Por
Carlos José de A. Machado
O
imediatismo do cotidiano de nossas vidas acaba levando muitas pessoas a não
usarem a capacidade de utilização de uma arma fundamental para a transformação
da própria existência. A possibilidade
de enxergar além daquilo que parece ser, de redirecionar nossa vida se assim
for necessário. É pensar novos caminhos e não acreditar que é impossível.
Existe
uma parábola que nos ajudará a entender onde quero chegar “Havia uma corrida de
sapinhos onde o ganhador seria condecorado com uma grande premiação. Mas o público que estava ao redor (achando
impossível os sapinhos chegarem até o
final da pista sem desistirem, uma vez
que era muito longa) gritava e ironizava os sapinhos: - Vocês não vão
conseguir, vocês não vão conseguir....
E pouco a pouco cada sapinho ia desistindo. Permanecia apenas um. Que,
parecendo não dar bola para o que o senso geral dizia, seguiu em frente até
chegar ao final. Foi aí que todos
perceberam que o sapinho em questão não
os escutava pois era surdo.”
Ora,
é assim que muitos de nós, homo sapiens agimos.
Acreditamos que isso e aquilo é impossível. Por isso é preciso, eventualmente, pararmos e
“taparmos nossos ouvidos e olhos” tão acostumados com o dia a dia, e refletir
sobre os acontecimentos. É necessário
utilizar aquela arma que citei, que nada mais é do que a Reflexão Filosófica. Pensar de forma radical, rigorosa e global
sobre os fenômenos que acontecem (para usar um conceito da filósofa Marilena Chauí).
É
claro que não precisamos direcionar esta nossa arma para tudo. Mas é
fundamental, de vez em quando, utilizá-la com vigor. Claro que, sem
dúvida, no nosso IMEDIATISMO seria uma coisa quase “impossível” (não é
mesmo?), uma vez que não paramos para as
coisas MEDIATAS (que servem a um propósito maior, ou a um alcance um
pouco mais
adiante). O normal é pensarmos: “Quando
não tiver nada pra fazer aí então eu paro para uma reflexão deste
gênero”. Só que aí já poderá ser tarde ou nossa vida já
ter andado um longo caminho sem melhoras substanciais. E daí, acaba-se
vivendo “a vida que nos é
dada, da forma que nos é colocada”, o que não nos difere de forma
significativa
dos demais primatas.
Estas
pequenas grandes paradas para a reflexão filosófica é que servem para as
grandes transformações de nossa vida, de nosso cotidiano e de nosso mundo. Se isto não for importante então realmente, não
precisamos da FILOSOFIA. Afinal não
“vamos conseguir”, certo?
Publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional em 04/02/15
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