quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Igreja Matriz - Eduardo Alvares de Souza Soares


Pronunciamento de Eduardo Alvares de Souza Soares por ocasião do Lançamento do seu livro, IGREJA MATRIZ do Divino Espírito Santo da Cidade de JAGUARÃO, durante cerimônia de celebração pelos 200 anos da Freguesia de Jaguarão em 26 de outubro de 2011.    

Vocês verão neste livro, que a história desta Matriz,  foi uma história de 30 anos de lutas. 

Jaguarão até a concretização da Matriz teve três Vigários Colados. Joaquim Cardoso de Brum, que não viu o inicio desta igreja, viu o segundo Vigário Colado, Padre João Themudo Cabral Diniz, que vocês sabem, está sepultado aqui no Cemitério das Irmandades em Jaguarão, e,  veio a termina-la, de 1859 a 1884,  o terceiro Vigário Colado que teve Jaguarão, padre Joaquim Lopes Rodrigues, que foi o verdadeiro herói da façanha.

Esse livro reúne cerca de 50 documentos inéditos, todos eles garimpados em diferentes artigos, e todos eles trazidos à colação nesta obra, para que se pudesse organizar de forma sequencial, pró-lógica, o que foi a luta de 30 anos para erguer o templo e finalmente concluí-lo. 

Faço minhas as palavras do Dr Claudino ao dizer o quanto nós, jaguarenses, devemos nos unir todos, as entidades, associações, as iniciativas particulares, procurando os recursos necessários. ( refere-se o Dr. Eduardo à  restauração do telhado da Matriz) 
  
Acredito que esta obra, mais que tudo, será um estímulo a que todos que a lerem, sentirem de que, a importância deste prédio na vida comunal, é, talvez, se confunde com a própria historia de Jaguarão. Não há nada mais importante, não há edifício com maior significação simbólica do que o prédio da nossa Matriz. E não creio exagerar em nada, se disser a todas as pessoas aqui presentes, a todos os convidados, a todas as autoridades que nos assistem, que dificilmente uma igreja no Rio Grande do Sul tenha uma história tão rica e tão detalhada quanto tem a nossa Matriz. Bastaria um dado. O vigário de Jaguarão foi o único padre que fez toda a campanha da Guerra do Paraguai, e finda a Guerra do Paraguai em 1870, foi ele, o vigário de Jaguarão, quem celebrou na Catedral de Assunção, o Te Deum da vitória.

Esta igreja foi partícipe da invasão de Jaguarão em 1865, partiu da igreja as iniciativas da luta que mantiveram os jaguarenses por duas epidemias de cólera morbus, em 1855 e 1868. E esta obra não se limita apenas à atual Matriz, mas vai ao antigo barracão de palha que sobreviveu anteriormente neste mesmo local e que, com a criação da Freguesia a 31 de janeiro de 1812, permitiu que o catolicismo se instalasse em Jaguarão e aqui através do padre, primeiro provisional, Joaquim Cardoso de Brum, iniciasse as atividades católicas nesta cidade.

Não devo me estender mais, muito obrigado a todos. Acreditem-me , esta obra, como diz Sérgio da Costa Franco , e não são palavras minhas, deve ser de presença obrigatória em todos os lares e bibliotecas de Jaguarão e acredito que quem a levar, estas páginas, por certo , guardará um tesouro para filhos, netos e bisnetos.

Obrigado. 

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