Foto: Portal del Lago Merin |
por vicentepimentero
O
apêndice da Lagoa Mirim que nos pertence como balneário de
uruguaios e brasileiros no país vizinho, esconde-se em um dos
paraísos mais incríveis e naturais por que não dizer da América
Latina. É claro que, padrões estéticos à parte, poderia ser um
destino turístico melhor balanceado, ora por sua capacidade de
carga, ora pelo respeito ao meio ambiente.
Há
contradições quanto a suas belezas naturais justamente pelo impacto
irreversível desse turismo de massa, que passa pela vida sem dar-se
de conta, assim como pela lagoa, sem dar a ela o merecido valor. Mas
como tudo na vida não são flores, ainda convivemos com essas
afrontas de comportamento social que destoam com o que se quer para o
nosso entorno. Quando digo o que se quer, me auto intitulo porta voz
daqueles que vivem a lagoa desta maneira apaixonada, onde a relação
homem e natureza atravessa os limites da preservação, seja ela,
através do respeito à dita natureza ou, apenas, à contemplação
da mesma.
Fraldas
usadas e jogadas na areia à parte, pode se dizer que a Laguna
continua apaixonando a todos e as quantidades de famílias e pessoas
que escolhem o balneário como sua casa, decidem ir morar por lá,
crescem dia a dia a diversidade de sua vegetação, seja ela nativa,
de médio ou grande porte, seja ela caseira, através de plantas,
jardins, e amor ao meio em que se vive.
Na lagoa
a regressão de pássaros, a diversidade biológica, e o contato
explícito com a natureza fazem com que qualquer pessoa se encante à
primeira vista, olhar, sentir, cintilar. Os poucos quilômetros que
separam o charco d'água doce do mar, trazem um ar holístico com
energia pampeana que apazígua qualquer alma batida que por ali se
aprochegue. O luar, assim como o pôr do sol são os mais lindos que
já vi, e olha que me dedico a isso. Na lagoa o tempo é outro,
naquele rinconcito al este del Uruguay, as plantas florescem com
sabor a vida pura, os mais lindos pássaros te visitam na hora do
chimarrão, e quando a madrugada entra os jovens se entorpecem de
noite na areia tíbia onde abunda a água límpida pelos juncos.
Para
ser Lagunero basta somente saber algumas coisas, entre elas, que ali
habitam seres totalmente apaixonados e entrelaçados com a natureza.
Vou usar uma frase que meu caro amigo Odyr publicou, há muitos anos
atrás, quando falava do meu primeiro bar, lá na cidade de
Pelotas...."vá, mas não avise os Alliens"
Publicado no Jornal Meridional , edição de 07/01/2014
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