quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Salve 15 de outubro, Dia do Professor!

O educador Paulo Freire dizia que “a escola é o lugar onde se faz amigos”. De fato, foi na escola que fiz grandes amigos, pela troca de experiências, no estudo, no aprender a ouvir e na vontade de fazer sempre o melhor e por acreditar que cada vez mais temos muito para fazer juntos, porque caminhamos na busca de um ensino de qualidade. O amor que se tem ao que se faz, transborda e contamina. Professor que não gosta do que ensina, por “n” razões, ou que está insatisfeito com seu trabalho, sua instituição, deixa evidente essa insatisfação em sua prática, e assim, ora pega leve ora pega pesado: -Vocês verão na hora da prova...Atitude como esta pode ser vista de duas maneiras:

A de conformismo, ou seja, se está bem desta forma, tem dado certo, por que mudar? Se não sou cobrado, por que me mostrar? Se meus alunos não são responsáveis, não cumprem seus deveres, por que eu o farei por eles?

A de reflexo, a ideia de que o professor é espelho, sempre. Trazemos, embutidas em nossa prática, reminiscências do que vivenciamos como alunos. Lembra-se de um professor iniciava a aula com um poema, um pensamento? Que tenha sido amigo, compreensivo, criativo, “mão de ferro”, ditador, ou desafiava sempre com perguntas inteligentes, que encantava com histórias contadas de forma emocionante? Veremos que poucos ficaram em nossa memória pelas coisas positivas que nos passaram ou até as negativas.

Lidamos com jovens e/ou crianças cheios de sonhos, ideais e expectativas em relação ao conhecimento que construirão, e infelizmente, se veem sufocados por uma prática pedagógica ineficiente e reprodutora que não os leva a criar, a pensar e a agir de maneira construtora, que acrescente algo mais a sua vivência. Quantas vezes somos desafiados por nossos alunos quando, na verdade, nós é que deveríamos desafiá-los para a construção do conhecimento?

Para Rubem Alves “um bom professor deve ser um mestre de analogias”, pois a analogia é um importante artifício do pensamento, que permite caminhar do conhecido ao desconhecido. Um professor pode ser um ‘contador de histórias’, quando na prática utiliza o discurso monológico, ou ser um professor ‘polemizador’ de histórias, que na prática permite o diálogo, o desafio, a inovação, que transforma a sala de aula em uma comunidade de investigação e diálogo permanente. Se adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, se fizer as conexões com o cotidiano e o inesperado, talvez avancemos no conceito de aprender a aprender.

Zeca Baleiro, canta que “é mais fácil cultuar os mortos que os vivos, mais fácil viver de sombras que de sóis, é mais fácil mimeografar o passado que imprimir o futuro...” “Escola é o lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos...Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor, na medida em que cada um, se comporte como colega, amigo, irmão.” (Paulo Freire)

Professora Analva Lucas Passos

Publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional em 16/10/2013


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