domingo, 26 de dezembro de 2021

CASA AZPIROZ - Hospedagem na Fronteira Jaguarão - Rio Branco



Um novo local de hospedagem surgiu na fronteira Jaguarão Rio Branco: Casa Azpiroz, uma casa rodeada de natureza e também inserida na zona comercial fronteiriça, ideal para quem busca se hospedar em um entorno histórico, cheio de memória e estar a poucos passos do Rio Jaguarão. 

Aqui,  o hóspede poderá disfrutar de ambientes aconchegantes e inspiradores, sentar ao calor da lareira disfrutando un vino uruguayo, relaxar na rede à sombra da goiabeira, ver um filme na sala de cinema ou mesmo tomar um chá na varanda com as ervas medicinais da horta orgânica que os donos da casa cultivam. 

Suas paredes contam um pouco da história que esta casa e o rio têm, através de arte, fotos antigas e outros recuerdos. A antiga morada da família Passos virou um Curta Metragem, "Casa de Rio",   dirigido por Luiz Alberto Cassol e faz parte do longa Fronteiriz@s participando de vários Festivais de cinema Latino-americanos. 

A Casa, localizada no Parque Remanso, na cidade de Rio Branco,  se encontra estabelecida em meio à ótimos restaurantes, a poucos metros dos freeshops, parques e em frente à ponte Internacional Mauá. 

Em termos de estrutura para acomodar seus clientes, a Casa Azpiroz conta com dois quartos de casal e uma sala - quarto com lareira. A cozinha é equipada para que o hóspede possa fazer suas refeições em casa, se assim desejar. O café da manhã é por conta da Casa! Garagem descoberta gratuita, monitoramento por câmeras 24h por dia e ronda noturno, ideal para quem busca segurança e tranquilidade.

Contatos: 

https://airbnb.com/h/casaazpiroz

Email: casaazpiroz.uy@gmail.com

https://www.facebook.com/casaazpiroz


Fotos













terça-feira, 3 de agosto de 2021

Soterrados - Martim Cesar

"O Grito" pintura de Edward Munch

SOTERRADOS

Sobre meu corpo uma pedra
Sobre a alma uma montanha
Em volta, uma estranha guerra
Que em lama e sangue se banha
Guerra surda e disfarçada
Como se fosse inventada
Ou fosse em outro país
Guerra com luzes maquiada
Com brindes comemorada,
Sob o espocar dos fuzis
Mas aqui, sob a pintura,
Resta o quadro verdadeiro
A tarde clara é escura
E é intenso o nevoeiro
Nem a certeza do sol
Que voltará algum dia
Cala essa dor de estar só
Sobre uma terra vazia
Vazia, mas não de homens,
Nem de mulheres vazia,
Carente, mas sim da fome
Da vida amena e sadia
Que entenda meu sentimento
Povo do chão de onde eu vim
Esse infindável lamento
Que cresce dentro de mim
Represa em mar rebentando
Punhal cortando a mordaça
Um afogado respirando
O ar que passa... e não passa!
Da gente que é minha gente
Pois de seu barro fui feito
Nascidos do mesmo ventre
Com igual bondade no jeito
Por isso, povo, não cales
Minha voz saindo da tua
Se vivo em teus mesmos bares
Se ando em tuas mesmas ruas
Qual a trincheira, eu sei bem,
Em que devemos estar
Tu, por povo... e eu também,
Nascidos do mesmo lar
Mas, talvez, por artimanha
De quem bate e esconde a mão
Aquele que hoje apanha
Não saiba ver seu vilão
E, assim, em bandos distintos,
Como seres diferentes
Frente a frente, estamos nós.
E essa é a dor que mais sinto!
Ao ver que há tanto inocente
Apoiando seu próprio algoz
Sobre meu corpo uma pedra
Sobre a alma uma montanha
Em volta, uma estranha guerra
Que em lama e sangue se banha
Há lobos feito cordeiros
E mentiras em mil faces
Mas só um rosto verdadeiro
Por trás de tantos disfarces
Tantas perdas, tantas vidas
Cortadas antes do fim
É como se todas elas
Morressem dentro de mim
Por isso, povo, permita
Meu grito desesperado
Bem mais que pedras me oprimem
Tantos sonhos soterrados
Sobre meu corpo uma pedra
Sobre a alma uma montanha
Quero sorrir e não posso
A dor me alcança e me ganha
Pois mesmo que a luz retorne
E derrote essa escuridão
A inocência quando morre
Não volta a seu mesmo chão
Ainda assim seguir lutando
Mesmo assim seguir em frente
E sempre em nós resistindo
Nossa bondade insistente
Quando as palavras não bastam
Frente à imponência das armas
Quando a truculência é aplaudida
E a arte ao lixo é jogada
Quando a ganância triunfa
E polui as águas e as almas...
Não abdicar da utopia
Não se bandear de trincheira
Não crer que a intolerância
É só mais uma bandeira
Não ver a desigualdade
Como um acaso divino
Nem a carência de tantos
Como obra do destino
Assim juntos venceremos
Mesmo sendo derrotados
Porque os rastros que deixamos
Não podem ser apagados
Mesmo que os outros não saibam
E ocultemos nossa essência
O que somos... nós sabemos!...
Não se engana a consciência
Por isso que essa montanha
Que tanto me oprime agora
Pode até ser cordilheira
Ocultando a real história
Mas bem mais cedo que tarde
Bem mais perto que distante
Irá nascer outro sol
De uma manhã mais radiante
E esse dia que sonhamos
E que virá com certeza
Verá o rio da nação
Vencer mais essa represa
E juntos festejaremos
(Mesmo os que já não estão
Pois tudo que aqui fizemos
Deixa suas marcas no chão)
E já não mais soterrados
Sob tanta hipocrisia
Minha mão na tua mão
Feito quem luta e confia
Gritaremos que a ilusão
Que a nossa ingênua utopia
Não se dobraram à opressão
Que a arte e sua rebeldia
Que a luz de cada canção
Que a força da poesia
Semearam, dia após dia,
O fim dessa escuridão.
Martim César


 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

*UMA CHARLA SOBRE O EPISÓDIO ALÉM DA FRONTEIRA*

 

A partir de hoje, até a próxima sexta-feira, dia 30 de julho, vamos publicar diariamente cinco bate-papos sobre a criação dos roteiros, ouvir depoimentos de convidados e curiosidades sobre a produção e as filmagens dos episódios que fazem parte do longa-metragem *Fronteriz@s*.
A primeira charla é sobre o episódio *Além da Fronteira*. Participação de Alexandre Mattos Meireles (diretor e corroteirista), Adry Silva (corroteirista), Cintia Langie (Assistente de Direção e Montadora) e Hilton Oliveira (ator). Mediação de Ricardo Almeida, produtor geral do longa *Fronteriz@s*.
Já está lá no portal: www.fronterizos.org


segunda-feira, 15 de março de 2021

Asas, garras e sonhos


 Tinha asas. E pensar que todos nós, caídos do céu, já tivemos asas. 


Tinha asas, não como as de um pássaro precipitado ao precipício,

Resistindo ao vento, irresistível sopro.

Tinha asas, não como as de um anjo, imperfeição perfeita,

Solidão desfeita pela vida eterna.

Tinha asas, não como as que batem fortes, sustentando o corpo,

Imitando as luzes que imitam o tempo.

Tinha asas, não como voluntário apêndice, fantasia crédula,

Poder infinito sob olhar brilhante.


Tinha garras. E pensar que todos nós, única origem, já tivemos garras.

Tinha garras, não como as que sangram presas, necessária luta,

Amoral disputa pela luz do sol.

Tinha garras, não como as que prendem e soltam, liberdade efêmera,

Prisão passageira a caminho, a caminho.

Tinha garras, não como sedução desperta, sussurrar malévolo

Que provoca pânico, convulsões de amor.

Tinha garras, não como defesa lógica, atuar certeiro,

Álibi bendito a esperar momento.


Tinha sonhos. E pensar que todos nós, papéis em branco, já tivemos sonhos. Tinha sonhos, não como delírios súbitos, loucuras secretas,

Obscenas faces ocultas da vida.

Tinha sonhos, não como matéria ampla, fronteiras largas,

Caminho envolto em mantas e pedras (arredondadas).

Tinha sonhos, não despertos ao acaso, prolongada hora

De sabor ardente, de ardor urgente.

Tinha sonhos, não de indecifráveis símbolos, de irrefletida face,

Obscura fonte de mensagens certas.


Tinha asas.

Tinha garras.

Tinha sonhos.

Tinha medo.


E. J. Martins

Nov/99

É verdade?

Clandestino - Gilberto Isquierdo e Said Baja

  Assim como o Said, milhares de palestinos tiveram de deixar seu país buscando refúgio em outros lugares do mundo. Radicado nesta fronteir...