Nesta foto, No clube instrução, de 1986, já no último ano do GBV,
15 anos da Silvana (irmã da Tatiana). Todos que se encontram na foto,
praticamente eram do grupo.
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Agosto
de 1983, sim. O mês eu tenho quase
certeza. Isto ficou na memória. Na casa da Candinha (mãe da Ana Maria
Isquierdo), na Rua Andradas, entre
Carlos Barbosa e Gal. Marques. Ali, em uma reunião de amigos surgiu um Grupo de
Jovens atuante, que existiu até meados de 1986. O GBV,
grupo que se agregou a Igreja Divino Espírito Santo, mas que tinha em seu meio, jovens que não conseguiam ficar presos a
certas visões mais conservadoras. Assim, já começamos
deixando alguns adultos de orelhas em pé. Nos organizamos somente jovens. Alguns já com 18 ou 19 anos. E o mais interessante, fazíamos atividades
de ação social, além de cultos religiosos onde o pandeiro (naquela época era
quase pecado) fazia parte. Fazíamos
encontros onde participavam jovens de várias igrejas (ecumenismo em Jaguarão na
década de 80 !!! Sim, afinal, nós jovens
não perguntávamos se era possível, fomos
e fizemos).
Certa vez num encontro de jovens no CTG
Rincão da Fronteira, participaram jovens
de várias igrejas, lembro de um jovem
que deu um testemunho de fé (era Testemunha de Jeová), também da Dilce (hoje
reverenda da Igreja Episcopal) além de outros, que talvez até nem frequentassem
alguma Igreja. Mas lá se debatia a juventude,
as inquietudes entre outros temas. Foi neste encontro que conheci o Maestro
Jarbas Taurino, o qual íamos nos cruzar muito logo ali adiante. E eu lá no meio, eu que mais adiante acabei sem professar
nenhuma religião, embora procure respeitar todas da melhor forma possível. O que é a linha do tempo, hem?
O Grupo Boa Vontade se reunia todos
os sábados nos fundos da Igreja, onde discutíamos textos, em geral do Jornal
Mundo Jovem (da PUC). Para quem não
sabe, um jornal à esquerda, em plena Ditadura.
Ah, e cantávamos muito, e entre estas músicas "Pra não dizer que
não falei das flores". Será que
todos tinham consciência de que período vivíamos (final da ditadura, mas era
Ditadura). Alguns coordenavam o grupo,
como o Correto (Ricardo, hoje advogado e Prof. Universitário), o Ricardo Costa
(atual Pró-Reitor do Ifsul) além de mim, que acabava fazendo as
"vezes" de coordenador. E a
ata, esta eu não abria mão. Pior, foi perdida em algum momento da história. Não
achei mais. Me culpo por isso. Mas,
fazer o que. Ainda bem que nossa memória
ainda está boa. Vou deixar para citar nomes de outros integrantes em outro
momento (sempre falta algum).
Assim, vamos resgatando a história de Jaguarão, que
se dá também através de ações deste tipo. Pra melhor entender, muitos destes jovens, mais adiante (em seguida)
acabaram fundando um entidade cultural e
um Partido Político socialista (PT). Considerando que o atual prefeito é do
PT, podemos perceber as ligações dos fatos históricos com a
conjuntura atual. Claro que alguns
jovens do GBV não participaram nem da luta cultural nem da luta política na
década de 80 e 90, porém os que ali se
embrenharam, nunca mais pararam. Afinal, o tempo não para.
Carlos José de Azevedo Machado (Prof. Maninho)
Texto publicado na coluna Gente fronteiriça do jornal Fronteira Meridional do dia 13/03/2013
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