sábado, 29 de setembro de 2012

A Cultura é a pièce de résistance das políticas públicas

Versos de Dario Garcia para Jaguarão seguir mudando

A expressão francesa pièce de résistance significa aquilo que é mais substancial. Inicialmente remetia à gastronomia referindo-se ao prato principal de um cardápio. Penso ser de bom tom o uso desta expressão para alinhar algumas memórias refletidas a partir das questões conjunturais que o momento eleitoral faz aparecerem.

O imaginário de cada um de nós é sempre circundado pelo conjunto de oportunidades vivenciadas. Tais vivências traçam um registro na memória individual daqueles que atravessam um determinado tempo histórico. No entanto, para além deste “cada um de nós”, há um caldo comum que resulta das experiências significativas, seja pela importância ou pela repetição, que traça uma geração inteira. A minha, por exemplo.

Criei-me na Rua dos Trilhos, em Jaguarão, ou seja, na Rua Uruguai, de hoje e de sempre, só que antes era dita dos trilhos. Trilhos que levavam e traziam mercadoria para o Uruguai. Dum lado e doutro da linha férrea estendiam-se duas sangas por onde se esgotavam as residências. Neste fluxo os água-pés floriam em branco na primavera. E, depois de alguma chuva, a criançada largava barquinhos de papel viajando mar afora. A poesia compensava a falta de políticas públicas de saneamento básico.

Desta época, duas lembranças assediam minhas reflexões. A estréia como leitor e o fato de eu morar perto da família que gerenciava a Rádio Cultura. Tendo me alfabetizado na escola primária, uma vizinha, costureira de renome, incumbiu-me de ler em voz alta enquanto ela fazia os acabamentos de mão nas peças que já costurara na máquina de costura. Os romances franceses do tipo capa-espada, publicados pela editora Vecchi, foram minhas primeiras leituras, o que permitia aos adultos vaticinarem: este menino será uma pessoa culta. Isto, e o destaque atribuído aos nossos vizinhos que trabalhavam na única rádio à época, levaram a que a palavra cultura passasse a ter um valor para minha história pessoal.
Depois, vieram os tempos de adolescência e somei-me à fraternidade que, por outros caminhos, também valorizavam a cultura, então já como forma de resistir à ausência de democracia própria dos “anos de chumbo”. Através da cultura, resistimos à massificação promovida pelo sistema, cuja modelização era voltada para nos tornar, toda a América Latina, no quintal das “multi”, como dizíamos. Na total ausência de vida civil, diante da supressão dos direitos políticos, éramos militantes culturais. Esta foi a nossa resistência.

Por isso, entendo o poder transformador da cultura. Esta via de acesso que permite transpor o adverso. Saúdo as plataformas que defendem a cultura como uma política pública. Creio na democratização da cultura e na conversão cidadã daqueles que a ela tem acesso. Quando a cultura é vista como gasto e não como investimento estamos diante da barbárie racional autoritária que permite a frase, por vezes atribuída a Goebbels - "quando me falam em Cultura saco logo da pistola."

Sérgio Batista Christino

Texto publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional , edição de 29/09/2012




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um guri em busca de aventura


Cavalgada tradicional do Vinte de Setembro

Meus sonhos me aprontam cada “gancho”! Pois não é que me deparo com uma comadre que falava para outra ter lido no jornal uma reportagem sobre os perigos aos jovens saindo a cavalgar fora da cidade. “Peraí, eles passeavam a cavalo dentro da cidade?” – estranhei, quase invadindo a cena. Porém, veio-me à mente uma de minhas estadias na cidade de Tapes - RS, situada às margens da Lagoa dos Patos e considerada a mais plana ao nível do mar, onde constatei não ser incomum esse costume, mesmo fora do tradicional desfile no feriado comemorativo de 20 de setembro.

Nada mais natural para que se favoreçam longas caminhadas a pé ou pedaladas de bicicleta, apesar do comodismo daqueles que não dispensam o automóvel para se deslocar em pequenas distâncias. E do lazer daqueles que ainda têm como alternativa a prática da equitação no perímetro urbano. Sem submeter suas montarias a grandes esforços, os ginetes também desfrutam de um prazer mais ecológico e saudável. Eles circulam nas vias públicas, inteiramente despojados de qualquer pretensão de impressionar com suas esporádicas passagens, que nem chegam a ser notadas no passeio.

Essa conversa das comadres falando do inconveniente dos jovens pegarem a estrada montados em seus pingos me jogou em tempos distantes quando minha cidade parecia pequena demais para minhas perspectivas de vida. Jaguarão era o universo a que me restringia como se não bastassem minhas explorações pelas ruas, quando as percorria de cabo a rabo, uma por uma, às vezes, tentando chegar a pé nas vilas mais pobres e afastadas, em busca da aventura de sentir a realidade de outras paragens. Quantas vezes não me detive ali no Prado, querendo prosseguir pela saída da cidade.

Houve ocasiões em que alugava bicicleta para prolongar esses trajetos. Mesmo assim, essas novas expectativas não passavam de entradas Uruguai adentro, pela ponte cruzando o rio e seguindo na direção da Cochilla para trazer “pan alemán” ou então esticando mais até o cansaço me parar lá pelos lados da Tablada. Outras vezes, a gente pegava um pequeno bote para navegar rio acima, onde nos perdíamos num dos inúmeros braços e ficávamos horas dando voltas, sem a mínima orientação, apenas na base de tentativas para encontrar o caminho de volta ao curso principal das águas.

Um dia havia de chegar a que surgisse oportunidade de sair daquele insulamento e lá fui eu de carona num "jipão" do Exército, a convite do primo Cesário, para passar uns dias em sua residência de Bagé, onde servia numa das guarnições locais. Pelo caminho, a estadia no Paris Hotel, de Pelotas, contemplava pela janela entreaberta do quarto em que estávamos hospedados a imensa torre metálica do relógio do Mercado Público, cujo carrilhão batia preciso as horas. Eu começava a desbravar o mundo...

José Alberto de Souza

Texto publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 19 de setembro

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PROYECTO RECOPILACION DE HISTORIAS DE VIDA DE COMPATRIOTAS URUGUAYOS EN RIO GRANDE DEL SUR




Estimados compatriotas:


El Consulado General  de Uruguay pretende llevar adelante durante los próximos meses una recopilacion, que requiere para su impulso el apoyo y participación de los miembros de nuestra colonia.

La idea es recopilar historias de vida de uruguayos en Río Grande del Sur, sea de aquellos que residen o residieron en este Estado, de aquellos que están o estuvieron de paso por estas tierras o de aquellas empresas que han logrado vencer las dificultades y obtener éxito en este territorio. Buscamos recopilar historias que transmitan alguna enseñanza o ejemplo de vida  por las experiencias vividas o por mostrarnos que es posible reinventarse a pesar de los obstáculos enfrentados. Historias que reflejen el profundo humanismo derivado de vuestro trajinar diario, historias en las que el valor, el coraje, la ilusión, la  esperanza y la solidaridad fueron los ingredientes que supieron condimentar vuestras vidas y vuestros sueños en tierras riograndenses.

Dicha recopilación será eventualmente incorporada a un libro a ser publicado o en un sitio web a los que buscaremos dar la mayor difusión posible.

A los efectos de comenzar a explorar la posibilidad de avanzar en esta idea, estamos convocando a quienes tengan interés en participar del proyecto, a enviar un mail a la casilla de correo del Consulado General: cgportoalegre@mrree.gub.uy, adjuntando en no más de una carilla una reseña de la historia o el capítulo de la vida que deseen compartir hasta el día  31 de octubre de 2012 e indicando nombre, teléfono, dirección y dirección de correo electrónico de contacto.


Dado que el proyecto abarca a todo el Estado de RS, las historias pueden ser remitidas también a los corrreos electrónicos de los Consulados del Uruguay en Quaraí, Livramento, Bagé, Yaguarón ( conuruya@brturbo.com.br) , Chuy y Pelotas.

Los contenidos recibidos serán analizados y en el correr de los próximos meses entraremos en contacto con los seleccionados para buscar un estilo de redacción uniforme para el conjunto de nuestras historias.

Consulado de Uruguay en Yaguarón
conuruya@brturbo.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Parque Farroupilha no Corredor das Tropas


Proposta inicial de construção do Parque Farroupilha de Jaguarão, Pré Projeto elaborado por Ulisses Couto.

No ano de 2011, foi apresentada aos Patrões e representantes dos CTGs e Piquetes, a proposta de construção do Parque Farroupilha. Prefeito Cláudio Martins explanou aos presentes a necessidade do grupo se apropriar deste projeto pois o mesmo depende do compromisso e empenho de todos. Segundo o prefeito temos uma emenda parlamentar de 400 mil do Deputado Henrique Fontana e uma área de 6 hectares regularizada no Corredor das Tropas a 260 metros do cruzamento com a Joaquim Caetano.

O Projeto contempla pista coberta de rodeio, pista aberta para gineteada e tiro de laço de 120x30m com arquibancadas, salão para eventos, com cozinha, banheiro, churrasqueira, cancha de bocha e de jogo de osso, área para construção de espaço para piquetes, campo de futebol, camping e estacionamento.

O Projeto foi aperfeiçoado pelos arquitetos da Prefeitura de Jaguarão e já tem o recurso federal garantido para sua implantação.



Rodrigo Jacques e Los Paisanos no Laranjal


Grandes músicos acompanhando Rodrigo Jacques numa noite dedicada à música do pampa. Imperdível.

O Bar e Parrillada Matinho é localizado na Praia do Laranjal em Pelotas, Av. Espírito Santo, 2933. 

Luiz Coronel é o autor em destaque no Sarau BPP



Transferido para 02 de outubro - a regra é a realização na última terça do mês - a próxima edição do Sarau Poético-Musical da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) tem Luiz Coronel como autor em destaque . Escritor com mais de 50 títulos publicados, o bageense nascido em 1938 tem a poesia como centro de sua obra, que passa também por literatura  infantil e letras de músicas consagradas como clássicos do cancioneiro gaúcho. A exposição sobre o poeta destacado ocorre na abertura do Sarau, às 19:30 horas. Após, seguindo o modelo do projeto que chega à sua XXV edição, blocos  de poesia recitada  de quatro autores da cidade e região e musica ao vivo.

CONFIRA PROGRAMAÇÃO E CONVIDADOS

O QUE - XXV edição  do Projeto  Sarau Poético-Musical BPP.
QUANDO E ONDE: 02 de outubro  de 2012, no salão térreo da BPP. Entrada franca. Inicio às 19:30 horas.


AUTOR EM DESTAQUE
Luiz Coronel

CONVERSA SOBRE AUTOR EM DESTAQUE
Marco Antônio Chaves

POETAS-AUTORES CONVIDADOS
Ben Hur Flores
Rachel Telechea Inda
Valier Varzim da Cruz
Victor Hugo Guimarães Rodrigues

MÚSICA AO VIVO
Rodrigo Madrid

Parceiros Institucionais
Confraria dos Poetas de Jaguarão
Curso de Relações Internacionais / UFPel
Faculdade de Educação / UFPel
Centro de Letras e Comunicação/ UFPel
Instituto Estadual de Educação Assis Brasil
RádioCOM.104.5FM

Realização
Bibliotheca Pública Pelotense

Coordenação Projeto Sarau Poético BPP
Daniela Pires de Castro
Getulio Matos
Mara Agripina Ferreira
Pedro Moacyr Perez da Silveira


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pelotas: Sete ao Entardecer traz Paulo Renato e Maurício Marques



Nesta segunda-feira, dia 24 de setembro, acontece mais uma edição do Sete ao Entardecer na Fábrica Cultural, com a presença dos músicos Paulo Renato e Maurício Marques, que apresentam o espetáculo “Por tudo... Gracias!”

Paulo Renato é músico, cantor e compositor gaúcho. Nasceu em Pelotas e viveu sua infância e adolescência em Santa Vitória do Palmar e Chuí. Estudou canto na Universidade Federal de Pelotas com Magali Richter. No Uruguai, estudou com Alba Toneli e em São Paulo com Jarbas Tauryno, Marta Dalila e Vera Platt, além de ter tido aulas de violão com com Laura Campañer, Valério, P. Paraná e Camilo Carrara. Seu estilo concilia o erudito e a música popular hispanoamericana. Em seu repertório, aborda reflexões do cotidiano afetivo e existencial humano, além de temas sociais, culturais e políticos.

Maurício Marques é formado em violão na Universidade Federal de Pelotas, é compositor, professor de música, arranjador e instrumentista, com trabalho voltado á Música Folclórica Gaúcha e Brasileira. Vencedor de inúmeros festivais de música, já foi condecorado com o Troféu Milton de Lemos (1998), Troféu Vitória (1198), Prêmio Açorianos de Música (2004) pelo seu disco “Cordas ao Sul” e escolhido para participar do 7º Prêmio Visa de música Instrumental Brasileira (2004), Projeto Rumos Itaú Cultural (2005), Violões do Brasil (2005) ao lado de Paulo Belinatti, Duo Assad, entre outros. Atualmente trabalha na produção de composições para Violão de Oito Cordas. Apresenta-se em formato solo ou em grupo, tendo por base os ritmos do Folclore Gaúcho, com muita técnica e arranjos elaborados.

O show “Por tudo... Gracias” mostra matizes da alma humana, onde a capacidade de amar, criar, transformar e qualificar a vida se fazem presentes. As composições trazem o tom brasileiro com latinidade. Canções, milongas, candombes e chacareras integram os ritmos do projeto (cd). 

O espetáculo “Por tudo... Gracias!” ocorre nesta segunda-feira (24), às 18h30, tendo por local a Fábrica Cultural. A entrada é franca. 


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cooperativa dos Catadores de Jaguarão ganhará novo Galpão

MPT em Pelotas repassará R$ 650 mil para economia solidária de catadores

Centro de Triagem da Cooperativa dos Catadores de Jaguarão ganhará 
um novo abrigo em um galpão de alvenaria de 600 m², que será construído 
com recursos repassados pelo MPT. 

O procurador do Trabalho Gilberto Souza dos Santos (na foto, à esquerda) 
inspecionou as atuais instalações da Cooperativa Aliança de Economia Solidária
 e Prestadora de Serviços (COOADESPS), no Município de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pelotas, com atuação dos procuradores do Trabalho Rubia Vanessa Canabarro, Gilberto Souza dos Santos e Fernanda Pessamílio Freitas Ferreira, repassará bens e equipamentos no valor total de R$ 650 mil a municípios da região Sul do Estado. O objetivo é disponibilizá-los aos profissionais catadores de resíduos sólidos que laborem em regime de economia solidária. Os equipamentos serão doados em pagamento por danos a direitos difusos, por empresas que firmaram termos de ajustamento de conduta (TAC) com o MPT em face de irregularidades trabalhistas relacionadas ao meio ambiente do trabalho.

Segundo o procurador do Trabalho responsável pelos acordos, Gilberto Souza dos Santos, “os recursos beneficiarão a montagem de um centro de beneficiamento de garrafas PET, em parceria com o município de Jaguarão, e a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Secretaria recolherá a coleta do produto da região Sul, triturando-a e enviando-a a uma fábrica de economia solidária no Uruguai, que a transformará em fios para teares. Quando o PET retornar ao país, será remetido a uma fábrica de economia solidária em Patos de Minas (MG), que o devolverá aos gaúchos sob a forma de tecido, para a indústria e artesanato”.

Além desse projeto, serão implantados, em parceria com o Município de Pelotas, uma usina de beneficiamento de plásticos recicláveis, e um centro de triagem e beneficiamento de resíduos, em parceria com o Município de Candiota. Também será beneficiado com investimentos, nesse primeiro momento, o Município de Canguçu, que já possui uma política de apoio aos catadores de resíduos. Segundo dados das entidades de economia solidária, existem atualmente na região Sul do Estado em torno de 50 mil profissionais envolvidos com coleta e seleção de resíduos sólidos, os chamados catadores.

Fotos: Divulgação/MPT-RS
Publicação no site: 17/9/2012

Acervo histórico preservado


Foto: Gesner Vaz

Uma das importantes ações da Unipampa, Campus Jaguarão, é o  Projeto de extensão Catalogação e Digitalização de Documentação Histórica que têm por objetivo geral a catalogação e digitalização do acervo de periódicos, livros de atas da Intendência e Câmara de vereadores da cidade de Jaguarão, datadas do século XIX que estão armazenados no Instituto Histórico e Geográfico , as quais são fontes de pesquisa sobre a memória da comunidade e estão em precário estado de conservação, sendo através da digitalização preservados e disponibilizados na forma de mídias como CD, DVD e página na internet. O Projeto é composto por uma equipe multidisciplinar de áreas do conhecimento como informática, história, biblioteconomia, letras e produção cultural.

A propósito de acervo digitalizado, a Biblioteca Digital Nacional disponibiliza para consulta no seu site na internet, http://memoria.bn.br,  riquíssimo acervo de jornais do século XIX, já extintos. Sabemos da importância que isto tem para a pesquisa, ainda mais com os Cursos de História, Letras e Produção Cultural presentes na Unipampa. Por curiosidade, consultei um das centenas de periódicos disponíveis. Escolhi o Annuario da Provincia do Rio Grande do Sul - 1885 a 1891 – sobre as ocorrências com a palavra Jaguarão. Os resultados são muito interessantes.

Em 1885 , informa o Annuario, em Notas sobre a Imprensa do Rio Grande do Sul, havia em Jaguarão quatro Diários.  A Ordem (órgão do Partido Liberal) , O Tempo (conservador) , A Tribuna, A Grinalda ( de cunho literário).  No mesmo ano, para viagens, anunciava-se que aos domingos, o vapor Mirim saia de Rio Grande para Jaguarão com escalas em Pelotas e Santa Izabel, retornando nas quartas -feiras. Aqui em Jaguarão o passageiro poderia utilizar a diligencia agenciada pelo Hotel Frances com destino a Montevidéu ou se pretendesse ir a Bagé, no dia seguinte à chegada do vapor, a empresa Progresso de Diligencias, o levaria em um dia e meio, se primavera ou verão, e em tempo incerto de percurso caso fosse temporada de outono-inverno.

Para expedir um telegrama no Estado do Rio Grande do Sul para os principais países da Europa e América do Norte, por Jaguarão, através do Telegrapho Oriental e Via Galveston, o preço já vinha com o custo do telegrama do Telegrapho Nacional a Jaguarão, de 400 réis.

O Annuario também contém problemas de xadrez, charadas , poemas, crônicas, estatísticas, quadro de arrecadação de impostos do estado, uma visão geral da época. Ernesto Machado, poeta jaguarense, para nós desconhecido, tem três belos sonetos publicados na edição de 1891. Escolhemos um deles:

Sinhá     

Da janella da alcova alcatifada
Ao lado d’um esplendido jardim,
Vem a brisa travessa e perfumada
Da essência peregrina do jasmim.

Corre, voa, perscruta vivamente
Esse ninho de fada embalsamado;
Sobe e desce, brincando doudamente...
Abre e cerra o discreto cortinado! ...

Dorme agitada em sonhos deslumbrantes,
De fórmas quasi nuas, palpitantes,
Mimo de Deus, a divinal sinhá!

Junto à janella, doudo, extasiado,
Canta, canta sorrindo, extenuado,
No leque da palmeira – um sabiá!

(Ernesto Machado)

Faça uma viagem por esse acervo da Biblioteca Nacional enquanto aguardamos a digitalização dos jornais de Jaguarão! 

Jorge Passos

Texto publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 12/09/2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Meia Noite em Paris no cineclube Jaguarão


Dando sequencia ao Circuito Coletivo Pédequê, o Cineclube Jaguarão exibe nesta quinta-feira,  20 de setembro, 20h, no auditório do  Círculo Operário, a comédia romântica,  Meia Noite em Paris. O filme de Woody Allen é uma verdadeira declaração de amor à Cidade Luz e à literatura.

Sinopse: Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido. 

Meia Noite em Paris
Quinta-feira, 20 de setembro, 20 horas, 
Local: auditório do Círculo Operário de Jaguarão 
Entrada gratuita



domingo, 16 de setembro de 2012

Poeta James Noël conversa sobre o Haiti na BPP


Representante da nova geração de autores haitianos, o poeta, cronista e ativista cultural James Noël é o convidado especial do evento CONVERSA SOBRE O HAITI  que, com entrada franca e inicio às 18:30 horas, acontece na próxima terça (18) , na Bibliotheca Pública Pelotense (BPP). 

Com mediação e tradução de Normelia Parisi, professora da FURG especialista em literatura haitiana , o autor faz uma exposição e conversa com o público sobre sua obra e aspectos da cultura e do cotidiano do país caribenho. O Encontro encerra com um painel de Parisi sobre aspectos gerais da literatura do Haiti.  

Realização conjunta da Bibliotheca Pública Pelotense ,  Associação dos Professores de Francês do RS / Comitê Sul , Centro de Letras e Comunicação  UFPel / Setor Francês  e Serviço de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França.




sábado, 15 de setembro de 2012

Ruba: "para o bem de Jaguarão , vamos de Cláudio Martins"


Depoimento do radialista Rubayat Leitzke em apoio à candidatura de Cláudio Martins à prefeitura de Jaguarão.
"Alô gente!
Meus amigos e minhas amigas, quero pedir para vocês, um minuto de atenção.
Estamos chegando próximo à eleição do dia 7 de outubro. Pra mim, este radialista que é amigo de vocês, peço o voto para o Claudio Martins. Para o bem de Jaguarão, gente! Cláudio é a melhor opção!
Jaguarão mudou muito. Deixou de ser a cidade do "já teve". Para continuarmos com a autoestima em alta devemos reeleger o Cláudio Martins. Por isso eu peço para vocês, gente. Para o bem de Jaguarão, nossa querida Cidade Heroica, vamos de Cláudio, vamos de 13. Espero o voto de vocês para confirmarmos na urna, dia 7 de outubro, a vitória do 13, a vitória da Frente Popular, a vitória do meu melhor amigo em Jaguarão, Cláudio Martins!"
Rubayat Leitzke


Encontro trata da Escola Binacional de Enfermagem e Obstetrícia

Criação da Escola Binacional de Enfermagem e Obstetrícia foi tema da reunião

El 6 de septiembre de 2012, se llevó a cabo en la sede del Vice Consulado del Brasil en Río Branco, una reunión con el fin de continuar el estudio de la Escuela Binacional de Enfermería y Obstetricia a crearse en ésta ciudad.  Al finalizar el encuentro, ambos cónsules aseguraron que elevarían la propuesta para ser  incluida en el Grupo de Salud de la VIII Reunión de Alto Nivel Brasil-Uruguay a desarrollarse los días 13 y 14 en la ciudad de Porto Alegre. El presente emprendimiento se encuadra en la profundización de la integración fronteriza, el fortalecimiento de la zona con el fin de revertir el éxodo de estudiantes a las grandes ciudades y como forma de inclusión mediante la enseñanza.

Consulado del Uruguay en Yaguarón


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Abertura oficial do Programa de Formação Continuada em Educação Ambiental



O Campus Jaguarão, da Universidade Federal do Pampa, tem a honra de convidá-los para a abertura oficial do Programa de Formação Continuada em Educação Ambiental/Edição 2012, no dia 15 de setembro de 2012.

Local: Auditório do Campus Jaguarão. 

09 h – Abertura Oficial

09h15min – Palestra Epistemologia das Ciências:  Professor Mestrando Fabrício Freitas/Campus Jaguarão 

14h – Mesa Redonda Inaugural Educação Ambiental e o Uso Sustentável dos Recursos Naturais no Turismo

Dra. Solange Terezinha de Lima-Guimarães – UNESP
Dra. Carmem Regina Silveira Nogueira – UFPEL
Dr. Rul Martins Antunes – UFPEL
Espec. Sandra Maria Martins Barbosa – CIC/ECOLOGIA

Contamos com a presença de todos(as)!

Prof. Dr. Mauricio Aires Vieira
Diretor Campus Jaguarão

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Conversa sobre Livros com Duda Keiber e Daniel Moreira na Bibliotheca Pública Pelotense


Nesta sexta-feira (14 de setembro) à partir das 19h, com entrada franca, acontece o evento “Conversa sobre Livros”, apresentação das obras ”Potchua Babulenka” de Duda Keiber e ”[Re]versos” de Daniel Moreira que será realizada na Bibliotheca Pública Pelotense (Praça Coronel pedro Osório, 103) .

O evento faz parte dos projetos aprovados e financiados pelo Procultura – Edital 2011.

Serviço:
O que: Conversa sobre Livros, apresentação das obras ”Potchua Babulenka” de Duda Keiber e ”[Re]versos” de Daniel Moreira
Onde: Bibliotheca Pública Pelotense (Praça Coronel pedro Osório, 103)
Quando: 14/09/2012 às 19h
Entrada: Franca





terça-feira, 11 de setembro de 2012

Elegia a Sancho Pança



                Por ti, Sancho Pança, foi criada a palavra lealdade
                E foi mais alto e mais real o valor de uma amizade
                Que uniu dois seres na mais insólita aventura...

                Por ti, que eras ninguém e, no entanto, tudo eras         
                (Pois fostes a terra que sustentou as vãs quimeras)
                Nasceu a lenda do Cavaleiro da triste figura...

                Eternamente andarás pelos caminhos de Espanha
                Junto a D. Quixote, a acompanhá-lo em sua façanha
                De sagrar-se, dentre todos, o maior dos cavaleiros
               
                Pois desde então, na alegria, na tristeza ou no perigo
                Sempre que alguém quiser saber o que é um amigo
                Recordará a Sancho Pança,o mais fiel dos escudeiros.



Martim César Gonçalves

Núcleo de Teatro da UFPel: temporada 2012-2


  
20 de setembro

Espetáculo: Piratini canta os Farrapos

Sinopse: Bento Gonçalves, um dos principais articuladores do movimento Farroupilha, acaba de morrer. O ano é 1847. Após saber da morte de seu líder, o povo de Piratini se reúne na sede do Governo da primeira Capital da República Rio-Grandense para prestar sua última homenagem. Em vez de chorar, os Piratinienses se juntam em coro e contam e cantam a história da República Rio-Grandense como um tributo a Bento Gonçalves.  A sede do governo serve de cenário para que o ideário Farroupilha seja lembrado como herança não apenas a Piratini, mas ao povo de todo o Rio Grande. Cada memória serve para que, ao final, todos compreendam que os ideais de Bento fazem parte de todos os presentes. Com isso, o rito termina em comemoração, pois Bento vive em cada um dos presentes e Piratini é seu principal símbolo, pois guarda em seu imaginário a herança do bravo general e dos ideais Farroupilhas: a liberdade, a igualdade e a humanidade.

Interpretação: Núcleo de Artes Piratiniense

Texto e direção: Adriano Moraes e Elias Pintanel

Local: Museu Barbosa Lessa (Piratini)

Horário: 15h

27 de setembro

Espetáculo: Quando as máquinas param, de Plínio Marcos

Sinopse: Zé e Nina são casados. Moram em um barraco em uma região de uma periferia qualquer. Zé está desempregado. Nina faz pequenos trabalhos como costureira: única renda do casal. A relação desse casal é permeada por um misto de amor conjugal e repulsa pela situação de crise econômica. A crise vence quando Nina declara a Zé que está grávida. É nesse momento que o tempo para os dois fica estático: como uma máquina que para repentinamente.

Interpretação: Elias Pintanel e Giovanna Hernandes

Direção: Adriano Moraes

Local: I Semana Acadêmica de Estética Moderna e Contemporânea

Horário: 22h

28 e 29 de setembro

Espetáculo: Pós-Fausto, de diversos autores

Sinopse: Fausto é o mito moderno do homem em busca do conhecimento supremo. O que impede essa façanha é outro conjunto mítico: o dogma da existência de Deus. O mito de Fausto é revisitado a partir de textos de Goethe, Paul Valèry, Fernando Pessoa, Nietszche e Jorge Luis Borges. O Pós-Fausto é um homem ainda em busca de conhecimento, não mais de um conhecimento absoluto, mas de fragmentos como totalidade de conhecimento. Pós-Fausto é uma tragédia subjetiva.

Interpretação: Elias Pintanel

Direção: Adriano Moraes

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h

05 e 06 de outubro

Espetáculo: Quando as máquinas param, de Plínio Marcos

Sinopse: Zé e Nina são casados. Moram em um barraco em uma região de uma periferia qualquer. Zé está desempregado. Nina faz pequenos trabalhos como costureira: única renda do casal. A relação do casal é permeada por um misto de amor conjugal e repulsa pela situação de crise econômica. A crise vence quando Nina declara a Zé que está grávida. É nesse momento que o tempo para os dois fica estático: como uma máquina que para repentinamente.

Interpretação: Elias Pintanel e Giovanna Hernandes

Direção: Adriano Moraes

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h

11 e 12 de outubro

Espetáculo: Alívio imediato, de diversos autores

Sinopse: O que fazer quando a fala é espontânea apenas em lugares em que a espontaneidade é quase nula? Esse é um espetáculo de um ator com Asperger: o que é dificuldade no dia a dia torna-se um alívio no jogo teatral. Aliviar-se é sinônimo de fala aberta, de gritos, de risos, de choro... enfim, de tudo aquilo que a síndrome de Asperger impõe como limite: o uso fluente da comunicação verbal e não verbal. Os textos ditos não tem tanta importância quando o que realmente importa é a comunicação direta, rápida, imediata.

Interpretação: Carlos Eduardo Pérola

Direção: Elias Pintanel

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h

19 e 20 de outubro

Espetáculo: “O mentiroso”, de Jean Cocteau

Sinopse: Um homem quer sempre dizer a verdade. No entanto, por intimidade com os discursos do cotidiano, é sempre impelido a mentir. Entre a mentira e a verdade está a aparência daquilo que o tecido social deseja. Entre mentir e dizer a verdade há um abismo chamado diálogo. O mentiroso é constituído de uma série de histórias que procuram revelar o suave limite entre o que aconteceu e aquilo que poderia ter acontecido. Trata-se mesmo de um jogo de imaginação em que o dito é mero pretexto para as cenas que configuram o dia a dia de todos nós.

Interpretação: Rodolfo Furtado

Direção: Elias Pintanel

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h

26 e 27 de outubro

Espetáculo: Sylvia, de diversos autores

Sinopse: Uma mulher revela suas paixões, suas fraquezas, seu senso de humor diante daquilo que mais a aflige: o espelho. A condição de ser mulher faz com que transite entre muitos papéis em que a fragilidade, a força, a memória de sua tradição são os elementos mais importantes. Nesse jogo com o espelho vai expondo um a um todos os seus desejos. Enquanto faz isso, possibilita que cada um de nós também remexa nessa noite escura que é a memória.

Interpretação: Giovanna Hernandes

Direção: Elias Pintanel

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h

09 e 10 de novembro

Espetáculo: Lua Nua, de Leilah Assunção

Sinopse: Essa comédia retrata as histórias de Silvia, Lúcio e Dulce: mulher, marido e empregada. O tempo é o de uma manhã em que tudo dá errado: a empregada se atrasa no mercado, o filho ainda dorme e pode acordar aos berros por causa da fome, o carro está na oficina, ambos têm reuniões importantes... Essa tensão é tomada como pretexto para que os papeis de mulher, mãe, marido, pai, empregada sejam discutidos por meio de um rápido jogo de diálogo em que o riso é fruto da própria experiência com cada uma dessas situações que se fazem presentes na maior parte das casas.

Interpretação: Vívi Famil, Rodolfo Furtado e Carlos Eduardo Pérola

Direção: Adriano Moraes e Elias Pintanel

Local: Núcleo de Teatro da UFPel (Andrade Neves, 1149)

Horário: 23h


Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja

  Assim como o Said, milhares de palestinos tiveram de deixar seu país buscando refúgio em outros lugares do mundo. Radicado nesta fronteir...