segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Al Mestre Vado

 

MESTRE VADO
Llora tu viejo cachimbo
en notas enronquecidas
sangra por dentro y no entiende
el porqué de tu partida
El pueblo que tantas noches
se deleitó en tu instrumento
tristemente ve apagarse
la estrella de tu talento
Integrarás otro bloco
con sonido celestial
animando para siempre
otro eterno carnaval
Con la humilde sencillez
de un ser humano ejemplar
nos legaste la enseñanza
que el rumbo, se hace al andar
Mestre Vado, Jaguarense
vivirás en la memoria
de la gente, pues no mueren
quienes marcaron la historia

Carolino Correa

domingo, 19 de julho de 2020

JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE III)



Amanhã, tomorrow

Táxis, uruguaios e refrigerantes.

Cerveja barata, carros velhos e tijolinho. Nesse universo quântico, a moeda dita os
costumes. É fronteira, transmutação atravessamento. Toda ideologia flerta com o capital
adequado, oportuno.

Naquele antigamente, os excêntricos: T. das Galinhas, terrível pitonisa! Sputnik,
Luminário, Pitrês; Odé, Odé, banana- com seu terrível e temeroso tourette, Locke de
Vara, Locke da Rodoviária, M. Franco, Echevenguá, exalavam um mar de energia e
premonição. Visionários, arrojados, impetuosos profetas, não temiam o futuro!

Talvez possuíssem a fórmula do porvir no seu inconsciente.
Se eram loucos não sei; os outros não tinham visão.

Agora zanzamos a esmo do Brasil para o Uruguai, do Uruguai para o Brasil, numa ponte
sem trem. Silenciosa expectativa!

Precisamos de um futuro!

Precisamos de um tomorrow! De um novo Prometeu para despertar o urro do jaguar!

Thadeu Gomes.

Ao primo Zé Roberto, Jorge, amigo de muita fé e muitos manos e manas, que nos
reconhecemos como de “importância”, em alguns momentos de nossas vidas.

terça-feira, 30 de junho de 2020

Adem - Ave do Paraiso

Foto cedida por Gilberto "Cabeça"

Hoje  estou  ouvindo  Creedence,  mas  poderia  ser  Nelson  Gonçalves ou  Claudia  Barroso. Aí  eu lembro que escutei  durante  toda  minha  infância  e  adolescência: “me  chama  de  gaveta  e  me  remexe  toda”  ... Uma  tirada  humorística,  com  conotação  sexual. Todo  carnaval  esperávamos  ansiosos  para  saber  das  novidades  dos personagens  tradicionais  da  folia  –  Fedegosa,  o  Índio,  o  Eli  e  os mascarados,  etc. Mas,  na  rua  do  Cordão,  expectávamos  para  ver  a  rainha,  a  diva,  a musa,  a  poderosa,  a  Deusa,  Logum  Edé:  a  Ave  do  Paraíso  –  Adem

Thadeu Gomes-jun 2020

Nota: O popular Adem na verdade tinha como nome artístico Adei, o inverso de Ieda. Sua figura foi tema do Bloco do Janjao no carnaval de Jaguarão ha alguns anos.

sábado, 6 de junho de 2020

JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE II)


Ontem, yesterday 

O padre Luis C. disse: Por que não? Só porque ele é ateu? E nós reconhecemos a nossa ignorância naquele dia. 

Lutar contra o preconceito, racismo e outras arrogâncias, era a ordem do dia. Black Panther´s, Luther King, Malcom X, tudo ali, em Jaguarão. 

Não se podia entrar e dançar no Clube Caixeral, Harmonia, Jaguarense, Instrução e Recreio, nem no salão paroquial da Vila Kennedy, sem ter admoestado por um PM- “pessoa de cor (negro), aqui não pode se manifestar”. Ponto e vírgula! 

Eu vivi um Jaguarão racista e atrasado. Você lembra disso? Mas o passado não importa! Tudo continua mais ou menos do mesmo jeito! Voltemos ao tema: estudar, trabalhar e não se avexar.  

Acredite nos seus antepassados; estes sofreram mais do que você! Colégio Pio XII, Alberto Ribas e Espírito Santo- tenho amigos de todas as classes e cores. Autoestima, auto- afirmação. Renascendo desde as aulas da Margarida e da professora Ana Maria, irmã do Lica, filhos da dona Léa. E aí black is beautiful! 

Havia o Louco da Bita, o Jorge Arides, o Reinaldo, o Carlos Everton, o Lineu, o Carrara e outros bambas. Havia respeito. Depois da literatura latino- americana, Pasquins, Cadernos do Terceiro Mundo, Lennon e Jorge Cafrune, era hora de partir. Assim muitos se foram, levando Jaguarão consigo! Isso não é fácil, cara! Mas sempre voltamos como os Beatles e os Rolling Stones! 

Thadeu Gomes. 

Aos amigos- Gerson, sapateiro; professora Verdina, pelos saraus undergrounds, que só os eleitos frequentavam e dona Necha, que benevolente, sempre amava todos como seus filhos.

sábado, 9 de maio de 2020

JAGUARÃO – LENDAS, MITOS E PROFECIAS (PARTE I)




Hoje, today

Hoje não estou aqui, mas tenho a sensação de que o Hélio acabou de me emprestar Cem Anos de Solidão” para ler; que na casa do Luis Carlos estamos ouvindo Cosmos Factory, do Credence, “bolacha” quentinha, comprada naquele sábado de manhã, no Uruguai. À noite, um filme no Cine Rio Branco- Sacco e Vanzetti!

No pé do Cerro da Pólvora, na casa do Xavier estou escutando Carlos Santana arrebentando em Woodstock- “Soul Sacrifice”.

Hoje não estou em Jaguarão, mas chove.

Mais tarde, às 19:00 hrs, o mate será cevado pela Margarida, numa roda de chimarrão: eu, Zé Roberto, Clodoveu, Noca e quem mais chegar.

Estou a querer mais: ouvir ELP- Emerson, Lake & Palmer na garagem do Cebinho e do Nedilande. “Let It Be”, Beatles, cara, num velho disco da coleção do Eduardo Gatinha, com seus óculos fundo de garrafa.

Fiquei sabendo que o Christino ouve Yes e Joelho de Porco, nos bastidores e também
Genesis, mas isso ninguém pode saber...

Eu, Marcelo e o Tomate- too much, falávamos de eventos outros: Clube Suburbanos,
Clube Harmonia, Moody Blues, Ramones e Pink Floyd.

Maria Fernanda apresentou a obra literária do historiador Carlos Cardoso, que sugere
resenhas de Álbuns mitológicos do Rock- coisa de louco, especialista.

Jaguarão, onde tudo começa, onde tudo termina.

Na companhia do Calão, do Gilnei, do Dagoberto, do Airton, do Jader e do Dudu, comi peixes lá do Tango, do Fisco, das Palhinhas, das Figueirinhas da Lagoa, do centro da Esfera. Não importa mais, se você nunca fez o caminho desses templos espirituais.

Na companhia de George Gaiolinha, comendo tiras de costela nas noites encantadoras
da Coxilha, tenho certeza que existo!

Meu cachorro me desperta. Preciso cerrar estas conversas com o meu Eu. Até amanhã!

*Para meu amigo Luis Carlos, da Rua do Cordão, influencer de anos 60/70 e ainda hoje.

Abraço e Saúde.

Thadeu Gomes.



Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja

  Assim como o Said, milhares de palestinos tiveram de deixar seu país buscando refúgio em outros lugares do mundo. Radicado nesta fronteir...