quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Clandestino

Vagou pelo mundo, sem rumo e sem destino,
tendo sempre vivo na lembrança, seu sonho de menino.
Pois quando criança corria livremente em solo pátrio
Eis que de repente assim quis o destino,
Roubaram-lhe o chão e seu sonho de menino.
Quando velho, olha o passado quase em desatino,
Sem entender por que
Em seu próprio lar tornou-de um clandestino.
O que fazer agora se a hora o ponteiro não parou!
O tempo passa, mas o hospedeiro ficou!
Fincou raízes e o lar ser seu jurou!
Disse que o profeta
Nos tempos antigos assim prometeu!
Mas como pode alguém prometer
Algo que nunca foi seu?
E agora o que fazer?
Se o mundo olha e diz:
O problema não é meu!
Mas quando repartiram o chão
Pensando ser seu,
esqueceram daqueles que como ele
tiveram que buscar refúgio em lugares
que jamais poderão chamar de seu.
Said Baja


Publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional em 13/11/2013 


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