Cuesta más que los cambios Cicatrizar heridas, Cuesta más que los cambios Recuperar la confianza; Cuesta más que los cambios Borrar y empezar de nuevo Con una gota de humedad Y un gramo de esperanza Cuesta más que los cambios Alcanzarlos a la práctica, Hasta que ellos mismos Sean imaginarios... Cuesta más que los cambios Ver luz jamás esperada. Que un dia por milagro Presencia en las ventanas. Cuesta más que los cambios Aceptar la inclemencia Que el tiempo transitorio Va transformando el orden. Cuesta más que los cambios Aceptar que ya viejos, El tiempo futuro Pertenece a los jóvenes. Cuesta más que los cambios contar mi vida muerta, Mucho antes de la fecha A ocupar mi féretro. El tiempo cronológico Nos cambia por segundos Y el tiempo psicológico Jamás fue complacido Jorge de la Lira Rio Branco, Septiembre de 2007
La vida prohibida que he tenido,
Es la muerte temprana que me han concedido.
(La vida de los seres humanos no se diferencia por su naturaleza;
No me diga Usted, solo acepto ché, Yo soy la conciencia del que empieza otra vez; El niño que soñó y pedió su identidad, De donde aprendió todo menos, el educar No me diga Usted, aún no he madurado, El tiempo no me ha dado la esencia del honor; Yo soy el aprendiz cual me sigo ilustrando, La razón me ha indicado que está todo al revés. Debo de reparar mi estructura interior, Ser solo el que espera de la luz del sol; Que en todas las jornadas que pasan por mi vida, Debo exponer mi estima como un gran pizarrón. Y que el aula me responda con la experiencia viva, Con que la biografia dirá quién soy yo; Y que mañana indaguen los que quieren historia: Yo soy la misma estirpe que floreció y murió. El tiempo es transitorio pero tiene sentido: Todos los seres vivos tienen una realidad, Qe explica su existencia por todos los motivos, Que nunca se hace olvido por más que há de callar. Hay sapatos en tierra que van dejando huellas, Por donde el ser humano llegó, vivió y se fué; Y que luego los arqueólogos rastrean los vestigios, De aquellas impresiones que quedan por saber. ¿Todo el tiempo devora... Todo lo traga el tiempo? La grandeza aparente es la gran pedanteria, Maquillaje de arlequin aplaudido en un dia, Donde el vicio evapora la lealtad y la decencia. Así nunca logramos vivir lo que queremos, Soñar lo que aprendemos de la propria experiencia; Que el poder del dinero no es el que tememos, Sino, lo que nos imponen con el pavor al fuego. No me diga Usted, solo acepto ché, Porque aún en estos dias con medio siglo encima: Sigo tratando el mundo con la misma inocencia, Donde logro entender que cambiarlo me cuesta. Jorge de la Lira Rio Branco, abril de 2017. Inspirado en el libro de Paulo Freire, Pedagogia de la Autonomia (Nadie es sujeto de la autoridad de nadie)
Ceará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
vencem Mostra Competitiva de Música do XII Festival de Inverno da Serra de
Meruoca
Foi finalizada, neste fim de semana, a 12ª edição do Festival de Inverno da
Serra de Meruoca, que teve como vencedores o Ceará e Minas Gerais. O evento
marcou o retorno do festival ao calendário cultural do Estado e do Brasil.
O
festival, iniciado no último dia 15 de junho, apresentou sua tradicional mostra
competitiva de música, reunindo grande público no Estádio Municipal para
acompanhar e conhecer os trabalhos de músicos, compositores e intérpretes
cearenses e de outros estados do Brasil. Estima-se que 20 mil pessoas tenham
comparecido ao encerramento.
Confira os vencedores: 1º –Dá-me a Ti – Edu Asaf (Sobral-CE) 2º –Casa dos Viajantes – Zebeto Corrêa/Martim
César (Belo Horizonte – MG- Jaguarão – RS)) 3º –Prece – Eudes Fraga (Pedra Branca – CE)
Música de aclamação popular – Forró do Luiz – Cumpade Barbosa
Melhor intérprete: Lúcio Ricardo (Pedra Branca–CE)
Após a
premiação, o palco recebeu o show do cantor Raimundo Fagner. Juntos, Fagner e
Guilherme Arantes dividiram o palco cantando músicas de seus repertórios e
prestando homenagem também ao cantor Belchior.
Para a
participação na mostra competitiva de música, a organização recebeu número
recorde de 177 canções dos mais variados estilos, inscritas oriundas de
diversos estados do Brasil – Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, São Paulo,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e também de 20 cidades
cearenses, entre as quais, Meruoca, Sobral, Tianguá, Viçosa do Ceará, Ipu,
Crato, Juazeiro do Norte, Barro, Ocara, Pacajus, Maracanaú, Aquiraz, entre
outras.
Um dos mais premiados compositores/intérpretes dos festivais nativistas e o principal letrista gaúcho dos anos 2000 unem novamente suas forças e gerações em um arrojado projeto poético-musical: o álbum Doze Cantos Ibéricos & Uma Canção Brasileira, que está sendo lançado hoje ( 02/06) no Teatro do Sesc.
Marco Aurélio Vasconcellos e Martim César inauguraram a parceria em 2011 com Já se Vieram!, disco dedicado ao universo das carreiras de cavalos no interior do Estado. Desta vez vão bem mais longe, mas sem sair do lugar. Escritor e pesquisador de grande erudição sobre a história deste pedaço do mundo formado pelo Rio Grande do Sul, o Uruguay e parte da Argentina, Martim teve a ideia de resumir em música a formação cultural dos habitantes da região no que ela tem de mais remoto, as raízes ibéricas.
- Quantos sabem que as receitas de doces que fazem a fama de cidades como Pelotas são açorianas? Que as alpargatas e boinas que muitos gaúchos usam, bem como a tecnologia de construção de mangueiras e pontes de pedra, são de origem basca? Que muitas canções e danças que integram nossa cultura têm origem nos primeiros povoadores? - pergunta Martim.
Depois de mergulhar nos livros e deles extrair lugares, paisagens, personagens, lendas e aventuras da dimensão das grandes navegações, ele imprimiu-os nas letras que Marco Aurélio musicou.
- Nunca fui fã do fado, até que em certo momento, antes deste trabalho, me dei conta de que minhas composições nativas tinham algo de fado - conta Marco. - Como explicar isso? Atavismo, talvez. E, agora, as melodias iam brotando ao natural, também não sei explicar...
Com tudo pronto, em 2014 os parceiros viajaram para Portugal e Espanha em busca da cor local para depurar o que haviam feito. Andaram pelo Alentejo, o Algarve, Coimbra, Lisboa da Mouraria e Alfama, o Porto, os rios Mondego, Tejo e Ebro, a Galícia, Santiago e seus caminhos, Astúrias, Catalunha, o País Basco, Andaluzia, Sonharam com Cabral, Dom Pedro e Inês de Castro, Colombo, El Cid, Cervantes, singraram o imenso mar - o encarte do CD, com 28 páginas recheadas de fotos da viagem, inclui muita informação extra e citações de Camões, Eça, Saramago, Antonio Machado, Florbela Espanca. Mas não se pense que as canções sejam mero registro histórico - o que já seria interessante. Nada disso. Elas têm vida própria, são moldadas com o olhar, a inspiração, a sensibilidade e o amor de hoje. Martim se supera.
O primeiro lançamento foi no Teatro Esperança em Jaguarão - 26/05/2017
MELANCOLIA PORTUGUESA, DRAMATISMO ESPANHOL
A música de abertura do álbum, Sobre os Telhados de Lisboa, termina assim: "A nave-mestra deixa o cais/ Com esse olhar de unca mais/ Que Portugal gravou em mim/ Devo partir, içar as velas/ Rumar ao porto de outras eras/ singrar o azul do mar sem fim". Alguns títulos: Velhas Casas de Coimbra, Onde o Vento faz a Curva, España, Cuando Te Nombro, Céus de Castilla y León, Antes de Ser Marinheiro, O Fado se Faz ao Mar.
Marco Aurélio e Martim: parceria dos músicos chega ao seu momento alto
A melancolia portuguesa e o dramatismo espanhol, unidos no Novo Mundo, fazem a essência do trabalho, que se encerra com o humor de Notícias da Terra Brasílis, gaiata versão da carta de Pero Vaz de Caminha, contando ao rei que permanecerá no Brasil para "dar início à mestiçagem". Aliás, deve ser parente dele o brilhante Marcello Caminha, referência de violonista na música gaúcha, produtor e arranjador do álbum, que chamou para ajudá-lo o não menos Elias Barboza (bandolim) e Marcelo Caminha filho (baixo, percussão).
Uma obra tão significativa, histórica mesmo, merece todos os créditos: produção executiva de Elis Vasconcellos e Martim César, fotos de Elis e Regina Lopes d'Azevedo, projeto gráfico (impecável) da Nativo Design, técnico de gravação Érlon Péricles, masterização do mestre Marcos Abreu. Parabéns!
Há uma série cômica de livros ingleses que nos ensina a como blefar culturalmente, a como falar sobre coisas que absolutamente desconhecemos. A série chama-se Manual do Blefador e divide-se em Literatura, Música, Filosofia, Artes Plásticas, etc. No livrinho de Música, o verbete Bach diz o seguinte: se você quiser impressionar um chefe ou uma potencial futura namorada ou namorado que conheça Bach, jamais tente enganá-los, pois a obra do compositor é muito grande, de alta qualidade — as pessoas tornam-se fanáticas por ele — e não se pode adivinhar sobre o que fanático vai querer falar aquele dia. Então o jeito é preparar o melhor suspiro possível e dizer dramaticamente “Ah… Bach!”, indicando que está absolutamente sem palavras. Deixe que o outro fale.
É sempre surpreendente o tamanho e o grau de influência de Bach, assim como sua colocação como pedra fundamental de toda a cultura musical. E o mundo criado por Bach foi desenvolvido numa época em que não havia plena noção de obra; ou seja, Bach não se colecionava para servir à posteridade como os autores passaram a fazer logo depois. Ele escrevia para si, para seus alunos e contemporâneos. O que se sabe é que ele gostava das coisas bem feitas e era um brigão — passava grande parte de seu tempo solicitando mais e melhores músicos e procurando empregos mais rendosos. Tinha família enorme, conta-se 20 filhos, dos quais dez passaram pela alta mortalidade infantil do início do século XVIII. Mas sabe-se pouco a respeito de suas opiniões e vida interior, há apenas um episódio pessoal bem conhecido:
Johann Sebastian havia feito uma longa viagem de trabalho e ficara dois meses fora. Ao retornar, soube que sua mulher Maria Barbara e dois de seus filhos haviam falecido. Dias depois, Bach limitou-se a escrever no alto de uma partitura uma frase: “Deus, fazei com que seja preservada toda a alegria que há em mim!”. Pouco tempo depois ele casou de novo, continuou fazendo um filho após o outro e, como não existiam, na época, equipes de futebol, ele pode forjar, em seu próprio seio familiar, uma orquestra de câmara… Realmente, ouvir Bach é uma alegria; dá para perceber naqueles contrapontos malucos uma risada contra a fixidez da forma musical barroca.
The Neues Bach Denkmal meaning new Bach monument stands since 1908 in front of the St Thomas Kirche church where Johann Sebastian Bach is buried in Leipzig Germany
Bach costumava ganhar mais que seus pares, mas nada que fosse espantoso. Era respeitado mais como virtuose do que como compositor — Telemann era considerado o maior compositor de sua época. Nosso herói também produzia cerveja em casa, mas este é um tema sobre o qual podemos falar futuramente.
A enormidade e a perfeição daquilo que Bach criava e que era rápida e desatentamente fruída pelos habitantes das cidades onde viveu, era inacreditável. Tentamos dar dois exemplos: (1) Suas obras completas, presentes na coleção Bach 2000, estão gravadas em 153 CDs da mais perfeita música. Grosso modo, 153 CDs são 153 horas ou mais de 6 dias ininterruptos de música original. E, (2), ele parecia divertir-se criando dificuldades adicionais em seus trabalhos. Muitas vezes o número de compassos de uma ária corresponde ao capítulo da Bíblia onde está o texto daquilo que está sendo cantado. Em seus temas aparecem palavras — pois a notação alemã (não apenas a alemã) é feita com letras — e suas fugas envolvem verdadeiros espetáculos circences que só podiam ser apreendidas por especialistas. Em poucas palavras, pode-se dizer que o velho sobrava… E imaginem que durante boa parte de sua vida Bach escrevia uma Cantata por semana. Em média, cada uma tem 20 minutos de música. Tal cota, estabelecida por contrato, tornava impossível qualquer “bloqueio criativo”. Pensem que ele tinha que escrever a música, copiar as partes e ainda ensaiar para apresentar domingo.
Príncipe Leopoldo de Köthen
Poucas obras musicais são tão amadas e interpretadas como os seis Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach. Tais concertos exibem uma face mais leve do gênio de Bach e, na verdade, fizeram parte de um pedido de emprego. Em 1720, aos 35 anos, Bach parecia feliz em Köthen. Ganhava adequadamente, seu patrono não só amava a música como era um músico competente. O príncipe Leopoldo de Köthen, do principado de Anhalt-Köthen, parte do Sacro Império Romano Germânico, gastava boa parte de sua renda para manter uma orquestra privada de 18 membros e convidava artistas viajantes para tocar com eles. Como calvinista, o Príncipe Leopoldo utilizava pouca música religiosa, liberando Bach para compor e ensaiar música instrumental secular. No entanto, o relacionamento pode ter azedado quando Bach solicitou a compra de um órgão. O pedido foi rejeitado.
A capa dos concertos dedicados ao Margrave de Brandenburgo
Então, em 1721, Bach apresentou-se ao Margrave (comandante militar) Christian Ludwig de Brandenburgo com um manuscrito encadernado contendo seis concertos para orquestra de câmara com base nos Concerti Grossi italiano. Não há registro de que o Marqrave tenha sequer agradecido a Bach pelo trabalho — e muito menos pago por ele. O Margrave jamais imaginaria que aquele caderno — mais tarde chamado de Concertos de Brandenburgo — se tornaria uma referência da música barroca e ainda teria o poder de mover as pessoas quase três séculos mais tarde.
O Margrave de Brandenburgo Christian Ludwig
Em outras palavras, Bach escreveu os Brandenburgo como uma espécie de demonstração de suas qualidades, um currículo para um novo emprego. A tentativa deu errado. O Margrave de Brandenburgo nunca respondeu ao compositor e as peças foram abandonadas, sendo vendidas por uma ninharia após sua morte. Mesmo rejeitados, osConcertos de Brandenburgo sobreviveram em seus manuscritos originais, aqueles que tinham sido enviados para o Margrave de Brandenburgo no final de março de 1721. O título que Bach lhes dera era o de: “Six Concerts avec plusieurs instruments” (“Seis Concertos para diversos instrumentos”).
Os Brandenburgo foram encontrados no inventário do Margrave em um lote maior de 177 concertos, entre “obras mais importantes” de Valentini, Venturini e Brescianello. Logo após a morte de Bach, sua música instrumental foi esquecida. Só sua música religiosa permaneceu, ainda que pouco interpretada.
Os Concertos de Brandenburgo são destaques de um dos períodos mais felizes e mais produtivos da vida de Bach. É provável que o próprio Bach tenha dirigido as primeiras apresentações em Coethen. O nome pelo qual a obra é hoje conhecida só apareceu 150 anos mais tarde, quando um biógrafo de Bach, Philipp Spitta, chamou-os assim pela primeira vez. O nome pegou.
Bach pensava nos concertos como um conjunto separado de peças. Cada um dos seis concertos requer uma combinação diferente de instrumentos, assim como solistas altamente qualificados. O Margrave tinha sua própria orquestra em Berlim, mas era um grupo de executantes em sua maioria medíocre. Todas as evidências sugerem que estes concertos adequavam-se mais aos talentos dos músicos de Coethen.
Ora, como é que uma cidade provinciana tinha tão excelentes músicos? Pouco antes de Johann Sebastian ter chegado à cidade, um novo rei tinha assumido o trono da Prússia. Frederico Guilherme I tornou-se conhecido como o “Soldado Rei”, porque estava interessado na força militar do seu reino, não em atividades artísticas refinadas. Um dos primeiros atos reais foi dissolver a prestigiada orquestra da corte de Berlim. Sete destes músicos foram trabalhar em Coethen para o Príncipe Leopold.
É por isso que Bach encontrou uma rica cena musical quando lá começou a trabalhar em 1717. Acostumou-se ao luxo de escrever para virtuosos, como o caso do trompete do Concerto Nº 2 e do violino do Nº 4.
Joshua Rifkin oferece uma explicação para que os Brandenburgo fosse ignorados por quem os recebera: “Como iria acontecer tantas vezes em sua vida, o gênio de Bach criava obras acima das capacidades dos músicos comuns e por isso eram esquecidas. Só mesmo em Coethen poderiam ser interpretadas!”. Com efeito, os Concertos permaneceram desconhecidos por meia dúzia de gerações, até que foram finalmente publicados em 1850, em comemoração ao centenário da morte de Bach. Mesmo assim, sua popularidade teria de esperar pelos toca-discos.
Os Concertos de Brandenburgo talvez sejam um dos maiores exemplos do pensamento criativo de Bach, pois compreende estilo contrapontístico, variedade de instrumentação, complexa estrutura interna e enorme profundidade. Eles não se destinavam a deslumbrar teóricos ou a desafiar intelectuais, mas sim causar puro prazer a músicos e ouvintes.
Manuscrito do terceiro Concerto de Brandeburgo de Bach
O concerto era a forma mais popular de música instrumental durante o barroco tardio, o principal veículo de expressão para os sentimentos, papel depois assumido pela sinfonia. Cada Brandenburgo segue a convenção do concerto grosso, em que dois ou mais instrumentos solo são destacados de um conjunto orquestral. Os concertos também observam a convenção de três movimentos, rápido-lento-rápido.
O único Concerto em quatro movimentos é o primeiro, ao qual foi adicionada uma dança final. Sua orquestração é incomum, podendo ser chamado de “concerto sinfonia.” Talvez Bach quisesse dar um começo forte e rústico, destinado a alguém preguiçoso que fosse julgar o conjunto apenas por sua abertura. No entanto, apesar de seu apelo imediato para os ouvidos conservadores, cada movimento tem a marca de Bach.
Os outros concertos estão mais próximos do modelo de concerto grosso padrão. Para o gosto deste que vos escreve, apesar de suas qualidades, o pesado Concerto Nº 1 é o patinho feio da coleção. É a partir do Concerto Nº 2 — para violino, flauta, oboé e trompete — que a leveza, a ousadia e a invenção tomam conta do conjunto, indo até o final. Na minha opinião, os concertos de Nº 3, 4 e 5 são insuperáveis.
O concerto Nº 3 for escrito para 3 violinos, 3 violas, 3 violoncelos e contínuo, formado normalmente por cravo e contrabaixo.
O Nº 4 foi escrito para violino e duas flautas. O 5º para flauta transversa, violino e cravo.
A enorme inventividade de Bach também reside nas curiosas combinações instrumentais: no quarto, por exemplo, o grupo habitual de cordas e contínuo acompanham o violino solo e duas flautas em um discurso musical brilhante. No quinto, Bach faz uso de uma flauta transversal, de violino e do cravo, mas o que resulta parece ser um antecessor dos grandes concertos para teclado. Ouçam, para exemplo, sua elaboradíssima cadenza do primeiro movimento.
Sem prejuízo dos outros concertos do ciclo, faço uma menção àquele que me trouxe para “dentro” da música erudita: o terceiro, que foi projetado para três grupos instrumentais que consistem em três violinos, três violas e três violoncelos, mais baixo contínuo. Escrito em três movimentos, com o segundo sendo um passeio no campo da improvisação, tem no primeiro e terceiro movimentos fascinantes e alegres temas e contrapontos, verdadeira exposição do virtuosismo de Bach como compositor. Para mim, ele é “o concerto barroco por excelência”.
(Sim, eu estava no banheiro quando meu pai colocou a agulha do toca-discos no começo do Concerto Nº 3. Saí de lá aos gritos, perguntando o que era aquilo. Nunca me recuperei).
Em minha cabeça, esses concertos são das peças mais tocadas. Muitas vezes caminho pelas ruas assobiando-as. E tenho a melhor das convivências com elas).
Em sua coluna Paralelo 30, do Segundo Caderno de ZH publicada na edição de 19 de maio de 2017, o crítico musical Juarez Fonseca escreve assim sobre o CD RETALHOS de Alessandro Gonçalves:
"Natural de Jaguarão, destacado cantautor do sul do Estado, Alessandro Gonçalves ainda é pouco conhecido nas outras regiões. Com este terceiro álbum talvez consiga audições maiores, pois além de ótima música (com predomínio de milongas), o disco tem participações especiais de grandes nomes.
Melodista inspirado, Alessandro também é um letrista que chama a atenção pela variedade temática e a filosofia de caminhante. Está entre os renovadores do regionalismo gaúcho surgidos nos anos 2000.
RETALHOS, diz, é um resumo de sua obra de 20 anos; e os convidados são pessoas que ajudaram a formar sua personalidade musical. entre eles, Renato Borghetti, Mário Barbará, Pirisca Grecco, Marco Aurélio Vasconcellos, Chico Saratt, Luiz Marenco, Ângelo Franco, Robledo Martins, Maria da Conceição, os parceiros de fé Martim César e Paulo Timm. Violões e piano marcam a maioria das músicas, com as assinaturas de nada menos que sete arranjadores"
CLIQUE AQUI para escutar o CD RETALHOS completo no Spotify.
Em seu livro Jangada de Pedra Saramago escreveu que a península Ibérica teria se largado ao mar. Nós imaginamos que Portugal pensou em vir para o Brasil.
Saramago nos diz: Um dia que já la vai, D. João o Segundo, nosso rei, perfeito de cognome e a meu ver humorista perfeito, deu a certo fidalgo uma ilha imaginária, diga-me você se sabe doutro país onde pudesse ter acontecido uma história como esta. E o fidalgo, que fez o fidalgo, foi-se ao mar à procura dela, gostaria bem que me dissessem como se pode encontrar uma ilha imaginária. A tanto não chega a minha ciência, mas esta outra ilha, a ibérica, que era península e deixou de o ser, vejo-a eu como se, com humor igual, tivesse decidido meter-se ao mar à procura dos homens imaginários.
Texto do CD Doze Cantos Ibéricos & uma canção brasileira
Don Ramón trabalhava na Aduana uruguaia da Ponte Internacional Mauá (Rio Branco) e, ao que me consta, tinha seus “bicos” como agente do magazine London Paris, de Montevidéu, capital daquele país vizinho.
Como tal, costumava ir até Jaguarão, no lado brasileiro, para repassar o volumoso catálogo daquela conceituada casa comercial a meu tio Cantalício Resem. Para mim, menino ainda, era uma tentação folhear as páginas da esmerada publicação, sem exigir aquisição de qualquer produto ali exposto, cuja encomenda era decidida por quem dispunha dos recursos necessários.
Pois este catálogo e mais as figurinhas do chocolate Águila, então adquirido “allá de la puente”, ainda permanecem fixados nas recordações duma longínqua infância. Lembro ainda que Don Ramón era irmão de cor e sangue de Frederico, que morava e vendia bilhetes de loteria em nossa cidade. Ambos negros elegantes bem vestidos, mas que se distinguiam falando cada qual o idioma da localidade em que residiam, já que seriam “hermanos” apartados por duas pátrias com um mesmo berço de origem – o que bem caracterizava o nosso amálgama fronteiriço.
E assim me esforço para trazer a mente outros bilheteiros como a admirável figura humana do saudoso Buré, deficiente físico com defeito em ambos os pés e dificuldades na fala, mas com uma notável capacidade de superação. Buré morava bem longe, lá pelos subúrbios da capela São Luiz, e se deslocava de pés descalços até a zona central de Jaguarão, sem recursos na época para usar sapatos especiais. Torcedor fanático do Navegante Esporte Clube, insinuava-se pelas mesas do Café do Comércio, sempre bem recebido e generosamente aquinhoado com o troco do cafezinho.
Fui-me da querência e andei por outros rincões, sem que deixasse de chegar inúmeras vezes por lá para rever amigos e parentes. E Buré que ali ficou, quando me enxergava sempre tinha seu bilhete com a saudação cordial, enquanto eu notava uma transformação gradual em sua vestimenta e aspecto físico, alcançando almejado par de sapatos, além de roupas limpas e chapéu que lhe garantiam uma melhor qualidade de vida. Como resultado da profícua e honesta atividade que exercia.
Remexendo no subconsciente, surge-me uma época em que frequentava a casa de meu primo Anysio de Souza Resem, vizinho da residência e oficina mecânica de Cláudio “Sheda” de Freitas, ali fazendo amizade com a turma vizinha que me acolheu na esplanada das figueiras de trás do Mercado Público, onde o pessoal corria atrás de uma bolinha de meia, muito bem tratada por um negrinho franzino, conhecido por Hiria, abusando de dribles desconcertantes. Paulinho e Adão, da família do “Sheda” e mais Ercio Gentil eram outros companheiros inesquecíveis.
O “campinho” se situava entre a Usina Elétrica e o Mercado, no início da Rua 27 de Janeiro e, na outra rua paralela, XV de Novembro, havia um amplo largo totalmente desocupado até começarem as obras de construção da Capitania dos Portos. Cercada de tapumes, que a gente dava jeito de invadir para dar vazão às travessuras imaginadas num esconderijo das vistas de qualquer passante na Avenida 20 de Setembro (Beira Rio), propício para assombrar algumas pessoas inadvertidas nas horas mais sossegadas. Para dar o tom de alma penada, eu ainda arranhava na gaitinha de boca.
Numa dessas ocasiões, circulava ali na Beira Rio o bilheteiro castelhano Marrecão, baixote e troncudo, buscando algum cliente para acenar com a sorte grande. Não deu outra – na linha de frente, a artilharia de estilingues se preparou e lançou as bolinhas de cinamomo (paraíso), pegando em cheio o incauto que logo se virou para ver de onde vinha aquela saraivada. Intrigado, aceitou a trégua e seguiu seu caminho. Ai resolvi soprar a gaitinha para assistir os companheiros correndo de um lado para outro, o que me obrigou a seguir atrás até me topar com Marrecão adentrando o recinto. Não chegou agarrar nenhum de nós, mas não deixou de dar queixa ao Sheda e, a partir do dia seguinte, este colocou seus guris no batente da oficina e ponto final em nossa diversão.
Casa dos Viajantes de Martim César e Zebeto Correa ficou em 2º lugar
O 4º Festival da Canção de Mogi das Cruzes lotou as dependências do
Theatro Vasques. O evento é um concurso de composições autorais
promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e foi realizado neste
último final de semana. Segundo a organização do evento a
qualidade das canções apresentadas, mais a estrutura montada para o
evento e ainda as presenças ilustres de Paulinho Pedra Azul, Murilo
Antunes e Renato Braz, foram “elementos-chave para o triunfo de
mais esta realização”.
Os
concorrentes foram avaliados por um corpo de jurados. Após a
apreciação, foi anunciado como grande vencedor do Festival, na
noite do último domingo, o compositor Ramon Gonçalves, de Coronel
Fabriciano (Minas Gerais), com a canção “Oscilação”. Em
segundo lugar ficaram Zebeto Corrêa e Martim Cesar, de Belo
Horizonte, com a composição “Casa dos Viajantes”
Don Alfredo, aún nos conmueve la nobleza de su gesto para Río Branco. Foto: Alter Pereira
Por Esteban Eduardo Larregui
A finales de mayo de 1984, la ciudad de Río Branco, de
aproximadamente doce mil habitantes, enclavada en las márgenes
del Río Yaguarón, padeció una tragedia de magnitudes sin
precedentes: debido a un verano tremendamente lluvioso, la Laguna
Merín, gigantesco depósito de agua del cual el Yaguarón es
afluente, en ese otoño estaba desbordada como nunca antes.
Esto
hizo que, luego de tres días de intensísimas lluvias, el caudaloso
tributario de la laguna se saliera de cauce en forma turbulenta,
inundando más del setenta por ciento de la ciudad. Dado que la
inundación se había producido durante la noche, la ciudad amaneció
con un clima alucinante, propio de película del cine catástrofe.
Así amaneció Río Branco el 29 de mayo de 1984.
La
enorme masa de gente, cuyas casas habían sido invadidas por las
aguas, y había logrado escapar solamente con la ropa puesta, vagaba
por la calle principal, con niños en brazos, empapados, en medio de
un frío polar propio de la época, aumentado por un viento
huracanado.
A medida
que transcurría ese fatídico veintinueve de mayo, las
instituciones estatales, y la población en general, fue socorriendo
a las víctimas, proporcionándoles alimentación, ropa seca y
abrigo. El panorama era realmente desolador. Reinaba la
incertidumbre sobre lo que pudiera ocurrir en las horas venideras.
No había garantía ninguna de que la crecida cesara. Más bien todo
lo contrario.
En medio de ese caos, se corrían todo tipo de rumores, a cuál de
ellos más trágico. Que a fulano se lo había llevado la corriente;
que se había dado vuelta un bote de la marina con cinco marineros a
bordo, los cuales habían perecido ahogados; que había peligro de
que la correntada arrastrara al viejo puente Mauá.
Al
llegar la tardecita de aquel gélido día, un vehículo con
parlantes alertaba a la población sobre el peligro que
representaban las instalaciones eléctricas, tomadas por las aguas.
Esa noche, transcurrió en un ambiente de tensa vigilia, habiendo
sido muy pocos los que pudieron conciliar el sueño. Contrariando
todos los malos augurios, el sol de la mañana siguiente alumbró
otro panorama, totalmente distinto y en cierta medida
tranquilizador. El viento había parado. Y las aguas, con la misma
rapidez que habían llegado, se habían marchado.
En
lugares en el que el día anterior navegaban lanchas con motores
fuera de borda, donde apenas se les veía el techo a las viviendas,
solamente quedaba el fangoso terreno por el que comenzaban a
transitar los habitantes de esas zonas. Se iniciaba otra etapa, sin
duda mucho más dolorosa y dramática que la inundación en sí: el
inventario del desastre.
A medida
que las familias fueron regresando a sus casas, se fueron
encontrando con situaciones realmente desesperantes. Casas llenas de
lodo, los muebles deshechos, como que hubieran sido triturados por
una gigantesca licuadora; en fin, todos los útiles de uso
doméstico, que hasta hacía dos días habían formado parte de lo
más querido de sus hogares, cosas que en muchos casos les había
llevado una vida adquirir, ahora los veían reducidos a un fétido
revoltijo de barro, madera, loza, vidrio, tela, cartón, papel, de
todo lo cual, nunca se iba a rescatar nada. Ese era el panorama al
que se enfrentaban los “privilegiados” que aún encontraban sus
casas en pie. Pero hubo un grupo de más de cien familias que, en
lugar de las paredes que habían constituido sus nidos, el abrigo de
sus sueños, apenas si hallaron escombros.
Justamente,
como consecuencia de una de estas situaciones fue que se produjo la
única muerte: un señor, al retornar a su hogar abrió la puerta y,
ante la constatación del estrago, se murió de un infarto. Como
casi siempre ocurre en este tipo de calamidades, el sector de la
población más afectado fue la gente humilde.
A fin de
paliar en algo tanta desgracia, se crearon de inmediato comisiones
de apoyo; las instituciones estatales volcaron todo su potencial en
esa dirección, se organizaron múltiples formas de recaudación de
fondos, tendientes a resarcir a los damnificados.
Una enorme corriente de solidaridad se estableció en la ciudad,
repercutiendo la misma en esferas gubernamentales, no sólo del
departamento, sino también del país. Una de esas comisiones,
estaba nucleada en torno a las autoridades y padres de alumnos del
único colegio católico existente en el medio. Cuando ya habían
transcurrido algunos meses del siniestro, estas personas, entre
quienes estaban Alfredo Silva y el entrañable Carlitos Noble, con
la colaboración de distintas personalidades y músicos locales,
organizó un festival a fin de recaudar fondos, el domingo dos de
setiembre, teniendo como escenario la sede del club Escuela
Industrial.
Quiso la casualidad que por esos días, Alfredo Zitarrosa, vuelto de
su largo exilio, estaba llevando a cabo una gira por las capitales
departamentales, reencontrándose con su público. Como ese día, en
horas de la noche, el más grande cantor uruguayo de todos los
tiempos actuaría en la ciudad de Melo, los organizadores del
beneficio em Río Branco pensaron en la posibilidad de que en horas
de la tarde, Alfredo pudiera participar, con lo cual
se lograría aumentar considerablemente el público concurrente,
llevando esto a obtener una mayor recaudación. Por mediación del
escribano Ricardo Aroztegui, allegado al colegio y amigo de
Zitarrosa, se le planteó a éste la posibilidad de que se
presentara.
Enterado del cometido que perseguía el espectáculo, Alfredo no
dudó un segundo en modificar su itinerario para ser un participante
más. Y, cosa muy poco divulgada hasta el día de hoy, cantó sin
cobrar absolutamente nada. Fue una jornada inolvidable para todos
aquellos que tuvimos la suerte de estar presentes. Disfrutamos del
privilegio de recibir al gran vate, que visiblemente emocionado, nos
deleitó con la magia de su arte, contribuyendo en forma espontánea
y desinteresada, a remediar situaciones comprometidas de cientos de
personas.
El público llenó las dependencias de la Escuela Industrial Foto: Alter Pereira
En ese festival, yo estaba en primera fila, junto a mi señora e
Isabel, nuestra primer hija, entonces con dos años recién
cumplidos. En determinado momento nos comunican que Alfredo acaba y
de llegar y está en la vereda. Salgo como un torpedo, com Isabel
agarrada a mis pantalones.
Efectivamente, allí estaba el gran cantor, junto a Rodríguez
Tabeira y el escribano Aroztegui. “Alfredo, bienvenido a la
Patria”, le digo. Y nos estrechamos en un abrazo. Al ver a Isabel,
la toma en brazos y dice con aquella inconfundible voz “Y esta
muñeca?”. “Es mi hija”, le respondo. “No, que va a ser tu
hija, si vos sos espantoso”, me dice él. Pero de inmediato se
disculpa. “Es una broma hermano, no lo vayas a tomar a
mal”...
Luego, nos regala cinco canciones. Una de ellas, “Viene,
Viene”, atendiendo a mi pedido.-
Terminada la actuación, sale todo el público a la vereda a
despedirlo. Yo estoy ahí, la emoción a flor de piel por lo que
acabamos de vivir. En eso se me arrima el “Fatiga”
Fagonde y me invita para ir a Melo en la camioneta
de Adán Uría, su patrón de entonces e integrante de la
comisión de apoyo al colegio, a llevar los guitarristas y sus
equipos. “Acompáñame, de lo contrario tengo que volver sólo”,
me dice…
Por supuesto que acepto. Ayudamos a los guitarristas a cargar los
instrumentos y sus valijas, y partimos con ellos hacía Melo en
la doble cabina. Dos guitarristas adelante, junto al “Fatiga”.
Los otros dos y yo, en el asiento trasero. De inmediato comienzan a
surgir cuentos, anécdotas, en fin, los diálogos clásicos…
Por ahí me animo con un cuento de gallegos. Ante la aprobación de
aquella distinguida audiencia, sigo con otros. Por la mitad del
trayecto, uno de los que iba delante se da vuelta y me dice “Vos
sos el “Lalo” Larregui, !!!!” Pareciéndome un sueño, le
pregunto “Si, y vos?” “Yo soy “Toto” Méndez, no
te acordás de las guitarreadas en casa de Yerú, cuando vivíamos
en Montevideo? Si te habré acompañado cuando tomabas alguna y te
daba por cantar…”
Quedé mudo. Así que el primera guitarra de Zitarrosa, y hoy
de Nasser, había tocado para que yo cantara!!!! Aún hoy no me
lo creo…
Llegamos a Melo, dejamos las guitarras y equipos en el
teatro España y de ahí fuimos para el hotel. Allí ya
estaban Alfredo, Rodríguez Tabeira y el
escribano Aroztegui en una mesa. Los guitarristas nos
invitan a tomar unas copas como retribución por el traslado. Nos
sentamos junto a Alfredo y los guitarristas me solicitan
la repetición de algunos de los cuentos del viaje. Accedo a ello.
Luego Alfredo hace un par de cuentos geniales, como todo
lo suyo.
Pasado un rato en ese clima, Alfredo nos pide permiso para
ir a su cuarto. “Quiero descansar un poco para la actuación de la
noche”, dice a modo de disculpa…Que grandeza, que respeto hacia
todo el mundo!!! Pedirnos permiso a nosotros para descansar….
El espectáculo en el teatro España fue apoteósico. No
cabía un alfiler, en un ambiente de delirio. La dictadura en caída
libre, todo el público emocionado por el reencuentro con el enorme
ídolo. A su vez, él entregándose de cuerpo y alma al
acontecimiento…
Entrada la madrugada, regresábamos hacia Rìo Branco y
nos pellizcábamos para ver si lo vivido era cierto….
Transcurridos
veinte años, aún nos conmueve la nobleza de su gesto para Río
Branco, su entrega solidaria a las mejores causas, su corazón
enorme. Llegaba a su Patria, de donde había sido infamemente
expulsado, extendiendo la mano fraterna, amiga, a gente que no
conocía, pero que enfrentada a contingencias tan dolorosas, no
vaciló en ayudar poniendo de manifiesto la coherencia y firmeza de
sus principios. Como habitante de este terruño, a través de este
relato, deseo expresar el enorme agradecimiento que todos los
riobranquenses siempre le guardaremos. Lamentablemente, su “voz de
otro” nos abandonó tan temprano, dejando un vacío que nunca
será llenado….
Escrito en octubre de 2004
O Grupo Americando também se apresentou no Festival, imediatamente antes
de Don Alfredo subir ao Palco. Da esquerda para a direita: Hélio Ramirez,
Eduardo Silveira, Rafael Cruz, Plínio Sílveira e Jorge Passos