O educador Paulo Freire dizia
que “a escola é o lugar onde se faz amigos”. De fato, foi na
escola que fiz grandes amigos, pela troca de experiências, no
estudo, no aprender a ouvir e na vontade de fazer sempre o melhor e
por acreditar que cada vez mais temos muito para fazer juntos, porque
caminhamos na busca de um ensino de qualidade. O amor que se tem ao
que se faz, transborda e contamina. Professor que não gosta do que
ensina, por “n” razões, ou que está insatisfeito com seu
trabalho, sua instituição, deixa evidente essa insatisfação em
sua prática, e assim, ora pega leve ora pega pesado: -Vocês verão
na hora da prova...Atitude como esta pode ser vista de duas maneiras:
A 1ª
de conformismo, ou
seja, se está bem desta forma, tem dado certo, por que mudar? Se não
sou cobrado, por que me mostrar? Se meus alunos não são
responsáveis, não cumprem seus deveres, por que eu o farei por
eles?
A 2ª
de reflexo,
a ideia de que o
professor é espelho, sempre. Trazemos, embutidas em nossa prática,
reminiscências do que vivenciamos como alunos. Lembra-se de um
professor iniciava a aula com um poema, um pensamento? Que tenha sido
amigo, compreensivo, criativo, “mão de ferro”, ditador, ou
desafiava sempre com perguntas inteligentes, que encantava com
histórias contadas de forma emocionante? Veremos que poucos ficaram
em nossa memória pelas coisas positivas que nos passaram ou até as
negativas.
Lidamos com jovens e/ou
crianças cheios de sonhos, ideais e expectativas em relação ao
conhecimento que construirão, e infelizmente, se veem sufocados por
uma prática pedagógica ineficiente e reprodutora que não os leva a
criar, a pensar e a agir de maneira construtora, que acrescente algo
mais a sua vivência. Quantas vezes somos desafiados por nossos
alunos quando, na verdade, nós é que deveríamos desafiá-los para
a construção do conhecimento?
Para Rubem Alves “um bom
professor deve ser um mestre de analogias”, pois a analogia é um
importante artifício do pensamento, que permite caminhar do
conhecido ao desconhecido. Um professor pode ser um ‘contador de
histórias’, quando na prática utiliza o discurso monológico, ou
ser um professor ‘polemizador’ de histórias, que na prática
permite o diálogo, o desafio, a inovação, que transforma a sala de
aula em uma comunidade de investigação e diálogo permanente. Se
adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, se fizer
as conexões com o cotidiano e o inesperado, talvez avancemos no
conceito de aprender a aprender.
Zeca Baleiro, canta que “é
mais fácil cultuar os mortos que os vivos, mais fácil viver de
sombras que de sóis, é mais fácil mimeografar o passado que
imprimir o futuro...” “Escola
é o lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas,
quadros, programas, horários, conceitos...Escola é, sobretudo,
gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se
estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é
gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será
cada vez melhor, na medida em que cada um, se comporte como colega,
amigo, irmão.” (Paulo
Freire)
Professora Analva Lucas Passos
Publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional em 16/10/2013
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