segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Coluna do Juremir: Reflexões sobre o Enem


Reproduzimos a Coluna do Juremir Machado no Correio do Povo, edição do dia 26/10/2011 

<br /><b>Crédito: </b> ARTE PEDRO LOBO SCALETSKY

Crédito: ARTE PEDRO LOBO SCALETSKY
Todo ano, na época do Enem, reflito sobre o vestibular. É o sistema mais cruel já aplicado por um país contra os seus jovens. Está baseado na falsa justiça da meritocracia. Um país sério estabelece o escore mínimo a ser alcançado por um estudante para entrar na universidade e banca vagas para todos os aprovados. Esse conhecimento mínimo é exigido em nome do bom acompanhamento das atividades universitárias. Já o vestibular cria uma competição entre os adolescentes, isenta o Estado de abrir vagas para todos e gera a ideia de que só os "melhores" devem chegar à universidade. O primeiro erro é pensar que os vencedores são, de fato, os melhores. Fazer a mesma prova no mesmo horário não estabelece igualdade na competição. As condições de preparação são profundamente desiguais. Salvo exceção, vence o que teve mais tempo e melhores condições de preparação. O vestibular reproduz a desigualdade social.

A segunda falácia do vestibular diz respeito à ideia de que só os melhores devem entrar na universidade. Por quê? É uma concepção elitista, discriminatória e oportunista. Permite a um extrato social manter a ocupação dos melhores espaços da sociedade. A universidade deve receber todo mundo e "melhorar" os menos bons ou os piores. Cada jovem deve ter o direito de ser "melhorado" nos bancos do ensino superior. Deve ser fácil entrar na universidade. Difícil tem de ser a saída. A justificativa para a utilização do vestibular sempre foi a de que não haveria recursos para bancar todo mundo na universidade. É conversa fiada. Por trás dessa racionalização esconde-se a mentalidade meritocrática de reprodução do modelo social dominante. Aos ricos, a universidade. Aos pobres, o ensino técnico. Salvo, obviamente, as exceções que confirmam as regras. O Brasil ficará muito mais decente quando o vestibular acabar.

Volta e meia alguém deixa escapar seu elitismo com um "agora qualquer um entra na universidade" ou "o ensino superior já não é mais o mesmo, pois recebe todo mundo". É isso aí. A universidade precisa receber qualquer um. Exames de saída do ensino médio também são seletivos. Podem ser feitos por fileiras (científica, literária, ciências humanas). Para vencer em cada fileira é adequado fixar um rendimento mínimo em certas matérias. Todos que atingem a meta passam a ter direito a uma vaga. Claro que é mais fácil jogar os jovens numa luta fratricida e lavar as mãos. Chama-se isso de seleção dos melhores. O governo economiza e a sociedade atualiza o mecanismo, denunciado pelo sociólogo Pierre Bourdieu, da distinção social reproduzida pela educação classificatória. O Chile escolheu um modelo ainda mais perverso: a privatização total da educação. Só estuda quem pode pagar caro. É o mesmo que muitos desejam para a saúde. Um tiro no pé.

O Enem precisa transformar-se no exame único de saída do antigo segundo grau e de entrada no mundo do ensino superior. As resistências são óbvias. É muito mais simples organizar tudo como se fosse um campeonato com troféus para quem faz mais gols. Só que é injusto. A época do vestibular passou. Já é tempo de um novo tempo.
Juremir Machado da Silva 
 juremir@correiodopovo.com.br

domingo, 30 de outubro de 2011

Escritor Fernando Morais em Pelotas no Conversa Sobre Livros


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL BPP 136 ANOS

Autor de biografias e de obras do estilo livro-reportagem  - A Ilha , Olga e Chatô, o Rei do Brasil, entre outras -que já venderam mais de dois milhões de exemplares, Fernando Morais é o convidado especial da edição do próximo dia cinco de novembro do CONVERSA SOBRE LIVROS , evento da programação especial BPP 136 ANOS, que comemora o aniversário da Bibliotheca Pública Pelotense(BPP) , fundada em 14 de novembro de 1875. No salão nobre da BPP a partir das 18 horas o autor participa de mesa redonda, conversa com o público e apresenta o recém lançado  OS ÚLTIMOS SOLDADOS DA GUERRA FRIA   ( Cia da Letras, 2011, 416 págs) , obra centrada na história dos agentes  infiltrados por Cuba , na década de 90 , em organizações de extrema direita nos Estados Unidos. Entrada franca, como em todos eventos da Bibliotheca. A presença do autor no Conversa sobre Livros resulta de uma parceria da BPP com o IMA ( Instituto Mário Alves), com a colaboração dos parceiros institucionais IF-SUL , Unipampa e Sesc-RS.


CONFIRA

O QUE - Conversa sobre Livros - Mesa redonda  e apresentação de obra. Convidado especial: Fernando Morais

QUANDO E ONDE - 05 de novembro 2011, 18 horas, no salão nobre da Bibliotheca - Praça Cel Pedro Osório, 103. Entrada franca.

REALIZAÇÂO -
Bibliotheca Pública Pelotense  e Instituto Mário Alves (IMA)

PARCEIROS INSTITUCIONAIS -  IF-SUL , SESC-RS e UNIPAMPA

APOIADORES CULTURAIS PROGRAMAÇÃO BPP 136 ANOS - 
Labore Engenharia e RadioCOM.104.5FM

APOIADORES EVENTO CONVERSA SOBRE LIVROS / FERNANDO MORAIS:
AJS - ADVOGADOS ASSOCIADOS   
ADUCPEL - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

sábado, 29 de outubro de 2011

O Liberdade. Trailer



Trailer do longa-metragem O Liberdade. 
Documentário de 71minutos realizado pela produtora Moviola Filmes com financiamento do ProCultura de Pelotas/RS.

O LIBERDADE será apresentado em Jaguarão no Cine Regente em 10 de novembro de 2011A sessão tem início às 21h e entrada gratuita. O momento contará com a presença dos diretores Cíntia Lange e Rafael Andreazza.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Linguística Aplicada

Fotografia: Araquém Alcântara 

Somos estudantes de Línguas
Brasileira e estrangeira.

Nóis com vosmecê
Nosotros con usted
Queremos do Brasil pudê fazê
Um País que saiba falá e escrevê 

E ao mundo inteiro dizê
Que venha aprendê com a gente
Nas diferença a convivê!


 Jorge Passos                                               

Questão histórica

Notícias

Conflito entre produtores rurais, quilombolas e indígenas no Sul do país

23/Out/2011 Por Paola Lima
Foto de Marcelo Bertani

A demarcação de terra para comunidades indígenas e quilombolas e seu impacto no setor rural foram discutidos na tarde desta sexta-feira (21) em audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA) em Porto Alegre (RS). O debate, que acirrou ânimos de produtores rurais, índios e negros, reuniu mais de 500 pessoas no Teatro Dante Barone, na sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

A questão da demarcação de terras no Sul do país vem provocando enfrentamentos entre agricultores, indígenas e afrodescendentes, o que fez com que a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) promovesse o debate no estado. Comunidades de índios e negros reclamam a devolução das terras que pertenciam a seus antepassados, de onde foram expulsos de forma violenta à época da colonização do país.

Um dos pontos de maior polêmica é a demarcação e titulação de uma área de mais de 4,5 mil hectares, na zona rural de Morro Alto, Litoral Norte. O Incra, junto com historiadores e antropólogos do estado, promoveu um estudo para delimitação da área, reivindicada para 456 famílias quilombolas (193 delas já vivem no local). O estudo, no entanto, é contestado por pequenos agricultores que produzem na região e asseguram serem proprietários legais das terras. O impasse gerou protestos e manifestações, tanto por parte dos quilombolas quanto dos produtores.

- É preciso mudar a ideia de que quilombolas e indígenas são os vilões, são aqueles que estão retirando as terras dos pequenos produtores. Queremos apenas que se respeite o direito à nossa existência, como quilombolas e indígenas, direito esse garantido pela Constituição Federal e pelos tratados internacionais que o Brasil subscreve. A única forma de se construir uma verdadeira democracia no campo neste pais é se reconhecendo e respeitando os direitos de todos os povos, respeitando a lei e não apostando na continuidade da violência e do genocídio - afirmou Onir Araújo, advogado do Movimento Negro Unificado.

Para o índio Francisco dos Santos, representante da aldeia de São Leopoldo, deve, sim, haver respeito às propriedades dos agricultores, mas não quando elas estão instaladas em cima das terras historicamente indígenas.

- É justo que os trabalhadores precisam trabalhar na terra. Mas não onde tiver índio. Aí vamos brigar. Nós todos sofremos, mas eu não sou o culpado, vocês (produtores) que embarcaram numa barca furada - argumentou.

Direitos iguais

Já os agricultores afirmam que as demarcações de terra extrapolam os limites a que as comunidades teriam direito e incorporam terras produtivas, compradas por suas famílias ao longo das últimas décadas. Eles argumentam que, assim como negros e índios, eles também devem ter seus direitos protegidos pelo Estado.

- Precisamos construir com governo e com sociedade um outro contrato social que permita ao Estado fazer justiça com quilombolas e indígenas sem fazer injustiça com os produtores. As comunidades remanescentes têm direito à terra, mas o Estado também precisa contemplar os agricultores. Longe de qualquer preconceito com quilombolas ou índios - defendeu o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), titular da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e um dos signatários da audiência pública conjunta.

Da discussão participaram ainda o superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Roberto Ramos; o coordenador substituto regional da Funai, José Maurício Farias; a subchefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Mari Peruso; parlamentares e prefeitos da região, entre outros.

Para a senadora Ana Amélia, é preciso encontrar soluções legais para a questão. Entre as propostas apresentadas na reunião estão a suspensão dos processos de desapropriação de terras para análise mais cuidadosa dos estudos de demarcação, a revisão das leis que tratam do assunto, e a participação dos produtores rurais nos processos em andamento.

- Não podemos nos omitir, estaremos nesta discussão para, com equilíbrio, racionalidade, respeitando os direitos, seguir e cumprir com as leis - prometeu a senadora, depois de avisar que todas as sugestões serão analisadas pela Comissão de Agricultura do Senado.

Portal do Senado Federal

Diário El País traz DVD sobre Artigas na Edição de amanhã, dia 29.


La historia de Artigas llega ahora en DVD

Película. "Artigas, la redota" sale mañana con El País con varios extras llamativos

GUILLERMO ZAPIOLA


Mañana saldrá a la venta en DVD junto con este diario el film "Artigas, la redota" de César Charlone, con el plus de varios extras. El acontecimiento justifica reflexiones adicionales sobre un film que importa.
El juicio crítico sobre la película en sí misma ha salido ya en estas páginas y sería una redundancia insistir sobre él. Esas líneas siguen vigentes, pero ahora interesa más destacar otros aspectos del fenómeno implicados en la existencia y difusión de la película.
Es inevitable ubicar a la obra de Charlone en ese marco más amplio del Bicentenario de alguna cosa (ciertamente no de la Independencia) que ha comenzado a celebrarse este año aunque pudo ser antes o después. Como se dijo hace unos días en un inteligente seminario en la Universidad Católica presidido por la historiadora Ana Ribeiro, los tiempos políticos (y su necesidad de "celebraciones") son irrelevantes. Importan más las "conmemoraciones" de los hechos históricos, con lo que implican de reflexión y debate sobre acontecimientos del pasado que nos marcaron como país y siguen haciéndolo.
Cuando Charlone presentó su película en el teatro Solís, una de sus mejores observaciones fue la de que creía haber cumplido por lo menos con uno de sus objetivos: colocar a Artigas en el centro del imaginario colectivo, confrontar al prócer de la pantalla con el que cada espectador lleva dentro de su propia cabeza.
Ya ha sido dicho que una de las virtudes de la película es justamente la de discutir una imagen que, en puridad, no existe. Lo que hay son reconstrucciones: la oficial de Blanes (que el film señala inteligentemente que pertenece a la leyenda, mientras la "realidad" debe ser buscada en fragmentos de otras obras del pintor) o del monumento de la Plaza Independencia, las muy especulativas de los dibujos de Zorrilla. Invitar al espectador a buscar "su" Artigas y acaso cuestionar al oficial es uno de los claros aciertos del film.
El otro proviene del hecho de tratarse de uno de los escasos intentos del cine uruguayo por recrear la historia nacional: hay que retroceder hasta el atendible documental de Gras José Artigas, protector de los Pueblos Libres, el acartonado Desembarco de los Treinta y Tres Orientales de Melino, o la más cercana Mataron a Venancio Flores, para encontrar un empeño similar, y este es sin duda el más ambicioso y logrado.
La edición en DVD incorpora algunos extras que lo enriquecen. En uno de ellos Ana Ribeiro, el guionista Pablo Vierci, el director Charlone, el actor Esmoris y otros discuten la figura de Artigas. En otro se explica que no es un disparate que el Joaquín Lencina del film haga uso en combate de la "capoeira", esa forma de lucha característica de los afrodescendientes del Brasil. Entradas adicionales tienen que ver con otras maneras de pelea (el concepto de honor asociado al puñal), el papel que los negros jugaron en la gesta artiguista, o la presencia de la payada en la película. También hay una selección de escenas que fueron suprimidas del montaje definitivo: es una pena que por lo menos una de ellas (que involucra a un grupo de saqueadores) no haya sido conservada en la versión que circuló en cine.

Héroe a escuchar

Otro de los méritos adicionales de la edición de Artigas que se podrá adquirir a partir de mañana es que incluye una versión para discapacitados visuales. Es la primera vez que un film uruguayo incorpora el procedimiento en DVD.
La audiodescripción es una técnica que incorpora a la obra audiovisual una pista de audio que describe la imagen en los espacios que deja libre la banda de sonido. La locución se integra a la banda sonora y describe detalles de la acción, decorados y personajes.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lançamento de Livro sobre a Matriz do Divino no Bicentenário da Freguesia de Jaguarão


O autor, Eduardo Alvares de Souza Soares, e sua obra

O livro IGREJA MATRIZ DO DIVINO ESPÍRITO SANTO DA CIDADE DE JAGUARÃO é uma longa e detalhada crônica histórica do catolicismo em Jaguarão. Inicia com referências à primitiva igreja que existiu no local onde hoje se assenta o atual templo e finda no ano de 1885, com um discurso pronunciado na Matriz pelo “Comendador Azevedo, em 12 de fevereiro de 1885, ao ensejo do primeiro ano de falecimento do Pe. Joaquim Lopes Rodrigues, que foi o seu segundo Vigário Colado.

Nele estão descritas as procissões, as festas do Divino, de Nossa Senhora da Conceição, de Nossa Senhora do Rosário, com toda sua “pompa e circunstancia”. Contém um caderno ilustrado com 48 páginas em papel couché, com fotografias a cores do prédio, seus altares, suas imagens, seus vitrais, dos objetos religiosos e ainda, dos personagens históricos que por ele circularam.

Enriquece a obra a descrição de todos os sacrifícios, físicos e materiais, dos jaguarenses para erguer sua Igreja Matriz: Listas com os nomes dos doadores, dos materiais utilizados, das pessoas que nela trabalharam. Além disso, em anexo, uma lista dos Casamentos em Jaguarão , de 1847 a 1893.

Os efeitos, em Jaguarão, dos acontecimentos de 27 de Janeiro de 1865, da Guerra do Paraguai, de duas epidemias do Cólera- Morbus, da “Questão Religiosa” entre o clero e a maçonaria. E mais: as lutas políticas, os embates jornalísticos, a atuação da Câmara Municipal de Jaguarão.

Acresce dizer que, à época focada no livro, toda a vida social jaguarense girava em torno das festas religiosas que estão minuciosamente descritas.

No anexo final, peças extraídas do Processo de usucapião da Matriz findadas em 2010 (petição inicial, mandato e sentença de mérito). Enfim, 330 páginas de pura história.

Como diz Sérgio da Costa Franco ao final do seu prefácio à obra: (...) UM LIVRO DE PRESENÇA OBRIGATÓRIA NOS LARES E BIBLIOTECAS DE JAGUARÃO.

Cleber Carvalho, artesão,  autor da réplica em cerâmica da Matriz
Texto : Resenha que acompanhou o convite para o lançamento do Livro.   

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Rio de Janeiro continua lá


Vitor Ramil - Sapatos em Copacabana


Andei recentemente pelo Rio de Janeiro. Selecionaram um trabalho de minha pesquisa sobre o direito de propriedade e fui apresentá-lo em um congresso internacional de filosofia. Pousei no Astória, em Copacabana. No caminho entre o hotel e a estação do metrô - meu ponto de embarque para ir até o campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro -, eu caminhava duas ou três quadras por uma ruazinha muito simpática. A dita se chama Rua Tonelero; Isto! Aquela, do cabuloso atentado contra Carlos Lacerda, que precipitou a crise política e que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas.

Lembrei Sapatos em Copacabana do Vitor Ramil: Sei que não tenho nome,/ só minha juventude. No meu caso nem isso, mas lembrei dos tempos idos; de minha juventude, meu grupo de amigos, visceralmente ligados ao horizonte cultural que o Rio de Janeiro representava. Semanalmente íamos à Tabacaria do Zé conferir se já tinha chegado o Pasquim. Já? Opá! Que regalo! Sentávamos ali mesmo – havia assentos no canteiro central da Vinte e Sete; nem dava para esperar chegar em casa. O Hélio era fã do Jaguar (cartunista genial, sem dúvidas), o Dídio lia o semanário de cabo a rabo e eu, bueno, eu me deliciava com as coisas que o Luiz Carlos Maciel (gaúcho) escrevia sobre teatro e sobre a contracultura. Obviamente éramos todos leitores aficionados do, igualmente gaúcho e genial, Tarso de Castro.

O Pasquim representava exatamente algo que era muito a nossa cara: a multiculturalidade - que é um traço inarredável de qualquer unificação política heterogênea, como é o caso do Brasil, e que precisa expressar afirmativamente as diferenças, sem que, no entanto, venha a perder a unidade. Esta unidade na diferença, que é o germe da grande política, também é uma marca muito própria da nossa gente de fronteira, que convive com o diferente sem abdicar daquilo que lhe é constituinte – do seu ser brasileiro, do seu ser uruguaio, do seu ser argentino, ou paraguaio, boliviano, venezuelano, chileno, etc.

Voltando ao Rio de Janeiro, sem medo de ser provinciano, o Rio de Janeiro continua lindo, a enseadita do tal bairro Botafogo é mesmo um cartão postal – um gole de água fresca pros olhos!

Sérgio Batista Christino

Texto publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 20/10/2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL BPP 136 ANOS

Conversas sobre Livros, Cinema e Música



Sarau Poético e Conversa sobre Livros dão sequência, na terça e na sexta desta semana, à programação especial que marca os 136 anos da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP). A abertura ocorreu na noite da última quarta (19), com uma sessão comentada do documentário O Liberdade, da Moviola Filmes. Com atividades que se estendem até 14 de novembro - data da fundação da BPP, em 1875 - a sequência de eventos recebe o titulo geral de CONVERSAS SOBRE LIVROS, CINEMA E MÚSICA e tem como formato preferencial a realização de mesas-redondas com autores, produtores e ativistas culturais de Pelotas, da região e do Uruguai. As atividades  iniciam sempre às 19:30 horas, com entrada franca.

Confira os eventos da semana.
 
25 DE OUTUBRO/ SARAU POÉTICO
 
O QUE - XVI edição  do Projeto  Sarau Poético-Musical BPP.
QUANDO E ONDE25 de outubro de 2011, no salão térreo da BPP. Entrada franca. Inicio às 19:30 horas.
 
CONVIDADOS
 
AUTORES-POETAS
Alex Cruz
Mário Feijó
Rogério Nascente
Sérgio Madeira
 
MÚSICA
Dija Vaz
 
POETA EM DESTAQUE
Manoel de Barros
 
CONVERSA SOBRE O AUTOR DESTACADO
Carlos Cogoy
 
 
28 DE OUTUBRO/ CONVERSA SOBRE LIVROS
 
O QUE - Conversa sobre Livros - com os convidados Jorge Braga e Joaquim Moncks, autores-poetas. Temas: ativismo cultural , criação poética e edições em Braille. Apresentação das obras Despertar por Poesia ( Jorge Braga)  e Bula de Remédio ( Joaquim Moncks).
 
QUANDO E ONDE - 28 de outubro 2011, 19:30 horas, no salão térreo da Bibliotheca - Praça Cel Pedro Osório, 103. Entrada franca.
 

domingo, 23 de outubro de 2011

PIBID Jaguarão- Patrimônio em Foco



O projeto PIBID/2011 – (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA.), ligado a CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,  tem por finalidade o incentivo à formação de docentes para a atuação na educação básica. Em Jaguarão se dá  por meio da Universidade Federal do Pampa - Pró-Reitoria de Graduação - atuando na Escola Espírito Santo. O subprojeto PIBID – Historia, que tem como tema a educação patrimonial,  busca desenvolver no ensino médio a conscientização da importância do patrimônio como parte integrante da realidade local.   Este projeto acontece na cidade de Jaguarão-RS, no Instituto Estadual de Educação Espírito Santo. 

A cidade de   Jaguarão,   está prestes a comemorar 200 anos da Freguesia e 210 anos de história.  É um município  ao sul do Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com o Uruguai e, que em maio deste ano comemorou o tombamento nacional do conjunto histórico e paisagístico do centro urbano, sendo o maior tombamento em número de exemplares protegidos do Estado, bem como o primeiro tombamento Binacional: a Ponte Internacional Mauá.

A escola, hoje Instituto Estadual de Educação Espirito Santo, foi fundada formalmente, em 11 de maio de 1942, em um prédio construído no início do século XX, por iniciativa de uma ordem de padres Belgas (Premonstratenses) que estiveram na cidade por cerca de 20 anos.   Em 1942 tinha como mantenedora o IPA (Instituto Porto Alegre) onde era conhecida por IPINHA. Em 1952 foi encampada pelo Estado, e em 1957 foi agregado o nome Espírito Santo, em referência à antiga escola fundada pelos padres belgas na primeira década do século passado. Em 1970 mudou-se para o atual prédio, na rua Duque de Caxias,   conservando um acervo histórico muito interessante.

                 Carlos José de Azevedo Machado



Música Incidental do vídeo: Ritmos do Brasil
Com Eduardo Nadruz Nascimento  (Edu da Gaita)
* 13/10/1916 - Jaguarão ( R)S
+ 23/8/1982 - Rio de Janeiro (RJ)
Gaitista / Compositor

sábado, 22 de outubro de 2011

Exposição do Jaguarão Garden Club vai até as 22 horas de hoje no Clube Harmonia


Prossegue até hoje a Exposição de Horticultura e Desenho Floral "Embarque nesta viagem" do Jaguarão Garden Club na Sociedade Harmonia Jaguarão. O Garden de Jaguarão é filiado ao The Garden Clubs of Uruguay e ao National Garden Clubs Inc. e tem como sua atual presidente a Senhora Rosa Nizoli Aguilar.

A exposição é aberta à visitação do público em geral e compõe-se de várias seções dedicadas às diferentes modalidades de arranjos e temas, ao tipo de cultivo, a plantas e flores específicas, aos efeitos decorativos, entre outros que, sem dúvida, encantam às pessoas admiradoras da arte. 

O Garden tem uma categoria Júnior que incentiva o amor ao paisagismo, à horticultura, ao desenho com as plantas, à proporção e harmonia dos arranjos. Esta atividade se insere numa concepção de que  paisagismo não se restringe aos efeitos estéticos. A educação voltada para formação ambiental e sustentável, abre novas novas possibilidades que podem ser integradas aos hábitos de vida contemporâneos. 

Além de conferir a exposição, você também  pode saborear um delicioso chá e as tortas doces e salgadas servidas na Copa do Harmonia, cuja renda será destinada à Liga Feminina de Combate ao Câncer.

Um belo passeio para esta tarde/noite de sábado em Jaguarão.

Lembranças de Outras Terras

A arte do reencontro

Reflexos da Arte- 1er premio - Neiva Monteiro
Trabalhos do Garden Júnior
Garden Júnior
Metamorfose - 1er premio- Simone Ensslin

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uruguaios fronteiriços e indígenas aldeados têm oportunidade de ingresso específico na UNIPAMPA


A Universidade Federal do Pampa está oferecendo oportunidades diferenciadas de ingresso para estudantes uruguaios fronteiriços e indígenas aldeados, em dois processos seletivos específicos a estes públicos. As inscrições para ambos os editais iniciam na próxima segunda-feira, 24, e vão até o dia 20 de novembro pelo portal www.unipampa.edu.br. A seleção será realizada, em ambos os casos, por meio de uma prova de redação em Língua Portuguesa a ser realizada no dia 27 de novembro. As inscrições são gratuitas. Para o ingresso de indígenas aldeados, são ofertadas ao total 11 vagas, distribuídas nos cursos de Engenharia Civil (01) e Engenharia de Software (02) no Campus Alegrete; Agronomia (02) e Nutrição (02) no Campus Itaqui; Serviço Social (02) no Campus São Borja; Enfermagem (02) no Campus Uruguaiana. O processo seletivo específico e os cursos escolhidos surgiram de uma manifestação da comunidade indígena, e o atendimento a esta demanda com a oferta de vagas suplementares no processo seletivo específico fortalece as ações afirmativas praticadas pela Instituição. “Esta é uma oportunidade desafiadora para a UNIPAMPA, que mais uma vez inova no seu processo seletivo”, avalia o coordenador de Processo Seletivo, Carlos Dilli.

O processo seletivo para uruguaios fronteiriços é específico aos residentes nas cidades de Rio Branco e Rivera, no Uruguai, vizinhas das cidades de Jaguarão e Santana do Livramento, respectivamente. Para os candidatos de Rio Branco, são ofertadas vagas em todos os cursos do Campus Jaguarão: Gestão do Turismo (5 vagas); História (05); Letras – habilitação em Língua Portuguesa e Língua Espanhola – Integral (05); Letras – habilitação em Língua Portuguesa e Língua Espanhola – Noturno (05); Pedagogia (05). No Campus Santana do Livramento, os candidatos de Rivera podem concorrer a vagas nos cursos de Relações Internacionais (02), Administração – Noturno (02) e Administração – Matutino (02). A oferta de vagas nesta modalidade atende ao Decreto 5.105/2004, um acordo sobre a permissão de residência, estudo e trabalho a nacionais fronteiriços brasileiros e uruguaios.Os candidatos precisarão comprovar a residência nessas cidades, e serão aceitos para fim de inscrição e identificação a cédula de identidade ou o passaporte.“O ingresso de fronteiriços favorece o intercâmbio entre os países e fortalece os laços da cultura e a troca de conhecimentos da comunidade discente”, comenta o coordenador acadêmico do Campus Jaguarão, Maurício Aires Vieira. Na avaliação do professor, a oportunidade de ofertar um curso aos uruguaios que vivem tão próximo aos campus da UNIPAMPA gera grande expectativa, assim como as ricas trocas culturais possíveis dessa convivência entre fronteiriços e estudantes de todo o Brasil que ingressam na UNIPAMPA pelo Enem.“Com as novas formas de ingresso que a UNIPAMPA oferece poderemos abrir ainda mais espaço a todas as culturas e etnias”, afirma Carlos Dilli. O coordenador de Processo Seletivo explica que as vagas ofertadas nestes processos seletivos não concorrem com as demais vagas ofertadas para ingresso pelo Enem, por se tratarem de vagas suplementares destinadas a este ingresso em especial.

Prova de seleção

Para ambos os editais, os candidatos irão prestar uma prova de redação no dia 27 de novembro. A prova irá avaliar os conhecimentos adquiridos durante o Ensino Médio por meio dos aspectos leitura e interpretação textual; argumentação e dissertação; produção de textos. As provas tanto para fronteiriços quanto para indígenas iniciam às 14h, e o candidato deve apresentar-se com no mínimo 30 minutos de antecedência no local da prova portando o comprovante de inscrição, que deve ser impresso no ato da inscrição, e o documento de identidade utilizado na inscrição, que permita identificação por foto e conferência da assinatura.Para o processo seletivo específico a indígenas aldeados a prova será aplicada no Campus Passo Fundo do Instituto Federal Sul-rio-grandense (Estrada Perimetral Leste, 150). A cidade foi escolhida por ser a mais próxima e de melhor acesso para os índios aldeados da região norte do Estado. As provas para os uruguaios fronteiriços serão aplicadas no campus para o qual o candidato se inscreveu, no Campus Jaguarão (Conselheiro Diana, 650 – Bairro Kennedy) ou no Campus Santana do Livramento (Barão do Triunfo, 1048 – Centro).

Fonte : www.unipampa.edu.br



Llega a Uruguay Música Criolla de Cámara


Trío instrumental de música folclórica, explora las rítmicas propias del sur, milongas, rasguidos dobles, chamamés, chamarras entre otros. Arreglos de piezas clásicas, composiciones próprias con un tratamiento metódico, que luego dan paso a la libertad a través de la improvisación. Patricio Echegoyen toca la guitarra criolla, Fabiano Torres toca la gaita botonera, Douglas Mendes toca el violín.

Patricio Echegoyen Camaño  toca la guitarra criolla.

Nacido en Tacuarembó Uruguay, guitarrista intuitivo recibe de sus padres el gusto por la música. Más adelante, por propia inquietud, se acerca al ámbito académico, lo que le permite depurar su técnica y conocer la guitarra con mayor profundidad. Actualmente es uno de los guitarristas criollos más reconocidos por sus pares. En este 2011 invitado por Juan Falú, participó haciendo 4 conciertos en el XVII Festival “Guitarras del Mundo 2011”, en el norte de Argentina.
Ha recorrido Argentina, Brasil, Paraguay y de punta a punta, su Uruguay natal.

Fabiano Torres da Silva toca la gaita botonera. 
Nacido en Santana de Livramento, críado en la campaña Gaucha (RS) Brasil.
A los 9 años comenzó a estudiar acordeón y a los 12 hace su primer experiencia en los escenarios. Músico, instrumentista y arreglador de diversos trabajos para los más reconocidos exponentes de la música gaucha. En la actualidad es considerado uno de los mejores acordeonistas de la región y su trabajo como arreglador y compositor está presente en la mayoría de los escenarios tradicionalisas de Rio Grande habiendo sido reconocido como mejor instrumentista en gran parte de ellos.



Douglas Mendes Nunes toca el violín. Nacido en San Jerônimo (RS) Brasil.
Recidente en Encuzilhada del Sur y enamorado de la música, comienzó a tocar guitarra con 10 años de edad. En el 2007 tocó por primera vez violín y ya no se pudo separar del instrumento. A partir de ahí participó en diversos festivales de música nativista en RS y Paraná. De octubre de 2007 a setiembre de 2009 fue profesor de violín en la Academia de Música Evidencias. Ha recibido reconocimiento como mejor instrumentista de varios festivales nativistas. En marzo de 2008 ingresó como 2º violinista de la Orquesta Joven de la UNISC (Universidad de Santa Cruz del Sur).


Sábado 22 de octubre | 15:00hs | reservas = cultura@ucu.edu.uy
Lugar | Primer Festival Música de la Tierra (Jaksonville) | Canelones.
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Domingo 23 de octubre |20:00hs | reservas = 098 920 789
Lugar | Iglecia Evangelica Valdense (Colonia Valdense) | Colonia.
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Viernes 28 de octubre | 21 :00hs | reservas = info@lindolfo.net
Lugar | Lindolofo Teatro | Montevideo | Entradas en venta en RED UTS.
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Sabádo 29 de octubre |21:00hs | reservas = escaparatesauce@gmail.com
Lugar | Centro Escaparate (Sauce ) | Canelones.

Más información = hola@li.com.uy

Los Rios Profundos de José María Arguedas na Resenha de Soledad Platero


No ano do Centenário de nascimento do escritor peruano josé maría arguedas, publicamos do el país cultural - uy,  a resenha de soledad platero sobre a obra los rios profundos. 
"LOS RÍOS PROFUNDOS", LA NOVELA CONSAGRATORIA

Hijo de los ríos y de los puentes


COMO SUCEDE con otros autores -el peruano César Vallejo, pero también el alemán Walter Benjamin- José María Arguedas es un territorio en disputa. Su persona y su obra funcionan como locaciones para el debate entre distintas formas de entender la cultura, la política y la escritura. Como escenario y premio para corrientes, a veces opuestas y a veces confluyentes, de opinión y de análisis.
Él mismo se entendía de ese modo. Él fue el primero en exponer con detalle, y reiteradamente, el combate en el que se sentía atrapado, y que puede esquematizarse como un tironeo entre sus dos patrias: la lengua quechua y la lengua española; el mundo andino y el mundo de los blancos; la inclinación mágica y la pretensión etnográfica. Y es, seguramente, por esa exposición constante de su dolencia, por ese abuso confesional y erizado -y por el contexto en que tuvo lugar- que hasta hoy, a cien años de su nacimiento, sigue siendo un punto luminoso y ciego, una condensación de materia radiante que rechaza la voluntad simplificadora del ojo.
Arguedas escribió varios relatos que dan cuenta de la vida en la sierra, de las costumbres de los indios y de los mistis, de la situación de aculturación en la que vivían los colonos, de la miseria y el desamparo que azotaban a esos hombres y mujeres atados a una tierra ajena, embrutecidos por la chicha y adormecidos por los sermones de los curas; pero la novela que lo hizo trascender el mero folclorismo, la que lo consagró como un escritor mayor, por encima del valor crítico o testimonial de sus historias, fue Los ríos profundos.

Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja

  Assim como o Said, milhares de palestinos tiveram de deixar seu país buscando refúgio em outros lugares do mundo. Radicado nesta fronteir...