cachimbo com relogio de
corrente de ouro e mostrando as mais lindas mercadorias da capital
del país y que a los brasileños les iba a gustar mucho.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #050505;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #050505;"><span style="font-size: 11pt;">Depois,
já à tardinha, sentado num dos degraus da loja, ficava só
observando tranquilo aquele mundo de gente percorrendo a rua central
do Rio Branco, num ir e vir, no fervor de consumo, a esperar a
passagem das gurias que saem do liceo.</span></span><span style="color: #050505;"> </span></div></span></span><p></p>
<p class="western" style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm; text-align: left;">
<i><b>Jorge Passos</b></i></p><p class="western" style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm; text-align: left;"><i><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj53siEcXFcSem9ZoLvGVEmacxk7aZ6BDy9mEMcN6D_yAxDO0wQlN3ML8k4TAKLxe20JkQoZjpH331iUIxMAyqxIsiJOoXiQN_ZZhnaswUSLadneWmKpiRxMtKcvdKxQ2M6EYqgM0Kf6n5qz9NZv6wEn8VG3D3EHDI0HMfWbO9GGVtFmax_-4hnOd2d/s720/Liceo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="720" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj53siEcXFcSem9ZoLvGVEmacxk7aZ6BDy9mEMcN6D_yAxDO0wQlN3ML8k4TAKLxe20JkQoZjpH331iUIxMAyqxIsiJOoXiQN_ZZhnaswUSLadneWmKpiRxMtKcvdKxQ2M6EYqgM0Kf6n5qz9NZv6wEn8VG3D3EHDI0HMfWbO9GGVtFmax_-4hnOd2d/w400-h244/Liceo.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antigo Liceo- hoje Restaurante Batuva</td></tr></tbody></table><br /><b><br /></b></i></p>
<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</p><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-56447895678827800862022-08-06T19:05:00.009-03:002022-08-06T19:05:59.514-03:00Memória das Ondas - III Onda por Thadeu Gomes<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-3QZEDr4s_rI4YLBCFoKC2f7jzGJZkEkH8K8U_qxXly2GMvXcIfVFlAen_MP5t8YT6eZ5vGLJScvPjePrEituIskNpf0N3ZT3sPtbDKIwW8bR-6G_5wU9-eS98sjURKZnK1nVO6wMCgD8W7NA_j0OaKi8fEs1kfpycFO5jN41jOHKjQrTnzinPODZ/s1136/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.57.22.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1136" data-original-width="856" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-3QZEDr4s_rI4YLBCFoKC2f7jzGJZkEkH8K8U_qxXly2GMvXcIfVFlAen_MP5t8YT6eZ5vGLJScvPjePrEituIskNpf0N3ZT3sPtbDKIwW8bR-6G_5wU9-eS98sjURKZnK1nVO6wMCgD8W7NA_j0OaKi8fEs1kfpycFO5jN41jOHKjQrTnzinPODZ/w301-h400/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.57.22.jpeg" width="301" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mestre Vado e Leitão</td></tr></tbody></table><br /><br /></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Vou resumir: o Tio Leitão, foi centroavante do Jaguarão; professor Pino,
Eduardo Gatinha, o influencer dos anos 60, Sputinik, Cavalo Velho, Chico
Canha, Ademir, Peninha e Monteiro. Tá bom para vocês? </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não?! Hélio, Martin,
Carlão, Jorge, Paulo, Fernanda, Pardal, Javali e Aldyr. Isso diz algo? Então,
estou feliz. Ainda respiro Jaguarão.
Sou guri, ali, abaixo dos trilhos, Rua do Cordão, mas no meu coração não há
uma Jaguarão com divisórias, porteiras e aramados. Eu a respiro toda! Essa é
a onda!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjorUNM8wrF7NOsoP-3I4_nkbXUt7pcZSPjz8CrAK4OaNMEEM0p2IG8HtZhHFPow-zfvlrq_RiGEdnOjTg6mOzNjoyoi4V9TgEQtDfpW7ouQJUfqmKYb1oLtywtIQH7DLw6oiL4eoKo3jfuSHd8sudck7739-9ULxDM44uGPpM4YNlwSr7-sHwuh2fU/s1278/WhatsApp%20Image%202022-07-13%20at%2019.27.13.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1278" data-original-width="948" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjorUNM8wrF7NOsoP-3I4_nkbXUt7pcZSPjz8CrAK4OaNMEEM0p2IG8HtZhHFPow-zfvlrq_RiGEdnOjTg6mOzNjoyoi4V9TgEQtDfpW7ouQJUfqmKYb1oLtywtIQH7DLw6oiL4eoKo3jfuSHd8sudck7739-9ULxDM44uGPpM4YNlwSr7-sHwuh2fU/w296-h400/WhatsApp%20Image%202022-07-13%20at%2019.27.13.jpeg" width="296" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mestre Vado, Monteiro e Gocha.</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><p></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-29858082688170741582022-07-26T21:19:00.002-03:002022-07-26T21:19:56.139-03:00O Encontro de Aldyr Schlee com Enrique Amorin y Jorge Luís Borges no Hotel Italiano<p> </p><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/pU3i_cUIBGg" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; text-align: start; white-space: pre-wrap;">No vídeo acima, registrado na II Feira Binacional do Livro de Jaguarão, em dezembro de 2011, Aldyr Garcia Schlee nos fala sobre seu projeto de escrever o livro "Contos com Espelhos" onde seus contos dialogam com os contos Borgianos. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; text-align: start; white-space: pre-wrap;">Narra seu encontro, ainda menino, un "niño guapo", como lhe diria o escritor e poeta uruguaio Enrique Amorin, com Jorge Luis Borges no Hotel Italiano em Rio Branco. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; text-align: start; white-space: pre-wrap;">Imagens de Borges : <a href="https://youtu.be/kM1Gnx9Lhv4">Galería de escritores y artistas de 1928 a 1959</a> por Enrique Amorim</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVz3hyWXl9XncjEoPm0DCUmbvIunkjbCdhBtyJbqOjG0wwrgvAj6EMqBe9O87iJcM0VdwfGDUI8F3m0wGtISfOd-BqOCpZ1QoEUiQY-mi4E7DBV4jjXEXKv2mB2znzM_BucQI6M_hNA5aq61MjrgusOi8xX2xL-y_NAvCpTHdj3Tmgw9Gafdw6OLeG/s720/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2015.27.36.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="720" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVz3hyWXl9XncjEoPm0DCUmbvIunkjbCdhBtyJbqOjG0wwrgvAj6EMqBe9O87iJcM0VdwfGDUI8F3m0wGtISfOd-BqOCpZ1QoEUiQY-mi4E7DBV4jjXEXKv2mB2znzM_BucQI6M_hNA5aq61MjrgusOi8xX2xL-y_NAvCpTHdj3Tmgw9Gafdw6OLeG/w424-h265/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2015.27.36.jpeg" width="424" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; text-align: start; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">Hotel Italiano em Rio Branco, anos 40, cenário do encontro
entre Schlee, Enrique Amorin y Jorge Luis Borges. </span></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><b><span style="font-family: arial;">Meu encontro com Amorim (e Borges) </span></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><i>Aldyr Garcia Schlee</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">SEMPRE tive de Enrique Amorim uma impressão que não é a de quem o conheceu realmente; e jamais será a verdadeira, pois na única vez em que nos encontramos, não recordo que cheguei a vê-lo e não me lembro se me animei a falar-lhe, embora ele houvesse me visto e me tivesse dito ola, qué niño guapo, quando eu tinha seis ou sete anos e me levaram pela mão a Río Branco e me puseram diante dele e disseram depois que ele estava lá sim, bem sentado numa poltrona de vime no restaurant do hotel do Boroni, e tomava três dedos de fernet blanca num copo com água de sifón, ao lado de um enigmático amigo argentino que o vinha acompanhando sem pressa numa comprida viagem de automóvel ao longo da fronteira brasileira, parece que desde Salto a Artigas, depois a Santana do Livramento, por Tacuarembó, e de lá – quem sabe – a Bagé ou Aceguá, até Melo para, finalmente, chegar aqui, do outro lado do rio Jaguarão, hospedando-se ali mesmo, em Río Branco.</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">Se Enrique Amorim dispôs-se a atravessar a Ponte, vindo a Jaguarão, não sei; não soube nunca e não perguntei a ninguém. Desde então, muito tempo passou, apagando definitivamente de minha memória as improváveis lembranças que eu teria do autor uruguaio; e só outro dia fiquei sabendo que quem o acompanhava na viagem, como a própria razão de ser daquele longo périplo mítico sobre os coincidentes limites extremos do Norte uruguaio e do Sul brasileiro, num “país indocumentado”, era Jorge Luis Borges.</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">Hoje, passados de sessenta e sete a sessenta e oito anos, o anoso prédio do Hotel está transfigurado numa asséptica e arcondicionada duty free de artigos importados, onde já não sobram mais do que a bela fachada, na calle General Artigas e, pela calle General Rivera, diante do Banco de la República, a grossa parede lateral de dois pisos (nesta, não terá havido reboco nem pintura suficientes para apagar uma clara cicatriz em forma de porta, que perdura até hoje*, entre as vitrinas de baixo e sob as janelas de cima, denunciando que ali existira uma saída para a rua). </span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtWQ3AeTY49dk395BgY8OnyYCR9-lEONO2PL_N8aBtR5_rVFID__rT1wAbt4zEHGXRM6ChABdfi0Ly13BXH2JKk-vrmsskheT9xM60plGO7GfUxm_lcQLTiXabwzlrjhCMBV9q3dSGGIOjV6gLJURNd-PYC7L10qHJSDkwRxVuRmS62yrLC3pIIP2L/s1280/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2010.48.18.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtWQ3AeTY49dk395BgY8OnyYCR9-lEONO2PL_N8aBtR5_rVFID__rT1wAbt4zEHGXRM6ChABdfi0Ly13BXH2JKk-vrmsskheT9xM60plGO7GfUxm_lcQLTiXabwzlrjhCMBV9q3dSGGIOjV6gLJURNd-PYC7L10qHJSDkwRxVuRmS62yrLC3pIIP2L/w191-h255/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2010.48.18.jpeg" width="191" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Foto: Luis Carlos Vaz</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">Hoje, de Enrique Amorim já li quase todos os livros, já traduzi muitos de seus contos, já repassei grande parte de sua correspondência, já tive acesso a muitas de suas imagens fotográficas; mas, mesmo assim, não consigo imaginá-lo como ele terá sido na poltrona de vime do restaurant do hotel do Boroni, bebendo fernet-blanca. Não chego a reconhecer nas fotografias o homem sério de rosto comprido e magro, de testa alta e olhos distantes; não consigo ouvi-lo repetir qué niño guapo com a sua mesma voz que está gravada em disco e preservada pela História. </span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">O Henrique Amorim que me terá conhecido, eu o imaginei outro: gordo e de terno branco – como meu tio Carlos; talvez de óculos como Zé Lins; ou capaz de grandes gargalhadas por nada, como o Amorim marido de uma tia de minha futura mulher. Aquele, o que a mim me terá dito ola, aquele era outro – que não reconheço; que não era gordo nem usava óculos nem dava grandes gargalhadas; mas era muito rico, ilustrado e viajado, exatamente como o padrinho de minha irmã (o padrinho de minha irmã, esse tinha uma grande biblioteca, uma tentadora amante francesa, e passava todos os invernos no Rio de Janeiro, onde mantinha auto com chauffeur, dispondo permanentemente de apartamento no Hotel Avenida).</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">De Amorim, desafiam-me retratos sobre a mesa. Como reencontrá-lo e reconhecê-lo agora, nessas fotografias antigas, se nunca o encontrei de verdade ou o conheci de mentira em minhas lembranças, apesar de sempre ter guardado e resguardado em meus olvidos sua imagem? </span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">Esforço-me como se quisesse reencontrá-lo e reconhecê-lo nessas fotografias, de onde me olha como nunca o vi, entre gentes conhecidas e desconhecidas, homens e mulheres, sempre muito sério ou muito sorrindo, às vezes de chapéu bem posto, às vezes de cabeça descoberta, com seu mesmo cabelo penteado com gomina e repartido do lado. Uma vez está em 1943, como teria estado em Rio Branco, dois ou três anos antes, diante de mim, ao lado de seu companheiro de viagem e do padrinho de minha irmã; mas está também em 1945, encarando-me de frente, ao lado de Nicolas Guillén, Cândido Portinari e Toño Salazar; mirando-me firme como George Raft, ameaçadoramente como George Raft, bem como George Raft; e não me adianta admirar a risada aberta de todos os dentes de Guillén ou o contido sorriso de simpatia de Portinari, nem o risinho coadjuvante de Toño Salazar.</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwA_hvMRxx9MashBmQ43pqKeNVjozRCDyX6zlt8K7cgzHS2q3XCnqAHNgYL58EB7OiOY_AdsIzrEEv065nB_4_MdJkZa_DW6zwdYoY1OdQOkHzxtLB47bb7NsycwYM_6km8tV1e0x41LrKPw48MjqU2s0IX52EvwUw0Xa8r1mfiffHYxK82fcLnyEC/s1078/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2021.00.24.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="718" data-original-width="1078" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwA_hvMRxx9MashBmQ43pqKeNVjozRCDyX6zlt8K7cgzHS2q3XCnqAHNgYL58EB7OiOY_AdsIzrEEv065nB_4_MdJkZa_DW6zwdYoY1OdQOkHzxtLB47bb7NsycwYM_6km8tV1e0x41LrKPw48MjqU2s0IX52EvwUw0Xa8r1mfiffHYxK82fcLnyEC/w400-h266/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2021.00.24.jpeg" width="400" /></a></div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">O padrinho de minha irmã, sabe-se lá de que forma, fora encarregado por Amorim de reservar-lhe habitação no hotel do Boroni, o Hotel Italiano, que todos tínhamos como um refinado estabelecimento hoteleiro. E conseguiu mais do que arranjar aposentos para Amorim e Borges: ele conseguiu que o Boroni abrisse uma porta diretamente do quarto reservado para a rua, na lateral do prédio, garantindo a privacidade dos dois hóspedes e dispensando-os de entrarem pelo restaurant do hotel.</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;">Eu tinha, seis ou sete anos: só sei dessas coisas por ouvir contar; mas nunca as esqueci, na esperança de imaginar -- como se relembrasse -- o que foi dito e visto, aquele dia imemorável, numa mesa do Hotel Italiano, antes que a marca tumular da porta aberta na parede se transformasse no único testemunho concreto de meu encontro infantil com Henrique Amorim. E Jorge Luis Borges!</span></div><div class="separator" style="clear: both;">_____</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">* Entre maio e julho de 2010, o autor esteve sem ir a Jaguarão. Quando voltou, já não encontrou a porta, a marca da porta, a marca da porta empedrada na fachada lateral do antigo Hotel Italiano, quase na esquina, diante do Banco de la República, em Rio Branco. O prédio fora, finalmente, reformado – para atender à necessidade de esconder suas feridas e revelar sua pulcritude climatizada. Mas restaram fotos de como tudo era; de tudo como fora antes.</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3ovW2eVlYIC8QCoWWw7a4BWOldrtZMIiUD9slNdP-pjpEsbGxCUbQL-ZekiO35XObQRdttkV9oF8Ealad7nzx8_pfkpph1KdY8aajCjYxZlRr0phacQxQxpP_dHG78cU-g6OYbkvYC8NM6qfrb6zcEBhcozDVL5JvPQ3BxGHgNkf_i7jCHWsASz_r/s1280/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2010.48.09.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3ovW2eVlYIC8QCoWWw7a4BWOldrtZMIiUD9slNdP-pjpEsbGxCUbQL-ZekiO35XObQRdttkV9oF8Ealad7nzx8_pfkpph1KdY8aajCjYxZlRr0phacQxQxpP_dHG78cU-g6OYbkvYC8NM6qfrb6zcEBhcozDVL5JvPQ3BxGHgNkf_i7jCHWsASz_r/s320/WhatsApp%20Image%202022-07-25%20at%2010.48.09.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Foto:Luis Carlos Vaz</span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit7_3qzIXED7jnGVJ8PiLIlvyokTRMPTAxOge_-EhPPeKDbidopID0sdeENqNLGx9wo4oHYTcQP5DDzxutUw7dnvm9e_B8sJDycMybEDG3eaR46rIOewrUkS01UhRU7hF9TDDjzxbSDSyxfP-950FdYOw1f1MCGxrfVLiuuHndiLd-8Nyzvsb7bsfO/s1080/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2020.43.05.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1001" data-original-width="1080" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit7_3qzIXED7jnGVJ8PiLIlvyokTRMPTAxOge_-EhPPeKDbidopID0sdeENqNLGx9wo4oHYTcQP5DDzxutUw7dnvm9e_B8sJDycMybEDG3eaR46rIOewrUkS01UhRU7hF9TDDjzxbSDSyxfP-950FdYOw1f1MCGxrfVLiuuHndiLd-8Nyzvsb7bsfO/s320/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2020.43.05.jpeg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIDsuJLKrm14IxM2f1FTpImrspoznlPk4sWrYtZiXKNFpHcccMZ3W39Vjbfkc2_wEN3UDvmwY04AXKfSMmOB267HDY6ZLTQUHCc-7IWsOXHaq1Q1bL7UyGFFsz_RbJw-u1sIliJjERZEPDel6lL9BMTEQdQq63ijfL57u2f-BoZLqy16HxkwK_5FKI/s273/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2020.43.43.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="176" data-original-width="273" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIDsuJLKrm14IxM2f1FTpImrspoznlPk4sWrYtZiXKNFpHcccMZ3W39Vjbfkc2_wEN3UDvmwY04AXKfSMmOB267HDY6ZLTQUHCc-7IWsOXHaq1Q1bL7UyGFFsz_RbJw-u1sIliJjERZEPDel6lL9BMTEQdQq63ijfL57u2f-BoZLqy16HxkwK_5FKI/w320-h206/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2020.43.43.jpeg" width="320" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqm02_0wfaZQ_cOECRok3AJRpCnun53_WhvqCbEyXefFxfV2lBvTUW7Agst62m3EGrR7zhljNSHiKcJRuXCZJAbOhbfje8-JkR3UfLfrzo_wua1hbm-9_VFANI2FyRR15VPjWWEzd2tWf9lLbKX7M9eMZCPsmx27uckLj7KUMURTy2Y2hZcuqwElUF/s593/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2021.08.18.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="593" height="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqm02_0wfaZQ_cOECRok3AJRpCnun53_WhvqCbEyXefFxfV2lBvTUW7Agst62m3EGrR7zhljNSHiKcJRuXCZJAbOhbfje8-JkR3UfLfrzo_wua1hbm-9_VFANI2FyRR15VPjWWEzd2tWf9lLbKX7M9eMZCPsmx27uckLj7KUMURTy2Y2hZcuqwElUF/w400-h279/WhatsApp%20Image%202022-07-26%20at%2021.08.18.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Los hermanos Azpiroz, Esteban, Rufina y Simon. <br />Provavelmente sentados nas poltronas de vime do Hotel Italiano </td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-37346447926638440782022-07-23T19:24:00.002-03:002022-07-23T19:24:17.562-03:00Memória das Ondas - II Onda<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9v9kXwhihfPybq8JWvC3RWtiaiFEEfxJprYwNeU6D6MQqI6CB4U1Gs8hdN6-kynrICBDK2f88fJGeDf39BvKXyBMq8CnXQojMdRGjbm22rUkmDGI1lo9eIm77a5TWP7vI8dVQvtQ7MCxvTZ2IDGgLRRB8ITKDNabo_t-U2oBley5DrdPsVgSx0Lf9/s1014/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.38.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="1014" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9v9kXwhihfPybq8JWvC3RWtiaiFEEfxJprYwNeU6D6MQqI6CB4U1Gs8hdN6-kynrICBDK2f88fJGeDf39BvKXyBMq8CnXQojMdRGjbm22rUkmDGI1lo9eIm77a5TWP7vI8dVQvtQ7MCxvTZ2IDGgLRRB8ITKDNabo_t-U2oBley5DrdPsVgSx0Lf9/w400-h297/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.38.jpeg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><i><b>Por Thadeu Gomes</b></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Volte sempre! Será que ainda vai dar tempo? </div><p></p><p style="text-align: justify;">Preciso encontrar rapidamente o Gilnei Ocacia; tomar um chimarrão no banco
da praça, me estabilizar, pois estou perdendo as referências... </p><p style="text-align: justify;">Não, não tenho granja no Uruguai, nem fazenda no Cerrito. Estou de
passagem.
Fiquei sabendo que o Cléber tem um recado para me dar.
Hoje, no Cine Regente, vai passar o filme dos Beatles, e eu quero estar lá.
Help!
O Zé Paulo, da Rádio Cultura, me chamou para cantar Certo da Pólvora, ao
vivo, no seu programa. Não. Não sou artista e ainda sou tímido, fica para
depois...
Mas a pergunta roda e a consciência me inquere: o que você está procurando
aí, cara?
O seu passado, o seu presente ou seu futuro? Lembro da canção do Vinícius:
Onde anda você? </p><p style="text-align: justify;">Pois é, uma coisa eu digo: viva o Black Mouse, viva a professora Edna, viva o
Curuca e o Bacana! Desde sempre!</p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-85665085143300093282022-07-19T21:11:00.001-03:002022-07-19T21:11:09.124-03:00Memória das Ondas - I Onda <p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5jcPdZt1sbw_bh7owV-2SPRD_oFA-6geGNpkn_6i2y6-udUxABPllaVBVNgUsiffZpxFW8e2MhJBNKGO3kSEL1-L_5Jp4tYOsED57GDr-luhEalAmpDaQUi5w5yk3XIsNwBIZ451T40RZ7bZETv_2P5lQiToGCq-vsQTXR02aJ90grBiPE9KynSLU/s1026/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.46.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1026" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5jcPdZt1sbw_bh7owV-2SPRD_oFA-6geGNpkn_6i2y6-udUxABPllaVBVNgUsiffZpxFW8e2MhJBNKGO3kSEL1-L_5Jp4tYOsED57GDr-luhEalAmpDaQUi5w5yk3XIsNwBIZ451T40RZ7bZETv_2P5lQiToGCq-vsQTXR02aJ90grBiPE9KynSLU/w400-h300/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.46.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fisco</td></tr></tbody></table><i><b>Por Thadeu Gomes</b></i></p><p style="text-align: justify;">Distraído que estava, naquele banco de praça, das mãos de um desconhecido
passante, recebi o tal bilhete que dizia: "vá atrás, siga os rastros e
encontrarás..."
Não sei se era um uruguaio ou um desses andantes que acabam em nossas
terras por problemas complexos em seu País.
Era ligeiro, e desapareceu, ali na quebrada da Rua XV. </p><p style="text-align: justify;">Subi a Barbosa Neto, passando pelo Calão e pelo Zica. Dei no Asilo das
Freiras, onde lembrei do campinho de pelada. Parece que lá tem uma
Universidade...
Acabei dando de frente com o Colégio Espírito Santo, mas o seu Leonel não
estava mais lá; no campo do Navegantes me vi guri tentando dar o meu melhor
para o técnico Marçal. Na porta da Estação de trem havia uma estrela, um
compasso, uma régua. Um sujeito de terno preto me disse: os desígnios
celestes estão te observando...
Parece que ali, aquele Olho incandesceu. </p><p style="text-align: justify;">Fui para a Vila, atrás do grande Guru. Ele já havia partido... Para as estrelas ou
para a Luz... Um cara numa bike insinuou: você está longe, mas não desista!
Eu pensei: dê uma chance à paz!
Acreditem vocês ou não, eu sou um cara de boa! Estou com o Tomate, com o
Lica e com o Oscarito!
Na Avenida Beira- Rio, estive com o Rei, que disse que o quaco era bom pro
peito.
Onde vou encontro um, mas ninguém sabe o que procuro...!
Pensei no professor Cléo, na professora Silvia e no Nilo Jorge, mas eles
também, não se encontram mais aqui.
Então desisti e fui pescar no Fisco. Lá tem uma santa das águas. Escutei ela
dizer baixinho: volte sempre, filho! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_as50wOmBb-734VgjgZTERS6s6ZGpob1IZqk7N9Qe03A4JWnKxrzByb6cbO5BPdDHt7Ur8F31tX4V5XNJQ4l1RsCMuyHtA6JOeZ9Lot-tNnfliWzUB3GGgkbNUK73mnN97cSs5YV7gcd6O8EmiOPfAX3fCUD_ZNgjPdDvFex5HdVQMVAfptYGeG00/s1020/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.42.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="727" data-original-width="1020" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_as50wOmBb-734VgjgZTERS6s6ZGpob1IZqk7N9Qe03A4JWnKxrzByb6cbO5BPdDHt7Ur8F31tX4V5XNJQ4l1RsCMuyHtA6JOeZ9Lot-tNnfliWzUB3GGgkbNUK73mnN97cSs5YV7gcd6O8EmiOPfAX3fCUD_ZNgjPdDvFex5HdVQMVAfptYGeG00/s320/WhatsApp%20Image%202022-07-19%20at%2020.56.42.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu e o amigo Too Mutch</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-35698258334640724202022-05-30T23:11:00.011-03:002022-06-11T19:00:47.227-03:00Jaguarão e Lago Merín - Refúgios de Belchior na Fronteira Sul<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"> </div></blockquote><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfLzm-PkVITG83_Hgim3gWbktfnigzMwbdr1NKMF3ZI1xSA_Kr0LjZ3YKTyMlWO3FHmS2sBnTDAxJbjaMLqS5qWUOfbgeEmMMg40wAPiA8wcK30JYibhztKYF6KYRELs3n1x3SEqRkhpS4koH6LH6DzJ7uAal0g9-7AKGcuyMYqTufpQYp2NW3QlSH/s1560/Belchior.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1560" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfLzm-PkVITG83_Hgim3gWbktfnigzMwbdr1NKMF3ZI1xSA_Kr0LjZ3YKTyMlWO3FHmS2sBnTDAxJbjaMLqS5qWUOfbgeEmMMg40wAPiA8wcK30JYibhztKYF6KYRELs3n1x3SEqRkhpS4koH6LH6DzJ7uAal0g9-7AKGcuyMYqTufpQYp2NW3QlSH/w400-h185/Belchior.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://youtu.be/JzTwVwVHgHw">Programa Café da Manhã do DCM</a> recordou a passagem<br /> de Belchior por Jaguarão e Lagoa Mirim- Aqui sendo recebido na Casa de Cultura</td></tr></tbody></table><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: -2cm; margin-right: -2.25cm; text-indent: 1.5cm;"><br /></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span style="font-size: large;"><b>Montevideo - Rapaz Latinoamericano</b></span></span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>O
ano era 2010 e estávamos em Montevidéu, no famoso café Tribunales,
à espera de um rapaz latino-americano que, em 1976, tinha 25 anos de
sonho, de sangue e de América do Sul. Nada podia ser mais
surpreendente para as nossas vidas provincianas do que estar ali, à
espera dele, ainda que suas canções falassem de uma América que
era muito próxima ao nosso cotidiano. Éramos fronteiriços,
nascidos e criados entre um país-continente de língua portuguesa (a
do Camões que ele tanto conhecia: </span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span><i>Mas
ando mesmo descontente/desesperadamente eu grito em português</i></span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>)
e um continente de língua espanhola (a que ele por diversas vezes
aludia em suas músicas inesquecíveis: </span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span><i>El
condor passa sobre os Andes/e abre as asas sobre nós/Na fúria das
cidades grandes/Eu quero abrir a minha voz...).</i></span></span></span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> <span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span style="font-size: large;">Meses
antes havíamos sido contactados por um amigo que trabalha na Casa de
Cultura de Jaguarão, a nossa cidade. “O Belchior esteve aqui e eu
o presenteei com um <a href="https://youtu.be/K9oluruQqxc" target="_blank">cd de vocês</a>... ele e a companheira dele disseram
que queriam falar com vocês... passei o número de telefone...
disseram que vão ligar... acho que voltaram para o Uruguai”.</span></span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>Belchior
e a Edna, assim se chamava sua companheira, tinham estado em
Jaguarão, do lado brasileiro da fronteira com o Uruguai,
provavelmente para que ele conseguisse receber seus direitos
autorais. Isso só descobriríamos bem depois. </span></span>
</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>Após
alguns dias, efetivamente, o meu amigo, parceiro de grupo musical,
mandou um recado dizendo que o Belchior, através da Edna, tinha
mandado uma mensagem eletrônica onde falava que queria nos
encontrar. Um único detalhe: eles estavam em Montevidéu e
demorariam para voltar à fronteira. Perguntavam se não era possível
irmos até lá, pois tinham algo importante para propor. </span></span>
</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>Assim
começava para nós uma espécie de filme de espionagem, onde tudo
sempre seria em meias palavras, ou em revelações impactantes sempre
adiadas no último segundo. Porém, era o Belchior e não era só o
nome dele que chamava nossa atenção. Sabíamos de cor suas músicas,
suas letras de rebeldia jovem e singular e, também, conhecíamos
algo que poucos sabiam - ou pensávamos que poucos sabiam: suas
ligações com a música do Rio da Prata. Do Uruguai e da Argentina. </span></span>
</span></p>
<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>Há
tempos havíamos descoberto que ele havia gravado com o duo
folclórico Larbanois-Carrero e com uma amiga nossa, que cantava em
nossos cds, Maria Conceição. Depois outra cantora participaria
nesse trabalho, a excelente cantora uruguaia <a href="https://youtu.be/K7WbcltQWrM" target="_blank">Laura Canoura</a>. Ouvíamos
também uma outra ótima cantora e atriz argentina, Sandra
Mihanovich, que havia gravado diversas músicas suas. E, justamente,
naqueles tempos pós 500 anos da chegada de Colombo, uma das canções
que embalava nossas mentes de rebeldes latino-americanos, seguidores
de ícones como Mercedes Sosa, Atahualpa Yupanqui, Violeta Parra e
Víctor Jara, era um contundente manifesto em defesa da América
indígena, escrito por Belchior, e musicado pelo uruguaio Mario
Carrero (do duo Larbanois): </span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span><i>En
America la nuestra/de açúcar, cobre y café,/ no hay motivo para
fiesta,/ <a href="https://youtu.be/tV1WfV8Pst8" target="_blank">500 años de qué?</a></i></span></span></span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>
</span></span>
</span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>Essa
ligação belchiorana com o cone Sul da América talvez explique um
pouco a razão de ter escolhido viver seu autoexílio no Uruguai.
Lembro sempre que na minha parede de universitário, na república
estudantil da cidade de Rio Grande, eu tinha a frase que marcou
indelevelmente o que eu queria dizer nas músicas que eu um dia, por
ventura, escreveria: </span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span><i>O
tango argentino me vai bem melhor que o blues</i></span></span><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span>.
Eu sempre soube que não era algo contra a maravilhosa música
afro-americana, claro que não. Era algo que dizia de forma genial
que éramos latino-americanos, como Neruda, como García-Márquez,
como Benedetti, como Guimarães Rosa. Belchior, para mim, havia dito
tudo isso em uma simples frase. A dimensão disso é difícil de
conceber. Muitos já disseram que o difícil é fazer o simples. E o
que ele escreveu e cantou, em várias de suas obras é simples e
simplesmente genial.</span></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span style="font-size: medium;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXGOhZKEz8TjTegsdhMoO-oM-m8Sc6wgUXDizNWm_a3pmf1Z4cpvt_k-Aq-vvSgrFE2PMPktM5HeEVuFlI9LK-_Hd_mHgoy0oiR49o8n9MLAHKOJ8xfl3_Wvb7DF7FS5_DH_UBsY1eeKfMhQIu10JmXXURCCF213gdVRP_-dkvSYB5U12cd15VIM-A/s1048/Screenshot_20220530-212106_Spotify.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="976" data-original-width="1048" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXGOhZKEz8TjTegsdhMoO-oM-m8Sc6wgUXDizNWm_a3pmf1Z4cpvt_k-Aq-vvSgrFE2PMPktM5HeEVuFlI9LK-_Hd_mHgoy0oiR49o8n9MLAHKOJ8xfl3_Wvb7DF7FS5_DH_UBsY1eeKfMhQIu10JmXXURCCF213gdVRP_-dkvSYB5U12cd15VIM-A/w320-h298/Screenshot_20220530-212106_Spotify.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://open.spotify.com/album/5OKPIy2WCHQi2kDiTS9v5o?si=Hv0CAQu1RLCCapFXyCYoXg&utm_source=copy-link" target="_blank">Álbum com Labarnois & Carrero</a></td></tr></tbody></table></span></span><span style="font-size: medium;"></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-right: -2.25cm; text-indent: 1.5cm;">------</p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-right: -2.25cm; text-indent: 1.5cm;">
</p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> <span style="font-size: large;">Assim,
voltando ao fio da meada, lá estávamos, minha esposa, meu amigo e
eu, no Café Tribunales, na plaza Independência, centro de
Montevidéu, esperando há algo em torno de meia hora, quando entrou
o casal. Ela, pequena e falante, ele, quase indistinguível,
escondido em uma gabardina pesada, que parecia um pouco fora de
contexto, pois o frio não era tanto naquele dia. A gola alta deixava
ver pouco seu rosto, porém a voz, nos raros momentos em que falou,
tinha o sotaque e a tonalidade nasal dos discos que ouvíamos. Essas
eram características inconfundíveis. Edna falou e falou, por duas
horas ao menos, dizendo que estavam sendo perseguidos, principalmente
por uma emissora de televisão que os havia encontrado no centro do
Uruguai. E dizia enfaticamente que não poderíamos tirar fotografias
pois mostrariam onde estavam e isso seria muito perigoso para eles. E
assim, colocando um clima sombrio no ambiente, seguiu falando e
falando. De tudo, além de umas poucas palavras do Belchior (ele
sempre chamava seus interlocutores de “professor”), eu só
recordo que notamos que não tinham como pagar o que pediram. Estavam
com fome e isso podíamos perceber claramente. Pagamos de bom grado o
que consumiram e, ao nos despedirmos, perguntaram se não podíamos
nos encontrar no outro dia, na hora do almoço. Lembrei-me que esse
era o título de outra de suas canções. Ela frisou então que o
Belchior só comia peixes e frutos do mar. Lembramo-nos de um
restaurante na orla de Montevidéu. Ártico, isso, Ártico, no bairro
de Punta Carretas. Combinamos o encontro.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">No
outro dia - um desses em que o céu de Montevidéu não se decide
entre uma chuva fina, a famosa llovizna, e um sol de inverno -
chegamos ao restaurante. Eles já estavam lá, ao fundo, em um lugar
em que se podia enxergar os campos onde havia alguns uruguaios
jogando futebol, fazendo pouco caso do chuvisqueiro. Era sábado, dia
ideal para exercício naquela orla magnífica.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Edna
novamente conversou por todos, mas de vez em quando se ouvia o
Belchior falando. Ao pronunciarmos esse nome, ela pediu que
mudássemos para “Antônio”. O mistério aumentava. Respeitamos
seu pedido e esse passou a ser o nome usado por nós desde então.
Perguntamos se comia paella, assentiu. Creio que pedimos dois pratos
grandes. Passou o tempo, conversas e conversas, sem a revelação do
que eles realmente queriam de nós. Chegou a hora de fechar o
restaurante. Edna perguntou se podiam sair conosco à noite para
algum outro restaurante. Concordamos. Afinal, era para isso que
tínhamos vindo a Montevidéu. Combinamos o encontro.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">À
noite nos encontramos na frente da parrillada El fogón, aonde sempre
íamos em nossas estadias anuais na capital uruguaia. Essa
parrillada, uma das melhores de Montevidéu, fica na calle San José,
atrás da principal, 18 de Julio, bem no centro da cidade. Nessa
noite aconteceu, embora poucos ali percebessem, um dos maiores
encontros de músicos latino-americanos da região, pois, ao lado da
nossa mesa sentou uma família em que um de seus membros era Daniel
Viglietti, o compositor de <i>A desalambrar, Milonga de andar lejos,
Canción para mi América</i>, e de outras pérolas do cancioneiro
latino-americano. Tínhamos o seu disco <i><a href="https://youtu.be/tPvHCfYDIik" target="_blank">A dos voces</a></i>, com o poeta
Mario Benedetti. Um dos trabalhos artísticos fundamentais para quem
quer conhecer algo da cultura e da música uruguaia. Belchior, ao
vê-lo ali tão perto, em um gesto marcante, fez questão de se
levantar e ir falar com seu colega uruguaio. Conversaram um pouco,
não mais que 5 minutos, e ouvi que ele dava um “bom proveito”
para os que estavam em volta da mesa do Viglietti, despedindo-se.
Sobre o que falaram não sabemos. Achei que não me cabia perguntar.
Gosto de pensar que falaram de alguma música, de alguma parceria
possível, de outros artistas de sua geração, de amigos comuns, ou
de encontros que tiveram em festivais pelo mundo.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Y5YqGSbLG3j9f6u-gFKTlSq8e8GKiiqr8hD2UaTQ9065jqAmchwHVz63gpx817JTWDZTRfgs-_4ELqIOhDHuvXx2X-s6wgcf2kQwFk3zyfV0KjelkJSnAkz4dEBO9gzfbUPqU3UXH6ADw6tQ7qbYvLoYLoeg9ViCcgDCw4aKlr16IHnCJsHYMKuI/s1280/WhatsApp%20Image%202022-05-27%20at%2020.55.01.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="867" data-original-width="1280" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Y5YqGSbLG3j9f6u-gFKTlSq8e8GKiiqr8hD2UaTQ9065jqAmchwHVz63gpx817JTWDZTRfgs-_4ELqIOhDHuvXx2X-s6wgcf2kQwFk3zyfV0KjelkJSnAkz4dEBO9gzfbUPqU3UXH6ADw6tQ7qbYvLoYLoeg9ViCcgDCw4aKlr16IHnCJsHYMKuI/w400-h271/WhatsApp%20Image%202022-05-27%20at%2020.55.01.jpeg" width="400" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://youtu.be/mPVDus1GmJk">Daniel Viglietti</a> ao centro<br />Show no Theatro Esperança de Jaguarão 1998</span></td></tr></tbody></table><span><br /><span style="font-size: large;">Na
saída do El Fogón, Edna pediu para que os deixássemos onde estavam
hospedados. Era um pequeno e velho hotel na rua logo abaixo da San
José, mais próxima à rambla (orla). Uma zona menos iluminada e um
pouco menos segura. Até os dias de hoje, sempre que vou a
Montevidéu, passo em frente ao lugar e relembro a cena. O hotel fica
na calle Soriano, já próximo ao seu final (ou seu início), umas
três ou quatro quadras do Teatro Solís e do mágico bar Fun Fun
(aquele que tem a assinatura do Carlos Gardel no balcão). Antes de
deixarmos o casal no hotel, que não recordo o nome, combinamos
pegá-los no dia posterior para irmos até a feira de
Tristán-Narvaja, no bairro Cordón, evento que sempre ocorre aos
domingos sobre as ruas desse mesmo nome.</span></span><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Ali,
sentaram-se em um banco um pouco longe da feira, pois não quiseram
percorrê-la conosco. Certamente para ele não ser reconhecido. Sem
dar espaço a contra-argumentos, a Edna disse que nos esperariam para
a despedida. Quando voltamos estavam ali, no mesmo lugar. Edna então
pediu para que arranjássemos um lugar para eles do lado uruguaio da
nossa fronteira. Foi com essa proposta na mente que nos despedimos. E
partimos rumo ao Brasil, para Jaguarão, com 420 km de estrada plana,
tendo a verde e bucólica campanha uruguaia em nossa visão. Essa
paisagem é sempre um bálsamo para quem gosta de viajar.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><b><span style="font-size: medium;">Jaguarão
- Lago Merín – Divina comédia humana</span></b></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><b></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg62F1TmEvAjLIjRfUsheMHQD8Ap_yK95dtiyiNX_kI91szSQy1-rAosmzj-oJKrT5dRQB9E-dk9iOSk1fRNcwQwaVQzHWAwr5J517Z3EXSnznyzdzoRh56cPyyX1KSMOkLVjgOkQXj612RwTSQpRpsjfmjo7EP4JT6ze4PhrvFa99nznAs0EjyIlL/s3548/20220530_112641.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1770" data-original-width="3548" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg62F1TmEvAjLIjRfUsheMHQD8Ap_yK95dtiyiNX_kI91szSQy1-rAosmzj-oJKrT5dRQB9E-dk9iOSk1fRNcwQwaVQzHWAwr5J517Z3EXSnznyzdzoRh56cPyyX1KSMOkLVjgOkQXj612RwTSQpRpsjfmjo7EP4JT6ze4PhrvFa99nznAs0EjyIlL/w400-h200/20220530_112641.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lago Merín - UY - O paraíso ecológico que acolheu Belchior</td></tr></tbody></table><b><br /></b><span style="font-size: large;">Mais
de dez anos já se passaram, velozes, fugazes como aqueles momentos
de Montevidéu e do novo encontro, e cá estou eu, tentando juntar
cacos de memórias de imagens que não deveriam ser definitivas, mas
que, infelizmente, foram. Sempre pensei que encontraria o Belchior
outra vez – e reviveríamos <i><a href="https://youtu.be/EmdyZWrdcXs" target="_blank">tudo outra vez</a> </i>(outro título de uma de suas canções) - em um show, ou em
algum restaurante, talvez em Porto Alegre ou em outro local, onde
ele, cercado de fãs, dando autógrafos e sorrindo por baixo do
imenso bigode, reconheceria em nós os guris de Jaguarão que foram a
Montevidéu encontrá-lo. Diria certamente: “Como vai, professor?”.</span><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Creio
que era julho, mas poderia ser agosto, quando fomos encontrá-los
novamente. Desta vez em Rio Branco, a cidadezinha uruguaia que fica
do outro lado do rio Jaguarão. O combinado por mensagem era que eles
desceriam antes do terminal de ônibus, no lugar em que se fazem os
documentos de entrada e saída do Uruguai, os vistos, no chamado
Passo de Fronteira. Eu havia trabalhado ali e conhecia cada recanto
dessa construção. Mas jamais esperava que estivessem sentados, sem
malas, no banco que fica do outro lado em relação àquele que
chegávamos, ou seja, do lado que aponta para Montevidéu, de onde
eles tinham vindo. Por isso passamos diretamente da primeira vez, sem
vê-los, e só quando empreendemos a meia-volta com o veículo, já
achando que não tinham vindo no ônibus da Expreso Rio Branco, é
que nos deparamos com a cena. Os dois sentados, sem nem fazer menção
de estarem preocupados com uma não vinda nossa e com apenas uma
única maleta como bagagem. Ainda hoje é essa a imagem que mais nos
marcou de seus encontros. Ambos ali imóveis, num banco de estação,
olhando para o Sul da América, para a imensa planura uruguaia. Esse
quadro da memória sempre me lembra a música <a href="https://youtu.be/uYbzUOf1WqI" target="_blank">Carito do argentino León Gieco</a> (para mim um Belchior, em sua versão platina): Sentado
solo em um banco en la ciudad/con tu mirada recordando el litoral...</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> <span style="font-size: large;">Havíamos
conseguido uma casa com uma amiga de Rio Branco, Helen Noble. Seu
marido havia morrido faz pouco. Ambos eram os grandes amigos que
tínhamos do outro lado do rio. Estavam sempre envolvidos com
questões artísticas e de integração. Pouco antes da partida do
Carlitos - o marido, que era cantor de murga (maravilhoso teatro
cantado uruguaio) e edil (vereador) local – o casal tinha levado o
nosso grupo ao Fórum Social Binacional realizado no Chuí. Sensível,
solidária, ativista cultural, ela era a pessoa indicada para
emprestar uma casa para um artista como o Belchior. E assim foi, de
muito bom grado, sempre magnânima, entregou-nos a chave. O lugar
onde os hospedamos, Lago Merín, é um balneário tranquilo que fica
a uns 20 km de Jaguarão, do lado uruguaio, como eles haviam pedido
que fosse. É uma praia de água doce que só tem um movimento
considerável nos meses de janeiro e fevereiro. Nos outros, ficam ali
só umas duas ou três dezenas de moradores, quando muito. Assim, era
certo que não teriam muito com que se preocupar sobre possíveis
encontros não desejados. Quanto à alimentação, traríamos tudo o
que precisassem uma ou duas vezes por semana. E podiam sempre contar
com os peixes que eram pescados na noite anterior, de um ribeirinho
que morava a uma quadra da casa da nossa amiga.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHuCzlk8p0W-j4HOtT4HVBTdRsZ1-21OAZxr60Cxhz2pjvYBveterLdaQodKF0M63ojVL09MRmQJwKQQDzUcgks1e6tLGd0lWSHI62Wc1pDRUhR-nPUqzX1vRr9XFosJ015Ucc_ng6KS8sSTdIQfPAHxaP140MzA1nJJUzWarTyPzvcEro2Xdp7zyL/s1232/20220530_111612.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="705" data-original-width="1232" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHuCzlk8p0W-j4HOtT4HVBTdRsZ1-21OAZxr60Cxhz2pjvYBveterLdaQodKF0M63ojVL09MRmQJwKQQDzUcgks1e6tLGd0lWSHI62Wc1pDRUhR-nPUqzX1vRr9XFosJ015Ucc_ng6KS8sSTdIQfPAHxaP140MzA1nJJUzWarTyPzvcEro2Xdp7zyL/w400-h229/20220530_111612.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">La casa de Helem, refúgio de Belchior no Lago Merín</td></tr></tbody></table><span style="font-size: large;"></span><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Tudo
correria bem, não fossem alguns senões. Mas, porém tem um porém...
A casa era de praia e a Edna logo fez questão de mostrar que não
estava à altura do que esperava de nós. Sempre que íamos, ela
falava de uma casa melhor, mais nova. Quanto ao Belchior, posso
afirmar que jamais reclamou de nada. Há que se dizer também que
essa casa segue sendo alugada e que ainda nos parece muito propícia
para um veraneio em um paraíso natural como é o balneário Lago
Merín. Tempos depois foi a mesma casa em que viveu por 6 meses o
filho do Atahualpa Yupanqui, para quem conseguimos hospedagem da
mesma forma. Até hoje, O Roberto Chavero, conhecido por Coya
Yupanqui, que mora na província argentina de Córdoba, fala em
retornar e veranear na mesma casa.</span></p><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Voltando
ao Belchior. Nesses meses de convivência na fronteira, tivemos uma
dúzia de encontros. Pouco mais ou pouco menos, não recordo todos.
Lembro-me de alguns deles. Uma janta no restaurante do hotel, vários
peixes assados na grelha, diversos passeios com ele sempre escondido
no banco de trás do veículo. Tudo fica bastante difuso quando as
imagens e os locais se repetem.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Lembro
que ele pediu material para pintura. Em seguida conseguimos. E vimos
que pintava impressionantemente bem. Anos depois o amigo, jornalista
e crítico musical,<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/gente/noticia/2017/04/juarez-fonseca-o-enigma-de-belchior-permanecera-9783537.html" target="_blank"> Juarez Fonseca</a>, uma das maiores autoridades sobre
música do Brasil, mostrou-me algumas pinturas e desenhos do cantor,
a maioria com imagens do Carlos Drummond de Andrade, os quais
recebera como presente e haviam sido publicados anteriormente por uma revista e também publicados em um livro em parceria com o cartunista Mino. Eram estupendos. Aliás, esse termo
“estupendo”, era um que ele utilizava bastante. Naquele então,
no seu autoexílio no Lago Merín, na casa da Helen, vimos que ele
fazia de cavalete uma mesinha, forrada com uma toalha de linho, onde
distribuía os pincéis harmonicamente.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP8fT9JpOxvTcXLJDDO0hivNOoDiM42N9yDqlgCXEZ49BlJuymp9SE4BhsIINPa_lWS2P6KKF5Vx4GbSkc2kb2EQl9-YQ5NniL1Rmq2mxsazJQGEq3Nu101U8ggh0pH4jNVnukx4PaGAGcad0volaFLjHELnw9_md0e-PYtOasJCJ-JX9RdP1KaRIu/s1600/WhatsApp%20Image%202022-05-30%20at%2022.42.17.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP8fT9JpOxvTcXLJDDO0hivNOoDiM42N9yDqlgCXEZ49BlJuymp9SE4BhsIINPa_lWS2P6KKF5Vx4GbSkc2kb2EQl9-YQ5NniL1Rmq2mxsazJQGEq3Nu101U8ggh0pH4jNVnukx4PaGAGcad0volaFLjHELnw9_md0e-PYtOasJCJ-JX9RdP1KaRIu/w400-h400/WhatsApp%20Image%202022-05-30%20at%2022.42.17.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As pinturas do Drummond, álbum especial, presente aos leitores da revista Caras. <br /> Os desenhos, livro do Belchior em parceria com o cartunista Mino.</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Em
uma das primeiras tertúlias que fizemos recordo que pedimos para que
cantasse algo. Edna interveio dizendo que ele não podia, pois a
gravadora não permitia. Em outra vez, o meu irmão, depois de cantar
uma música, em um gesto espontâneo, passou o violão para ele. Foi
uma expectativa imensa quando vimos que tomou o violão em suas mãos.
Ela estava em outra sala, mas percebeu o que ocorria, talvez pelo
silêncio expectante do momento, e chegou logo dizendo que ele não
podia, repetindo que estava proibido terminantemente pela gravadora.
Nunca soubemos a que gravadora se referia. Ele, constrangido,
entregou o violão, concordando com ela que não podia cantar, mas
completou que recitaria uma poesia do Baudelaire e prontamente nos
brindou com um excerto que creio ser de Fleurs du mal, em um francês
que para nós, brasiguaios, sem muito conhecimento do idioma de
Victor Hugo, pareceu-nos (e devia ser) perfeito. Penso que lembrei
logo, sorrindo, que era também contraditório, pois ele havia dito
muito antes: <i>Minha fala nordestina/quero esquecer o francês...</i></span></div><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"> <span style="font-size: large;">Nessas
noites de encontro com eles nos fundos da casa da Helen, onde ficava
a parrilla para os assados, levávamos um amigo nosso árabe,
conhecido por ser bom cozinheiro e, também, por estar sempre
disposto para uma festa. Era ele quem assava os peixes para o
“Antônio”, descobrindo os gostos culinários do cantor. Sempre
recebia em troca palavras elogiosas para o tempero e a textura dos
peixes que preparava. “Estupendo”. Em uma dessas vezes, ele, para
agradar, resolveu fazer uma torta especialmente preparada segundo as
preferências do Belchior. Para sua surpresa, quando, depois da
janta, trouxe do carro a iguaria, foi cortado abruptamente pela Edna,
que logo atalhou dizendo que ele não poderia comer algo que era
nocivo à sua saúde. E que ele não poderia nem mesmo ver a torta,
fazendo com que o Said, o amigo árabe (chamado de turco, como todos
seus compatriotas da fronteira), com a torta ainda sendo equilibrada
perigosamente na mão, voltasse quase instantaneamente com a sua
surpresa para o nosso carro. No momento rimos muito da cena. O
“turco-árabe-palestino” não gostou nada do que ocorreu e lembra
até hoje da afronta.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Por
último, recordo que montamos uma estratégia. Enquanto minha esposa
conversava com a Edna, eu falaria com o Belchior. Nas poucas palavras
que dizia, ele sempre gostava de falar comigo sobre literatura e um
pouco de filosofia. Falava que estava trabalhando em umas traduções,
creio que do Dante. Como eu tinha diversos livros que poderiam lhe
interessar, combinamos que eu levaria alguns para que ele pudesse
retomar seu hábito de leitura. Disse-lhes alguns títulos, ele
escolheu os que queria, ou que não tinha lido. A memória pode me
enganar, mas se não recordo com clareza, ao menos imagino um brilho
diferente em seu olhar, ou mesmo um leve sorriso.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">No
próximo encontro, que foi o último, levei os livros que me pediu.
Pedro Páramo, Por quem os sinos dobram, Sobre heróis e tumbas...
creio que eram esses. Quero, mas não consigo recordar como foi
exatamente a despedida. Havia um certo clima diferente, porém nunca
fui dado a percepções mais detalhistas. Tenho para mim que deve ter
sido somente um “até mais, professor”, como das outras vezes.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">O
certo é que, alguns dias depois, recebi uma mensagem eletrônica
onde o contato deles dizia:
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Prezado.
Falei com a Edna e com o Belchior, e eles me pediram para te enviar
este recado: Agradecem pelo empréstimo dos livros e DVDs. Os seus
pertences estão na casa da sra. Helen. No entanto, outros dois
livros seus e um livro e canetas da sra. Helen ficaram no hotel em
seu nome, onde eles disseram que jantaram com vocês uma noite. Até.
Rafael.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Assim,
abruptamente, terminavam os nossos encontros com o Antônio, mais
conhecido por Belchior, um dos poetas-músicos-filósofos mais
importantes da música brasileira e latino-americana.
</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Em
respeito ao que nos foi pedido, jamais tiramos uma fotografia ao seu
lado. Nem em Montevidéu, nem no Lago Merín. Essa não-evidência em
imagens é justamente o que nos faz sentir mais próximos a ele.
Tenho certeza de que se ele tivesse seguido seu caminho natural e nos
encontrasse hoje em dia, certamente diria, com seu maravilhoso
sotaque nordestino: “Obrigado, professor!”.</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">P.S.:</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Tempos
depois eu soube que o Belchior seguiu vivendo mais um ou dois meses
no Lago Merín, hospedado por um conhecido personagem local. A prova
inconteste disso era uma série de fotografias. Fotografias... e não
eram 3x4. Eis a divina comédia humana. Soube também que houve um
dia em que uma das músicas dele, de eterna incompreensão, de alguma
forma havia se materializado em Jaguarão. <i>Mas por favor, não saque
a arma no saloon, eu sou apenas um cantor....</i></span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: large;">Nesse
dia, a Leci Brandão tinha vindo fazer um <a href="https://youtu.be/S5TthHBTuJ8" target="_blank">show na cidade</a>. Ao saber
disso, Belchior conseguiu que o levassem discretamente de carro até
a frente da Casa de Cultura, local onde a cantora estava aguardando
para a hora do espetáculo que iria se realizar no Largo das
Bandeiras, o ponto central de Jaguarão. Então, segundo o que me foi
contado, ele pediu para alguém avisar a Leci que “o Belchior
queria falar com ela”. A Leci, obviamente, ficaria surpresa com a
notícia e, também, obviamente - imensamente solidária como sempre
foi, ativista cultural, além de cantora da gema -, iria ao encontro
do famoso colega na mesma hora. Mas qual? Um dos promotores do
evento, talvez se arvorando de protetor da contratada, simplesmente
barrou o mensageiro e, ainda pior, barrou a própria mensagem. Creio
que a Leci nunca soube do fato e o Belchior voltou para o balneário
como um simples adolescente que fora barrado em um baile. <i>Em cada
esquina que eu passava, um guarda me parava, pedia os meus documentos
e depois sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia....
</i></span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0XetKD4GFKwzTG74kNHPEaRfQ4MblV49jKvvoiVD9-oHQHxi7j0XoePmJNS7M0g1LKsCWxe9m4t1NDDO8IOhPmoHG8rKRe7cEWLftNFUt2-hVR3iI6EyLrBXGxLiwSVyoxlAZua7X8OqsDgnqkLGLYPdmrkoBfdaacqvDuPGoPUWrAXmxqYNmZZX4/s840/IMG-20220529-WA0019.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="840" data-original-width="740" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0XetKD4GFKwzTG74kNHPEaRfQ4MblV49jKvvoiVD9-oHQHxi7j0XoePmJNS7M0g1LKsCWxe9m4t1NDDO8IOhPmoHG8rKRe7cEWLftNFUt2-hVR3iI6EyLrBXGxLiwSVyoxlAZua7X8OqsDgnqkLGLYPdmrkoBfdaacqvDuPGoPUWrAXmxqYNmZZX4/s320/IMG-20220529-WA0019.jpg" width="282" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-size: large;">Sim,
Antônio, ou melhor, Belchior, tinhas razão, sempre tiveste razão.
O tempo passa, as gerações mudam, mas <i>ainda somos os mesmos e
vivemos como nossos pais.</i></span><p></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><b><span style="font-size: medium;"><i>Martim César - Jaguarão, maio de 2022. </i></span></b></p></div><p></p><p></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-66284839060213456802022-03-19T20:12:00.001-03:002022-03-19T20:12:18.623-03:00Cine Rio Branco - Martim César<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Dedicado a la família Bittar y su pasión por el cine.</span></p><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">CINE RIO BRANCO (Martim Cesar)</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sabemos que já faz tempo</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas parece que foi ontem</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quando Jaguarão em peso</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Cruzava os arcos da ponte</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O cine Río Branco anunciava</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Outro êxito em cartaz</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E três sessões não bastavam...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Todos queriam bem mais </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Tinha o porteiro Patrón</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Y aquel hombre del ‘franfrut’ </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E após duas matinés</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A famosa sesión ‘Vermut’ </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ver algum beijo na tela </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E nas poltronas também.. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">No intervalo em que a lanterna </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Relampeava mais além </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quantos encontros vividos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">No entrevero de idiomas...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quantos romances nascidos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dos olhares nas poltronas!</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">De vez em quando se ouvia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nomear fulano de tal</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">‘Su presencia se exigía...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Fulana estaba en el hall’</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E ano 50... quem estava</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Jamais esquece um segundo</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Parou o filme... o locutor gritava:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Uruguay... ¡Campeón del mundo!</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Um dia a enchente invadiu</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Grande parte da plateia...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Parecia até que o rio</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Também vinha ver a estreia!</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O mundo ali foi conhecido</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Num balão de Júlio Verne</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E o outro mundo... o proibido!...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Numa sessão ‘Franja verde’ ! </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Poucos lembram quando o cine</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Cerrou suas portas pra sempre</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas Jaguarão ficou mais triste!</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E Río Branco... mais carente! </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Hoje os turistas te invadem</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sempre apressados, dispersos...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Tudo compram! Nada sabem!...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas já morou em ti... o universo.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Fotos: Asientos y cartelera: acervo del museo historico de Juan Carlos Muniz</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Franfrut : Ricardo Hernandez.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Fachada del Cine donde estaba ya alquilada al transporte Rio Branco: Maria Fernanda Passos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div></div><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/GGU4UG1Z0QY" title="YouTube video player" width="560"></iframe>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-48235053735669441852022-03-19T19:47:00.007-03:002022-03-19T20:49:31.365-03:00MERCEDES SOSA Y UN FRONTERIZO EN PORTO ALEGRE<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi-Tr9KSp4x4b_Zxq1Qhs9JnuDyycKQ7WfGx-IC96UnAK1U4OMM9Ptf1YkUr59BEblPV_lwZq_OAhzVs6t0E026DDrDmpCRitFpZvuqy_X_G6-0j2dp4WYxcLGZ_bHHwpvgcmDOA4aj2s0jgdhtVdvvcxT17dRK3rICemwfW54CggndMWcr20iHACE5=s1178" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1178" data-original-width="878" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi-Tr9KSp4x4b_Zxq1Qhs9JnuDyycKQ7WfGx-IC96UnAK1U4OMM9Ptf1YkUr59BEblPV_lwZq_OAhzVs6t0E026DDrDmpCRitFpZvuqy_X_G6-0j2dp4WYxcLGZ_bHHwpvgcmDOA4aj2s0jgdhtVdvvcxT17dRK3rICemwfW54CggndMWcr20iHACE5=w299-h400" width="299" /></a></div><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: #050505;"><span face="Segoe UI Historic, Segoe UI, Helvetica, Arial, sans-serif"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></span></span></span><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">El
“Gigantinho”, estadio cerrado del club INTERNACIONAL de Porto
Alegre, contiguo al “Beira Rìo” perteneciente a la misma
institución, estaba abarrotado por mas de quince mil personas,
ochenta por ciento de las cuales èramos argentinos y uruguayos en
aquel turismo de mil novecientos ochenta. Nos había convocado la
presencia allì de la cantora tucumana Mercedes Sosa, quien iba a
brindarnos un èpico recital. Meses antes, se había producido la
reapertura democrática en Brasil. En cambio, los países del Plata
seguían atosigados por feroces dictaduras. Escuchar a un ícono de
la lucha de nuestros pueblos contra los dictadores, en vivo y directo
no era un espectáculo que se presentara todos los días. Mercedes
había padecido en carne propia la política represiva instalada en
su país por Videla y los demás genocidas. Amenazada por la
organización paramilitar TRIPLE A, debió partir al exilio para
salvar su vida, convirtiendo ese destino errante en una trinchera de
denuncia a los salvajes atropellos padecidos por quienes vivían en
su patria…. </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Yo jamás había estado en la capital de Río Grande
del Sur, ese maravilloso estado que linda con nuestro país. Aquel
turismo, me decidí a hacerlo. Disponía de unos cuantos pesos, y la
economía brasilera era tan accesible que resultaba más barato ir a
pasear allá que quedar en Uruguay, aunque fuera en nuestra propia
casa. Unos días antes de partir estuve en Melo, con mi pariente Lito
Abelar. Lito me dijo que también pasaría la semana en la metrópolis
“gauya”."Nos vemos el sábado en la Rùa da Praia", la
equivalente a Dieciocho de Julio de Montevideo”, me dijo Lito a
modo de despedida…. El primer sábado de ese turismo, tomé un
ómnibus en Yaguaròn y seis horas después bajé en la estación
terminal de Porto Alegre. Quedé atónito por el movimiento infernal;
la enorme cantidad de gente. Nunca había estado en lugar semejante
(Montevideo no contaba aún con su terminal). Al rato logré ascender
a un taxímetro e indiqué al chofer la dirección de un hotel
económico recomendado por un amigo días antes. Mi único equipaje
era una mochila donde llevaba lo esencial para pasar la semana. En un
bolsillo llevaba la tarjeta del hotel, aportada por quien me lo había
recomendado. Se la presenté al amable conserje, manifestándole mi
intención de alojarme toda la semana allí. No pude tener peor
“bienvenida”. Aquel buen hombre, con cara y palabras de
circunstancias, me informó que el hotel estaba reservado para toda
la semana. Y lo peor: que me iba a resultar imposible conseguir
alojamiento en lugar alguno. “Porto Alegre, por la ventaja del
cambio, está repleta de turistas argentinos y uruguayos. Hoy no se
consigue un cuarto de hotel ni por una noche”, remató…. </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Eran las
seis de la tarde. Con toda la desazón del mundo, mi cabeza comenzó
a pensar en la posibilidad de retornar a la estación y tomarme el
primer ómnibus que saliera hacia Yaguaròn. Palabra va, palabra
viene, el conserje se percató de mi desilusión e indagó si yo
tendría problemas en pernoctar, al menos esa noche en una “pensión
familiar” de un conocido suyo. Ante mi consentimiento, escribió en
una hoja del hotel “Plaza San Gerònimo 116”. “No le garantizo
nada, pero ahí puede haber algo”, me expresó al darme la mano… </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Otro taxi, en medio de un mar de “fuscas”, transitando avenidas
cuya existencia desconocía, hablando a los gritos con el chofer. Al
final del viaje, el 116 de la plaza “San Gerònimo” indicaba la
puerta cerrada de un viejo caserón, sin dudas construido muchas
décadas antes. En aquella puerta de cinco metros de alto y dos de
ancho, di dos o tres golpes con mis nudillos, hasta que la abrió un
muchacho de mi edad. Con mi rudimentario portugués le hice saber
cómo y a que había llegado hasta allí. El muchacho me franqueó la
pesada puerta. Subí tras de él una escalinata de seis o siete
escalones y se presentó como el encargado de esa “pensión”…
Para consuelo, puso a mi disposición el cuarto donde èl vivía.
“Mientras usted esté, yo duermo en ese sofá”, me dijo.
Bárbaro!!!!!! Tenía alojamiento, aunque ignoraba por completo que
lugar de la ciudad era aquel. El precio era de risa: a valores
actuales, debían ser cien pesos el día, con baño compartido pero
prolijo. Una vez me bañé para sacarme el cansancio, me dirigí al
“dueño de mi hospedaje”. Eran las siete de la tarde. “Voy a
dar una vuelta, le expresé. Donde queda Rùa da Praia?”. “Queda
acá cerca, pero la pensión cierra a las ocho y luego no se puede
entrar”. Se me cayó el mundo encima. Así que a las ocho se
terminaba mi noche, para recluirme como un monje en aquel “convento”
de principios del siglo veinte!!!! </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEii02oUa1gplY3hQ2xF5RRB973_8QSGM8EMj6PKQ3MnhjGB3z7NBGfHUIB_8D6tgrfYjNUdKne8QiIZyHmjlVDrgdddGQXGubCOmuOIQgEFaceOoOSc59z5WASNxaiQd6tKwfamHSv_-MXitici79islSiOWLLSQ2iB2kKN4nF_qVLrs3vBllA0sqe5=s650" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: arial;"><img alt="Pensión San Jeronimo" border="0" data-original-height="522" data-original-width="650" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEii02oUa1gplY3hQ2xF5RRB973_8QSGM8EMj6PKQ3MnhjGB3z7NBGfHUIB_8D6tgrfYjNUdKne8QiIZyHmjlVDrgdddGQXGubCOmuOIQgEFaceOoOSc59z5WASNxaiQd6tKwfamHSv_-MXitici79islSiOWLLSQ2iB2kKN4nF_qVLrs3vBllA0sqe5=w320-h257" width="320" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;">Pensión San Jeronimo</span></td></tr></tbody></table><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;"><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Con ese panorama, siete y pico de
la tarde, me dirigí hacia “Rùa da Praìa”, que estaba allí, a
cuatro cuadras según información de mi casero. Cuando mis pasos
llegaron a ese lugar, la visión de la calle fue surrealista. Nunca
se irá de mis retinas. Era, como había dicho Lito Abelar, la
“Dieciocho de Julio” de Montevideo. Pero sin vehículos, llena de
gente. Aquello parecía un acto de cierre de campaña del FRENTE
AMPLIO!!!!!! Aparte de no encontrar a nadie, lo más probable era que
terminara perdiéndome en medio de aquel gentío. De inmediato me
percaté de que estaba siendo víctima de una broma del genial
humorista que es Lito… Me sumergí en aquella multitud. Llevaba
tres o cuatro cuadras caminando, sin saber aún donde estaba, cuando
alguien me toma del brazo. Era “Lito” Abelar!!!!!! Hasta ahora no
he logrado saber cómo se dio esa casualidad. Siete y pico de la
tarde, ya tenía que volver a mi “alojamiento” antes que
cerrara…. Sin poder dar crédito a esa enorme prueba de que el azar
existe, le narré a Lito la absurda situación que estaba viviendo.
Pronto serían las ocho y yo debía estar en la pensión, de lo
contrario no tendría donde dormir. Había decidido que al otro día
regresaba a Uruguay…. </span></div></span><p></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">En eso estábamos cuando veo aparecer a
Mónico Aguilera, un amigo guitarrista de Melo, radicado desde hacía
añares en Brasil. Al gritarle, se arrimó, y luego del abrazo,
ofreció acompañarme a mi alojamiento y buscarle alguna solución a
aquel problema digno de Kafka… Con su auxilio, logré que el
muchacho encargado de la pensión me facilitara una llave de la
puerta de calle. Aquella enorme pieza de cerrajería que me entregó,
digna de un museo (casi veinte centímetros de largo y un peso
aproximado a los cien gramos), me iba a posibilitar la entrada y
salida a la hora que quisiera…. Cambió mi ánimo; se transformó
la noche; mudaron las perspectivas. </span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Estaba instalado en un
alojamiento que se ubicaba en pleno centro de Porto Alegre, pagando
un precio ridículo por el mismo. Tenía dinero para pasar un año en
aquellas condiciones…. Dejé la mochila en el cuarto, le pedí
orientación a mi casero sobre donde ir a cenar, y salí a recorrer
la noche “portoalegrense”. Como primer paso, al ir a la “Rùa
da Praìa”, constaté que ésta seguía igual de llena. De Lito
Abelar ni rastro. Por allí encontré una enorme churrasquería,
llena de gente. La mayoría hablaban en castellano, por lo tanto no
había dudas que se trataban de turistas "platenses". Luego
de tomarme dos whiskies, comí un exquisito asado a las brazas,
pagando por todo ello algo así como veinte pesos actuales… En un
diario que el mozo me alcanzó leí que allí cerca se exhibía la
mítica película “Estado de sitio”, filmada por el griego Costa
Gavras, y cuya trama narra la lucha de los tupamaros contra el
gobierno y ejército uruguayos en 1970. En aquel entonces, se
organizaban excursiones de uruguayos a las ciudades brasileras donde
era exhibida dado que en nuestro país, si la dictadura seguía
gobernando, jamás iban a permitir pasarla…. Esa noche disfruté
con la cena “regalada” en aquella churrasquería y luego mirando
como los tupamaros hacían justicia con Dan Mitrione, en la magistral
obra de Gavras, con música de su compatriota Theodorakis…. </span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Próximo
a la media noche, regreso a mi “hogar riograndense”. Buen abrigo
para la temperatura que el otoño trae a este lugar del mundo en esa
época, me acosté a dormir, pletórico de sensaciones, pero más que
nada de LIBERTAD SIN DICTADURA!!!! A las seis y pico de la mañana,
me despierto al escuchar músicas de acordeones, de guitarras, de
cantos propios de la región donde estoy enclavado. Con asombro e
incertidumbre me arrimo a una ventana de mi cuarto, que daba a un
amplio patio interior de aquel caserón: allí estaban varios
“gauyos”, ataviados con sus ropas características, afinando sus
instrumentos, cantando, tomando mate y caña brasilera, entre bromas
y chanzas. Mi pensión resultó ser un recinto donde se alojaba esa
buena gente del interior riograndense, que concurría a la capital a
participar de las criollas a realizarse en “Esteìo”, el símil a
nuestra semana criolla del Prado montevideano… Una tarde me arrimé
al fogón donde se elaboraba un exquisito asado. Al presentarme, me
preguntaron si con esa voz, trabajaba en radio o era cantor. "Ninguna
de las dos cosas. Aunque a veces, en ruedas como ésta, luego de
tomar algún trago y si tengo quien me acompañe, me animo con alguna
canción". Ante ello, luego de tres o cuatro copas, comencé a
canturrear. No faltó un brasilero que se ofreció a acompañarme con
su guitarra, para culminar con "GUITARRERO VIEJO", una de
mis preferidas de Zitarrosa, recibiendo un estruendoso aplauso por
parte de aquel selecto auditorio.... </span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Esa tardecita, voy al hotel
“cinco estrellas” donde estaba Lito Abelar, a escasas cinco
cuadras de San Gerònimo 116. “Esta noche canta Mercedes Sosa en el
“Gigantinho”; ya tengo entrada para vos”, me dice el querido
pariente, a modo de saludo… Allí fuimos. De entrada, el clima era
alucinante. Miles y miles de uruguayos y argentinos haciendo cola
para entrar. Banderas de ambos países del Plata. Y aunque nos
pareciera un sueño, banderas de nuestro FRENTE AMPLIO, tantos años
escondidas…. Nos sentamos anhelantes de escuchar, de participar de
aquel acontecimiento mágico, sabiendo que éramos participes
directos también de un hecho inédito. Subió Mercedes con su bombo,
sus acompañantes en guitarras, charangos y otros instrumentos.
“Queridos hermanos, acá estamos con nuestro canto; con nuestro
mensaje de libertad. Sabemos que la mayoría de ustedes son
argentinos y uruguayos. Bienvenidos”, palabras más, conceptos
menos, así comenzó su concierto…. Cuando ya a los uruguayos nos
había hecho llorar a lágrima viva al interpretar “El violìn de
Becho” y hacerle un homenaje conmovedor a ALFREDO, sonó el
estruendo de una bomba en medio de las tribunas, para de inmediato
nuestros ojos comenzar a sentir un escozor brutal. La derecha no
dejaba de pasar boleta a semejante expresión popular y atacaba
arteramente haciendo explotar gases lacrimógenos para interferir en
aquel concierto único… </span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">Mercedes, con un dominio absoluto del
escenario, ordenó encender las luces de todo el estadio. “Claridad,
por favor, claridad. Los lobos traicioneros se escudan en la sombra”… </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505; font-family: arial; font-size: 11pt; text-align: left;">LALO LARREGUI / SETIEMBRE 2015</span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</p><p></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-71094434837001443812022-01-04T20:49:00.002-03:002022-01-04T20:49:22.773-03:00PESADELO - Hélio Ramirez<div style="text-align: left;"><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Considero essa música uma das obras primas do paisano. Lembro que ela surgiu lá pelos anos setenta e a cantávamos nas serenatas. Alguns insinuavam que o autor deveria estar muito louco ao compor a letra. Esses afoitos não imaginavam a tremenda capacidade criativa do Hélio em processar o cabedal de leituras, filmes e vivências e transforma-las em arte poética e musical.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Com elementos do surrealismo, psicanálise, apocalipse, referências a Andy Warhol, Salvador Dalí e outros, além do ambiente persecutório da ditadura Militar à época, a letra é um assombro que nos leva em turbilhão como bem diz o paisano.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">A música faz parte do CD Caminhos de Si junto com o poema Delírio do Martim César.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Fizemos, Ana Julia Breunig de Freitas , Santiago Passos e eu, as imagens em agosto na Casa Azpiroz que, além de moradia, arte e hospedagem, também é Cine.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Espero que lhes guste!</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ficha técnica:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Do CD CAMINHOS DE SI.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Música e letra: Hélio Ramirez</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Arranjo: Leonardo Oxley e Fabrício Moura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Baixo eletroacústico, violão e bandolim: Fabrício Moura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Violoncello e violino : Leonardo Oxley.</div></div></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/4SVrQPBs5J8" width="480"></iframe></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-80949592013100409512021-12-26T12:04:00.006-03:002021-12-26T23:31:12.301-03:00CASA AZPIROZ - Hospedagem na Fronteira Jaguarão - Rio Branco<p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.facebook.com/casaazpiroz" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="523" data-original-width="960" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiCLUhLN-ZqtOclbNuTUC9n1VtJFtow46ktnhaaRcjfXJKU8yh7PVDFBws7aVx6jT0-DCtg6CAtXI7ErVFtlSb1p9kbk7o72_dHsGD4NIBFrdJz92POzX3VbA3pnmurPT6hwfq-XaxBVFU9lZ1a5r7vF-bwfmm5yJ_YjdHShkYFYTylzRYxidKr2LH_=w536-h230" width="536" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Um novo local de hospedagem surgiu na fronteira Jaguarão Rio Branco: Casa Azpiroz, uma casa rodeada de natureza e também inserida na zona comercial fronteiriça, ideal para quem busca se hospedar em um entorno histórico, cheio de memória e estar a poucos passos do Rio Jaguarão. </p><p style="text-align: justify;">Aqui, o hóspede poderá disfrutar de ambientes aconchegantes e inspiradores, sentar ao calor da lareira disfrutando un vino uruguayo, relaxar na rede à sombra da goiabeira, ver um filme na sala de cinema ou mesmo tomar um chá na varanda com as ervas medicinais da horta orgânica que os donos da casa cultivam. </p><p style="text-align: justify;">Suas paredes contam um pouco da história que esta casa e o rio têm, através de arte, fotos antigas e outros recuerdos. A antiga morada da família Passos virou um <a href="https://www.fronterizos.org/?post_type=post&p=144" target="_blank">Curta Metragem</a>, <a href="https://youtu.be/xzwp9pvIQYQ" target="_blank">"Casa de Rio"</a>, dirigido por Luiz Alberto Cassol e faz parte do longa <a href="https://www.fronterizos.org/" target="_blank">Fronteiriz@s</a> participando de vários Festivais de cinema Latino-americanos. </p><p style="text-align: justify;">A Casa, localizada no Parque Remanso, na cidade de Rio Branco, se encontra estabelecida em meio à ótimos restaurantes, a poucos metros dos freeshops, parques e em frente à ponte Internacional Mauá. </p><p style="text-align: justify;">Em termos de estrutura para acomodar seus clientes, a Casa Azpiroz conta com dois quartos de casal e uma sala - quarto com lareira. A cozinha é equipada para que o hóspede possa fazer suas refeições em casa, se assim desejar. O café da manhã é por conta da Casa! Garagem descoberta gratuita, monitoramento por câmeras 24h por dia e ronda noturno, ideal para quem busca segurança e tranquilidade.</p><p style="text-align: justify;">Contatos: </p><p style="text-align: justify;"><a class="oajrlxb2 g5ia77u1 qu0x051f esr5mh6w e9989ue4 r7d6kgcz rq0escxv nhd2j8a9 nc684nl6 p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of lzcic4wl gpro0wi8 py34i1dx" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fairbnb.com%2Fh%2Fcasaazpiroz%3Ffbclid%3DIwAR14_V5ngUEcM1YVsRrUjQjDQNlVe5K624KTMxXVnRJWyfa3KKhDsyIgoc4&h=AT1-AWbZWVsYcR9cNCN3bzVJV4KfPTmG868LyOA9qU-CPRelBrhvZJ9mOYfvraJwUF0sq0209a1A3_ecZZ8Z9djpWnRNUEMgAhCMexlf-oHII8RZ46gSEovj7KJyAryqVA" rel="nofollow noopener" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: white; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: left; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">https://airbnb.com/h/casaazpiroz</a></p><p style="text-align: justify;">Email: <span style="text-align: left;">casaazpiroz.uy@gmail.com</span></p><p style="text-align: justify;">https://www.facebook.com/casaazpiroz</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: center;">Fotos</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-GhmRW_MsGNtq1rNvtJcbdbkKe-eLtu5fDhwvwpMNrTpVQLAzCFzDMMtPv3dSRE84jrKmFHlV-L0OfohxUtQmGSBKW-NvBneH6LpS8BKn_FQ1NvXeVCWQM3E654EkvaYw_lq4rx_GH0eq5MTLTn5u8Rso3ErjmMmc7R2aA5dzDOOKzUmwDtX3U2Yc=s2048" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1072" data-original-width="2048" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-GhmRW_MsGNtq1rNvtJcbdbkKe-eLtu5fDhwvwpMNrTpVQLAzCFzDMMtPv3dSRE84jrKmFHlV-L0OfohxUtQmGSBKW-NvBneH6LpS8BKn_FQ1NvXeVCWQM3E654EkvaYw_lq4rx_GH0eq5MTLTn5u8Rso3ErjmMmc7R2aA5dzDOOKzUmwDtX3U2Yc=s320" width="320" /></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcDJtpuLcI7fQumcq1o9AMkknn_NVNA6uATnHTTEDf2sVIh4dpjQGpaxRk5wXkWHFR6Hvv_tJ3GuMnzm1LRorjfvE9MA4wnbWwuZmCTa_BXJZJ6kcumu-2nGT6eoLOow1kkaIbEK5dUnWYe40wsEt3EPYKku_xDhsAID3Zz81c9CXBMLO-Qi1tu2Bi=s900" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcDJtpuLcI7fQumcq1o9AMkknn_NVNA6uATnHTTEDf2sVIh4dpjQGpaxRk5wXkWHFR6Hvv_tJ3GuMnzm1LRorjfvE9MA4wnbWwuZmCTa_BXJZJ6kcumu-2nGT6eoLOow1kkaIbEK5dUnWYe40wsEt3EPYKku_xDhsAID3Zz81c9CXBMLO-Qi1tu2Bi=s320" width="256" /></a></div><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEibJbR3zk2pmO08hVxIOs7f7hcvKH24Q2a4-l54G4ALBiJbuWqhu2SCCwiMJFDmeTBfw1Qj7nRVogNFvsetCMXRgy5D0gJZDQxF2YHhT3eXxAv4OoPT133s5GS5Ywbn7CNThETvvw_W8lfkYfw50qfKoIeCSwFZ9owoq1vkSZ_P0WcfzjQqcyBN9u6_=s1600" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="737" data-original-width="1600" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEibJbR3zk2pmO08hVxIOs7f7hcvKH24Q2a4-l54G4ALBiJbuWqhu2SCCwiMJFDmeTBfw1Qj7nRVogNFvsetCMXRgy5D0gJZDQxF2YHhT3eXxAv4OoPT133s5GS5Ywbn7CNThETvvw_W8lfkYfw50qfKoIeCSwFZ9owoq1vkSZ_P0WcfzjQqcyBN9u6_=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjtVVUZXpbbmid9kwE3lbYHQYj8qreEZbXi6NA8rhPwKNmJgTyLS-gAMFmjEismIL0s2H2x30Cgilk258PT1klAuR26j8Vf1NurFIj4UJRVnCrscYTGsodNPLvHWzyMUoG_d-ZhnW1yhx9v0tjOdT64Q6V0VWhpsTnj8ffmv4Wi1kHVdOO95_UdwiaD=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="737" data-original-width="1600" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjtVVUZXpbbmid9kwE3lbYHQYj8qreEZbXi6NA8rhPwKNmJgTyLS-gAMFmjEismIL0s2H2x30Cgilk258PT1klAuR26j8Vf1NurFIj4UJRVnCrscYTGsodNPLvHWzyMUoG_d-ZhnW1yhx9v0tjOdT64Q6V0VWhpsTnj8ffmv4Wi1kHVdOO95_UdwiaD=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi3GT7WT6o_mc-mBoPFoQ0hi58zhrxrTG4QYbjzaGk-MBrdRDLP4teSCXy6n2p0lfIM6vr3tVNgf7WEeCu_4s8mHfyeMNGevO7lIGVDKHrVmKVnsTwsnQFVUz_3SuuNyOm0yjMtpwB-YsdvnLDJaYaX9eN37f0iIRowiI0C61clmxGHfa-SFWeL9nx=s1426" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="752" data-original-width="1426" height="169" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi3GT7WT6o_mc-mBoPFoQ0hi58zhrxrTG4QYbjzaGk-MBrdRDLP4teSCXy6n2p0lfIM6vr3tVNgf7WEeCu_4s8mHfyeMNGevO7lIGVDKHrVmKVnsTwsnQFVUz_3SuuNyOm0yjMtpwB-YsdvnLDJaYaX9eN37f0iIRowiI0C61clmxGHfa-SFWeL9nx=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLeXkutx3MBzjlGtrdxmHBIKspb0-m5-ORlHpdh1kZoEXyzQCMlGtzAbfofVid_dyyzr8wNTrpvGO-juK5HaSwqf_RU_pWZLghsuSiF1UVPhyBt4Sj39YWjNZlYFtS-6cH_Gm3fYFoBi8jlICbNMcJ8vjzaZFozOcenPzv4XHRa57d04imDyv1KZcE=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="737" data-original-width="1600" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLeXkutx3MBzjlGtrdxmHBIKspb0-m5-ORlHpdh1kZoEXyzQCMlGtzAbfofVid_dyyzr8wNTrpvGO-juK5HaSwqf_RU_pWZLghsuSiF1UVPhyBt4Sj39YWjNZlYFtS-6cH_Gm3fYFoBi8jlICbNMcJ8vjzaZFozOcenPzv4XHRa57d04imDyv1KZcE=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1rSEBS6Gz7XPf7nadxT7MvRbOKlO7nEv7qK5d4Ug9PI9pGD-2KA3Ltq4xE6JINbjI_DxfYB1dSIDpyiYM_uoFWIaB5vY4cBPDpQ7g3vbqCsdkGjych7bWwI4DbReJTkHTFUqYWdsBfYUsGzUF0BS9ZTEjY1XF-fDEJbml0Lmh-7aLv-adBqAFebW4=s1350" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1rSEBS6Gz7XPf7nadxT7MvRbOKlO7nEv7qK5d4Ug9PI9pGD-2KA3Ltq4xE6JINbjI_DxfYB1dSIDpyiYM_uoFWIaB5vY4cBPDpQ7g3vbqCsdkGjych7bWwI4DbReJTkHTFUqYWdsBfYUsGzUF0BS9ZTEjY1XF-fDEJbml0Lmh-7aLv-adBqAFebW4=s320" width="256" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhPPIB-NoYw-uMzGvnX_ntV3PTaq01heK6BsaXqHp-n9k-fatG9gG3wu5psV2Q1fa5JltUS87vnGg_S0B7y3I2RHtmUvnVMm3wTS2JBELuDC4hAbx3iwcaJu4VQsZhkYvhQXdvCTgS5_ppaLGPK5ZwgvgxR3N0XL_z12RrkfVOXXhDpIOf3KrstX0zF=s1350" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhPPIB-NoYw-uMzGvnX_ntV3PTaq01heK6BsaXqHp-n9k-fatG9gG3wu5psV2Q1fa5JltUS87vnGg_S0B7y3I2RHtmUvnVMm3wTS2JBELuDC4hAbx3iwcaJu4VQsZhkYvhQXdvCTgS5_ppaLGPK5ZwgvgxR3N0XL_z12RrkfVOXXhDpIOf3KrstX0zF=s320" width="256" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjtzdqkejOI5E71y24M2rl1yzQkHgdl5B4NximkAdVJxz0FE0VdmNSpmBGiM4beSbQTFlXiwBaowHXZaz647HuZlf2ahr64Dpo6ntGjfmM5nMh1Wdlnj02l33MmA5mph_SrCh4Wh6qeFrxraPdK4iJzshrJyAsaXCyDQQ8D_Ss9W5qr9BgW2ZeBFBAq=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="737" data-original-width="1600" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjtzdqkejOI5E71y24M2rl1yzQkHgdl5B4NximkAdVJxz0FE0VdmNSpmBGiM4beSbQTFlXiwBaowHXZaz647HuZlf2ahr64Dpo6ntGjfmM5nMh1Wdlnj02l33MmA5mph_SrCh4Wh6qeFrxraPdK4iJzshrJyAsaXCyDQQ8D_Ss9W5qr9BgW2ZeBFBAq=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiE0oXkXBs7wd2_ANG_Z_hHnOM4vnW3nVwJg3Dz-ELLBAIdSy3-kywb59SglFh8TXA_z64NB87z9yMsBUzvPc6aS0zSxjslDpKVFOd8pR4ylrtkOAETVFwYHGzGUDsv0Z2woMGkW4-sc5sXLASV0LGbPd2jOAYFIxDBR1Z5Wzh7JDUqZDa0K53UBttT=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1407" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiE0oXkXBs7wd2_ANG_Z_hHnOM4vnW3nVwJg3Dz-ELLBAIdSy3-kywb59SglFh8TXA_z64NB87z9yMsBUzvPc6aS0zSxjslDpKVFOd8pR4ylrtkOAETVFwYHGzGUDsv0Z2woMGkW4-sc5sXLASV0LGbPd2jOAYFIxDBR1Z5Wzh7JDUqZDa0K53UBttT=s320" width="281" /></a></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiJcEC_uEBdgEwNKLS8W9riULtNDkKPtVuC5DgdjKA5iUPt4FjucNQ8lhRv4SRkx2s23oaOxVe7aPAOh44XSww1t9EZICp3nw5n6EY9uETC8dXL8JyB_QN25BlVkyMh2KO6-gZP87469iYtv4IRfkhliy5TXoSg_FPfkM-BiuHw32hCOuT_JcrP46U=s1352" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1352" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiJcEC_uEBdgEwNKLS8W9riULtNDkKPtVuC5DgdjKA5iUPt4FjucNQ8lhRv4SRkx2s23oaOxVe7aPAOh44XSww1t9EZICp3nw5n6EY9uETC8dXL8JyB_QN25BlVkyMh2KO6-gZP87469iYtv4IRfkhliy5TXoSg_FPfkM-BiuHw32hCOuT_JcrP46U=s320" width="256" /></a></div><br />J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0Rio Branco, Cerro Largo, Uruguai-32.5931047 -53.3744131-60.903338536178843 -88.5306631 -4.2828708638211523 -18.218163099999998tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-3935365642070737292021-10-24T20:59:00.000-03:002021-10-24T20:59:11.658-03:00FRONTEIRIZ@S | Observatório Iecine<iframe title="vimeo-player" src="https://player.vimeo.com/video/637712632?h=331c199de6" width="640" height="360" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-84830582761835289292021-08-03T20:13:00.004-03:002022-03-19T20:13:06.606-03:00Soterrados - Martim Cesar<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-sxhgREafvBc/YQnLztuXnnI/AAAAAAAAMCQ/deV340xdL9opal1yHlzYtf3IHc3XfbfqgCLcBGAsYHQ/s1517/O%2BGrito.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1517" data-original-width="1200" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-sxhgREafvBc/YQnLztuXnnI/AAAAAAAAMCQ/deV340xdL9opal1yHlzYtf3IHc3XfbfqgCLcBGAsYHQ/s320/O%2BGrito.jpg" width="253" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">"O Grito" pintura de Edward Munch</span></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: center;">SOTERRADOS</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre meu corpo uma pedra</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre a alma uma montanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em volta, uma estranha guerra</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que em lama e sangue se banha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Guerra surda e disfarçada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Como se fosse inventada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ou fosse em outro país</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Guerra com luzes maquiada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Com brindes comemorada,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sob o espocar dos fuzis</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas aqui, sob a pintura,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Resta o quadro verdadeiro</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A tarde clara é escura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E é intenso o nevoeiro</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nem a certeza do sol</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que voltará algum dia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Cala essa dor de estar só</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre uma terra vazia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Vazia, mas não de homens,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nem de mulheres vazia,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Carente, mas sim da fome</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Da vida amena e sadia</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que entenda meu sentimento</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Povo do chão de onde eu vim</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Esse infindável lamento</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que cresce dentro de mim</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Represa em mar rebentando</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Punhal cortando a mordaça</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Um afogado respirando</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O ar que passa... e não passa!</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Da gente que é minha gente</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pois de seu barro fui feito</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nascidos do mesmo ventre</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Com igual bondade no jeito</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Por isso, povo, não cales</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Minha voz saindo da tua</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Se vivo em teus mesmos bares</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Se ando em tuas mesmas ruas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Qual a trincheira, eu sei bem,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em que devemos estar</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Tu, por povo... e eu também,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nascidos do mesmo lar</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas, talvez, por artimanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">De quem bate e esconde a mão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Aquele que hoje apanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não saiba ver seu vilão</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E, assim, em bandos distintos,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Como seres diferentes</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Frente a frente, estamos nós.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E essa é a dor que mais sinto!</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ao ver que há tanto inocente</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Apoiando seu próprio algoz</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre meu corpo uma pedra</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre a alma uma montanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em volta, uma estranha guerra</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que em lama e sangue se banha</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Há lobos feito cordeiros</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E mentiras em mil faces</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas só um rosto verdadeiro</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Por trás de tantos disfarces</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Tantas perdas, tantas vidas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Cortadas antes do fim</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">É como se todas elas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Morressem dentro de mim</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Por isso, povo, permita</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Meu grito desesperado</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Bem mais que pedras me oprimem</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Tantos sonhos soterrados</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre meu corpo uma pedra</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sobre a alma uma montanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quero sorrir e não posso</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A dor me alcança e me ganha</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pois mesmo que a luz retorne</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E derrote essa escuridão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A inocência quando morre</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não volta a seu mesmo chão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ainda assim seguir lutando</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mesmo assim seguir em frente</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E sempre em nós resistindo</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nossa bondade insistente</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quando as palavras não bastam</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Frente à imponência das armas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quando a truculência é aplaudida</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E a arte ao lixo é jogada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quando a ganância triunfa</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E polui as águas e as almas...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não abdicar da utopia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não se bandear de trincheira</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não crer que a intolerância</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">É só mais uma bandeira</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não ver a desigualdade</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Como um acaso divino</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nem a carência de tantos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Como obra do destino</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Assim juntos venceremos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mesmo sendo derrotados</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Porque os rastros que deixamos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não podem ser apagados</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mesmo que os outros não saibam</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E ocultemos nossa essência</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O que somos... nós sabemos!...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não se engana a consciência</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Por isso que essa montanha</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que tanto me oprime agora</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pode até ser cordilheira</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ocultando a real história</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas bem mais cedo que tarde</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Bem mais perto que distante</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Irá nascer outro sol</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">De uma manhã mais radiante</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E esse dia que sonhamos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E que virá com certeza</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Verá o rio da nação</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Vencer mais essa represa</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E juntos festejaremos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">(Mesmo os que já não estão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pois tudo que aqui fizemos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Deixa suas marcas no chão)</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E já não mais soterrados</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sob tanta hipocrisia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Minha mão na tua mão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Feito quem luta e confia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Gritaremos que a ilusão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que a nossa ingênua utopia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não se dobraram à opressão</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que a arte e sua rebeldia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que a luz de cada canção</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que a força da poesia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Semearam, dia após dia,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O fim dessa escuridão.</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Martim César</div></div><p><br /> </p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-75819259911372573142021-07-26T22:24:00.002-03:002021-07-26T22:26:21.338-03:00*UMA CHARLA SOBRE O EPISÓDIO ALÉM DA FRONTEIRA*<p> </p><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A partir de hoje, até a próxima sexta-feira, dia 30 de julho, vamos publicar diariamente cinco bate-papos sobre a criação dos roteiros, ouvir depoimentos de convidados e curiosidades sobre a produção e as filmagens dos episódios que fazem parte do longa-metragem *Fronteriz@s*.</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A primeira charla é sobre o episódio *Além da Fronteira*. Participação de Alexandre Mattos Meireles (diretor e corroteirista), Adry Silva (corroteirista), Cintia Langie (Assistente de Direção e Montadora) e Hilton Oliveira (ator). Mediação de Ricardo Almeida, produtor geral do longa *Fronteriz@s*.</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Já está lá no portal: <span style="font-family: inherit;"><a class="oajrlxb2 g5ia77u1 qu0x051f esr5mh6w e9989ue4 r7d6kgcz rq0escxv nhd2j8a9 nc684nl6 p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of lzcic4wl py34i1dx gpro0wi8" href="https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.fronterizos.org%2F%3Ffbclid%3DIwAR0lKA-ex17Q18GyAQqjLWqr4fhDSpgKrpEVo-Um2kRhJyzc6KWJ7k8kIzE&h=AT1tJP5PpykcT3BYX4raG5FdaiFQzacWpAjn_9EbSEwiZlBCuJgBzPotQAFW2Di7aCLwgA9j25rlGMxzbZllSbatr55mOd7lP-5Tlug6ggSCb03Li40yF9PEBUnwhxIT&__tn__=-UK-R&c[0]=AT1_GxrA-siG9Hj2V4le4KLCE1U7ScrgsE2Zo6bAoeyyfGLTpT1IV2n6Lt_HisNVXAkNrdqvAI2uaUnbK3KlKgb5xzhUTXrnJc1KZ3DVpoMv5QDaisr6_8IvGHnh4OwRj6fyLnrLp4DLb1AsmNBiZoD1LwcX1ZJQK-iPzrHIcmiBcw64ps0FnMw_RymhKqNVZ_dyMTI" rel="nofollow noopener" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">www.fronterizos.org</a></span></div></div><p><br /></p>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="https://player.vimeo.com/video/579248048" title="vimeo-player" width="640"></iframe>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-56696481470534021852021-03-15T20:00:00.006-03:002021-03-15T20:00:53.551-03:00Asas, garras e sonhos<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Uvw35X4_yX0/YE_mCWIGQYI/AAAAAAAAL4k/HGbeZeG-a2oPlzYkP0jAmVrExIEq_MiewCLcBGAsYHQ/s812/%25C3%25ADcaro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="812" data-original-width="520" height="387" src="https://1.bp.blogspot.com/-Uvw35X4_yX0/YE_mCWIGQYI/AAAAAAAAL4k/HGbeZeG-a2oPlzYkP0jAmVrExIEq_MiewCLcBGAsYHQ/w248-h387/%25C3%25ADcaro.jpg" width="248" /></a></div><br /> <span style="text-align: justify; text-indent: 48px;">Tinha asas. E pensar que todos nós, caídos do céu, já tivemos asas. </span><p></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.27cm;"></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.27cm;"><br /></p><p></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
asas, não como as de um pássaro precipitado ao precipício, </span>
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Resistindo
ao vento, irresistível sopro.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
asas, não como as de um anjo, imperfeição perfeita,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Solidão
desfeita pela vida eterna.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
asas, não como as que batem fortes, sustentando o corpo,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Imitando
as luzes que imitam o tempo.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
asas, não como voluntário apêndice, fantasia crédula,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Poder
infinito sob olhar brilhante.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras. E pensar que todos nós, única origem, já tivemos garras.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras, não como as que sangram presas, necessária luta,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Amoral
disputa pela luz do sol.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras, não como as que prendem e soltam, liberdade efêmera,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Prisão
passageira a caminho, a caminho.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras, não como sedução desperta, sussurrar malévolo</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Que
provoca pânico, convulsões de amor.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras, não como defesa lógica, atuar certeiro,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Álibi
bendito a esperar momento.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
sonhos. E pensar que todos nós, papéis em branco, já tivemos
sonhos. Tinha sonhos, não como delírios súbitos,
loucuras secretas,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Obscenas
faces ocultas da vida.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
sonhos, não como matéria ampla, fronteiras largas,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Caminho
envolto em mantas e pedras (arredondadas).</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
sonhos, não despertos ao acaso, prolongada hora</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> De
sabor ardente, de ardor urgente.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
sonhos, não de indecifráveis símbolos, de irrefletida face,</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Obscura
fonte de mensagens certas.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
asas. </span>
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
garras.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
sonhos.</span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"> Tinha
medo. </span></p><p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><br /></span></p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><b> E.
J. Martins </b></span>
</p>
<p align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><b>
Nov/99</b></span></p>
<p align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;">É
verdade?</span></p>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-62864084404692897512020-09-14T19:23:00.004-03:002020-09-14T19:23:36.663-03:00Al Mestre Vado<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Isq2IyivDxQ/X1_sy9jOgFI/AAAAAAAALzM/otRHoIasD0MnzneH01UlqvqyrmKsUWCuACLcBGAsYHQ/s703/vado%2Bconfra.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="703" height="338" src="https://1.bp.blogspot.com/-Isq2IyivDxQ/X1_sy9jOgFI/AAAAAAAALzM/otRHoIasD0MnzneH01UlqvqyrmKsUWCuACLcBGAsYHQ/w450-h338/vado%2Bconfra.JPG" width="450" /></a></div><p></p><div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><b>MESTRE VADO</b></div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Llora tu viejo cachimbo</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">en notas enronquecidas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">sangra por dentro y no entiende</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">el porqué de tu partida</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">El pueblo que tantas noches</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">se deleitó en tu instrumento</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">tristemente ve apagarse</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">la estrella de tu talento</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Integrarás otro bloco</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">con sonido celestial</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">animando para siempre</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">otro eterno carnaval</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Con la humilde sencillez</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">de un ser humano ejemplar</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">nos legaste la enseñanza</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">que el rumbo, se hace al andar</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mestre Vado, Jaguarense</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">vivirás en la memoria</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">de la gente, pues no mueren</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">quienes marcaron la historia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><i><b>Carolino Correa</b></i></div></div>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-21662242642977460482020-07-19T19:15:00.001-03:002020-07-19T19:15:51.397-03:00JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE III)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-aI8Rjac-WNw/XxTExCmevbI/AAAAAAAALxY/FFieRhxoOEIb1ydBUPu4Gjx5XtkNFvc8wCLcBGAsYHQ/s1600/IMG-20200606-WA0026.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-aI8Rjac-WNw/XxTExCmevbI/AAAAAAAALxY/FFieRhxoOEIb1ydBUPu4Gjx5XtkNFvc8wCLcBGAsYHQ/s320/IMG-20200606-WA0026.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Amanhã, tomorrow</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Táxis, uruguaios e refrigerantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cerveja barata, carros velhos e tijolinho. Nesse universo quântico, a moeda dita os</div>
<div style="text-align: justify;">
costumes. É fronteira, transmutação atravessamento. Toda ideologia flerta com o capital</div>
<div style="text-align: justify;">
adequado, oportuno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Naquele antigamente, os excêntricos: T. das Galinhas, terrível pitonisa! Sputnik,</div>
<div style="text-align: justify;">
Luminário, Pitrês; Odé, Odé, banana- com seu terrível e temeroso tourette, Locke de</div>
<div style="text-align: justify;">
Vara, Locke da Rodoviária, M. Franco, Echevenguá, exalavam um mar de energia e</div>
<div style="text-align: justify;">
premonição. Visionários, arrojados, impetuosos profetas, não temiam o futuro!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez possuíssem a fórmula do porvir no seu inconsciente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se eram loucos não sei; os outros não tinham visão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora zanzamos a esmo do Brasil para o Uruguai, do Uruguai para o Brasil, numa ponte</div>
<div style="text-align: justify;">
sem trem. Silenciosa expectativa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Precisamos de um futuro!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Precisamos de um tomorrow! De um novo Prometeu para despertar o urro do jaguar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>Thadeu Gomes.</b><br />
<br />
<i>Ao primo Zé Roberto, Jorge, amigo de muita fé e muitos manos e manas, que nos</i><br />
<i>reconhecemos como de “importância”, em alguns momentos de nossas vidas.</i>J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-27533760695063686462020-06-30T12:58:00.001-03:002020-06-30T18:41:41.623-03:00Adem - Ave do Paraiso<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuOJRFMWTIM_ovqgD-gaeR_mnRYc9hXJI-kZgQN-KiIc0QA1KtH2eTa7dbUKhYrb2LNsjmxbZBqkxvhDVWw43pN4gJroNoI9gTwH3B-ufGG6IzBBPd0NDQN9sahIUFElPh-7dFuUESD1k/s1600/Adei.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1106" data-original-width="826" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuOJRFMWTIM_ovqgD-gaeR_mnRYc9hXJI-kZgQN-KiIc0QA1KtH2eTa7dbUKhYrb2LNsjmxbZBqkxvhDVWw43pN4gJroNoI9gTwH3B-ufGG6IzBBPd0NDQN9sahIUFElPh-7dFuUESD1k/s400/Adei.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto cedida por Gilberto "Cabeça"</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Hoje estou ouvindo Creedence, mas poderia ser Nelson Gonçalves ou Claudia Barroso. Aí eu lembro que escutei durante toda minha infância e adolescência: “me chama de gaveta e me remexe toda” ... Uma tirada humorística, com conotação sexual. Todo carnaval esperávamos ansiosos para saber das novidades dos personagens tradicionais da folia – Fedegosa, o Índio, o Eli e os mascarados, etc. Mas, na rua do Cordão, expectávamos para ver a rainha, a diva, a musa, a poderosa, a Deusa, Logum Edé: a Ave do Paraíso – Adem</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Thadeu Gomes-jun 2020</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nota: O popular Adem na verdade tinha como nome artístico Adei, o inverso de Ieda. Sua figura foi tema do Bloco do Janjao no carnaval de Jaguarão ha alguns anos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-64809463824849523852020-06-06T19:33:00.001-03:002020-06-06T19:33:54.798-03:00JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE II)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-nec3_7FFZfI/XtwYM30hkaI/AAAAAAAALu8/cH5rJKZ_V9ohH8tvNuJ6uQ1K-FNn_-dPgCLcBGAsYHQ/s1600/IMG-20200606-WA0017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-nec3_7FFZfI/XtwYM30hkaI/AAAAAAAALu8/cH5rJKZ_V9ohH8tvNuJ6uQ1K-FNn_-dPgCLcBGAsYHQ/s400/IMG-20200606-WA0017.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Ontem, yesterday </b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
O padre Luis C. disse: Por que não? Só porque ele é ateu? E nós reconhecemos a
nossa ignorância naquele dia. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Lutar contra o preconceito, racismo e outras arrogâncias, era a ordem do dia. Black
Panther´s, Luther King, Malcom X, tudo ali, em Jaguarão. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não se podia entrar e dançar no Clube Caixeral, Harmonia, Jaguarense, Instrução e
Recreio, nem no salão paroquial da Vila Kennedy, sem ter admoestado por um PM-
“pessoa de cor (negro), aqui não pode se manifestar”. Ponto e vírgula! </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Eu vivi um Jaguarão racista e atrasado. Você lembra disso? Mas o passado não importa!
Tudo continua mais ou menos do mesmo jeito! Voltemos ao tema: estudar, trabalhar e
não se avexar. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Acredite nos seus antepassados; estes sofreram mais do que você!
Colégio Pio XII, Alberto Ribas e Espírito Santo- tenho amigos de todas as classes e
cores. Autoestima, auto- afirmação. Renascendo desde as aulas da Margarida e da
professora Ana Maria, irmã do Lica, filhos da dona Léa.
E aí black is beautiful! </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Havia o Louco da Bita, o Jorge Arides, o Reinaldo, o Carlos Everton, o Lineu, o Carrara
e outros bambas. Havia respeito.
Depois da literatura latino- americana, Pasquins, Cadernos do Terceiro Mundo, Lennon
e Jorge Cafrune, era hora de partir. Assim muitos se foram, levando Jaguarão consigo!
Isso não é fácil, cara! Mas sempre voltamos como os Beatles e os Rolling Stones! </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<b>Thadeu Gomes.</b> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Aos amigos- Gerson, sapateiro; professora Verdina, pelos saraus undergrounds, que só
os eleitos frequentavam e dona Necha, que benevolente, sempre amava todos como
seus filhos.</div>
<br />J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-57485195861737918822020-05-09T20:47:00.000-03:002020-05-09T20:47:48.669-03:00JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE I)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-iv3MhZRamp8/XrdA30nZt4I/AAAAAAAALtg/m_pwpuSvw_Utdgvh1TmEZujUcfXKsglJACLcBGAsYHQ/s1600/imagemthadeu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-iv3MhZRamp8/XrdA30nZt4I/AAAAAAAALtg/m_pwpuSvw_Utdgvh1TmEZujUcfXKsglJACLcBGAsYHQ/s400/imagemthadeu.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div align="CENTER" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></div>
<div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; text-align: left;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Hoje,
today</span></span></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Hoje
não estou aqui, mas tenho a sensação de que o Hélio acabou de me
emprestar </span></span></span>“<span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Cem
Anos de Solidão” para ler; que na casa do Luis Carlos estamos
ouvindo Cosmos Factory, do Credence, “bolacha” quentinha,
comprada naquele sábado de manhã, no Uruguai. À noite, um filme no
Cine Rio Branco- Sacco e Vanzetti!</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">No pé
do Cerro da Pólvora, na casa do Xavier estou escutando Carlos
Santana arrebentando em Woodstock- “Soul Sacrifice”.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Hoje
não estou em Jaguarão, mas chove.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Mais
tarde, às 19:00 hrs, o mate será cevado pela Margarida, numa roda
de chimarrão: eu, Zé Roberto, Clodoveu, Noca e quem mais chegar.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Estou
a querer mais: ouvir ELP- Emerson, Lake & Palmer na garagem do
Cebinho e do Nedilande. “Let It Be”, Beatles, cara, num velho
disco da coleção do Eduardo Gatinha, com seus óculos fundo de
garrafa.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Fiquei
sabendo que o Christino ouve Yes e Joelho de Porco, nos bastidores e
também</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Genesis,
mas isso ninguém pode saber...</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Eu,
Marcelo e o Tomate- too much, falávamos de eventos outros: Clube
Suburbanos,</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Clube
Harmonia, Moody Blues, Ramones e Pink Floyd.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Maria
Fernanda apresentou a obra literária do historiador Carlos Cardoso,
que sugere</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">resenhas
de Álbuns mitológicos do Rock- coisa de louco, especialista.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Jaguarão,
onde tudo começa, onde tudo termina.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Na
companhia do Calão, do Gilnei, do Dagoberto, do Airton, do Jader e
do Dudu, comi peixes lá do Tango, do Fisco, das Palhinhas, das
Figueirinhas da Lagoa, do centro da Esfera. Não importa mais, se
você nunca fez o caminho desses templos espirituais.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Na
companhia de George Gaiolinha, comendo tiras de costela nas noites
encantadoras</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">da
Coxilha, tenho certeza que existo!</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Meu
cachorro me desperta. Preciso cerrar estas conversas com o meu Eu.
Até amanhã!</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">*Para
meu amigo Luis Carlos, da Rua do Cordão, influencer de anos 60/70 e
ainda hoje.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Abraço
e Saúde.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: medium;">Thadeu
Gomes.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western">
<br /><br />
</div>
<br />J Phttp://www.blogger.com/profile/06128803947237168255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4267148746860875986.post-1474689096892828582019-10-10T17:31:00.001-03:002019-10-10T17:31:24.495-03:00Quando os índios invadiram a Europa<h5>
Quando os índios invadiram a Europa.<o:p></o:p></h5>
<div>
<br /></div>
<div>
Um libelo para os tempos atuais...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h3 style="margin-left: 0cm; mso-list: l0 level3 lfo1; text-indent: 0cm;">
Quando os
índios invadiram a Europa<o:p></o:p></h3>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -21.3pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">“- Como
ousavam?”- Se indagaram os brancos reis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não tinham mais que armas
antiquadas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se em seus barcos não cabiam mais que
três<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se nem sabiam que o dinheiro era
preciso<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não se guiavam nem por regras, nem
por leis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não exploravam nem o solo, nem os
rios<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não falavam nem o básico de inglês<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Quando os índios invadiram a Europa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Todos riram... padres, nobres e plebeus</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se esses loucos não sabiam nem guerrear</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E se o faziam, não lutavam por um Deus<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se só comiam o que a terra oferecia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não cercavam os domínios que eram
seus <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Se não sabiam transformar a natureza<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Como podiam comparar-se aos Europeus?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Mas eles tinham seus poderes invisíveis</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E foram, aos poucos, destruindo as cidades</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Plantando árvores no lugar dos
edifícios<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Desnudando as pessoas, chocando a
sociedade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Criando um novo mundo onde todos eram
livres<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E em cada voz só se escutava uma
verdade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Onde não havia nem mais ricos, nem
mais pobres<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Onde se viu o que era, enfim, a igualdade</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Sim, eles tinham seus poderes
misteriosos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -63.8pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Seus
espíritos da floresta,seus remédios naturais </span><span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 14pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -63.8pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Os conselhos dos mais velhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -63.8pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> a coragem de seus bravos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -70.9pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E essa força
sobre-humana de seus deuses ancestrais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -70.9pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E desde então já não se pôde destruir por destruir</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Já não se pôde exterminar ou enjaular
os animais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Já não se pôde livremente poluir o céu
e as águas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E a terra fez-se pura como há muito
tempo atrás<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Quando os índios invadiram a Europa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Já não mais se soube o que era lucro
ou prejuízo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Pois a prata e o ouro só lhes serviam
como enfeites<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E o dinheiro, estranhamente,</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> nunca mais se fez preciso</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Agora, depois que os índios invadiram
a Europa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Os senhores do mundo já não zombam com seus risos</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E a vida passa, livre e bela, sem ter
pressa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Pois desde então estamos aqui:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> no paraíso!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 10.0pt;">Martim
César<o:p></o:p></span></div>
Marticeshttp://www.blogger.com/profile/08004802011004402120noreply@blogger.com0