sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres Jaguarenses e o 08 de Março


Betinha com pacientes e equipe - Foto Mariane Silva

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher vamos durante o mês de março conversar com Mulheres Jaguarenses, que através de suas lutas diárias fazem valer o 8 de março. A nossa primeira entrevistada é a Pediatra Elizabeth Passos, carinhosamente conhecida como Betinha.

Nascida em Jaguarão em 29 de novembro de 1959, filha de jaguarenses, descendentes, por parte de mãe, de portugueses e por parte de pai de uruguaios. Cresceu um pouco no Uruguai e um pouco no Brasil, se considerando desta forma, “bem fronteiriça”.

Seu pai tinha um comércio do lado de lá do Rio Jaguarão, em Rio Branco, desde cedo já sentia despertar em si a vocação de cuidadora, quando pequena andava sempre as voltas com cachorros e crianças, todo animalzinho doente que encontrava pela rua, levava para casa a fim de cuidá-lo. Muitas broncas ouvia de sua mãe por causa disso. Estudava no colégio das freiras, ginásio Carlos Barbosa e depois concluiu a formação no colégio Espirito Santo, onde fez o cientifico, hoje ensino médio. Nessa época já tinha decidido fazer medicina, cursou faculdade na UCPel em Pelotas.

Em 1986, terminando a formação em Pediatria, veio trabalhar em Jaguarão, na Santa Casa e nos Postos de Saúde da Prefeitura. Também trabalha na cidade vizinha de Arroio Grande.

O meu trabalho sempre foi voltado a prevenção e promoção de saúde na criança, tendo o cuidado de estimular, incentivar, educar junto aos pais, para alcançarmos um ótimo desenvolvimento da criança como um todo, em todos os seus potenciais. Sempre fui e sou uma incentivadora ferrenha do Aleitamento Materno, por acreditar que esta é a melhor maneira de alimentarmos nossas crianças fisicamente e psicologicamente, alcançando com isso, o desenvolvimento de pessoas mais saudáveis e seguras de si”, conta Betinha falando sobre o seu trabalho.

Atualmente, trabalha totalmente voltada para a prevenção, promoção de saúde, incentivo aos cuidados da criança, trabalhando em seu consultório e Postos de Saúde.

Quanto à vida familiar, diz que está muito realizada, pois tem três filhos, Mariana, Assistente Social, João Pedro, Médico Cardiologista e Wanessa (filha do coração) acadêmica de Enfermagem UFPEL. “Ainda não tive a felicidade de ter netos, mas estou aguardando ansiosamente por este momento, porque deve ser mágico, maravilhoso”, confessa Betinha.

Sobre o 08 de Março:

Para ela o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, deve ser visto como um momento de mobilização para a conquista dos direitos das mulheres e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofrida pelas mulheres no mundo inteiro. “Na área da saúde, nós, como médicos, temos o dever de promover uma medicina de cuidados com a mulher e a criança, sempre com o intuito de ensinar e incentivar uma vida mais saudável, voltada para vivermos em uma sociedade mais equilibrada, socialmente e espiritualmente, com direitos e deveres iguais para todos”, salienta a Pediatra.

Acredita que as mulheres têm alcançado muitas conquistas em todas as áreas da sociedade, mas ainda há muito a se fazer, para chegar a um resultado pleno em relação aos direitos das mulheres, por isso crê que o Dia 08 de março, deve ser lembrado todos os dias.

A minha homenagem é para todas as Mães, mulheres abençoadas, corajosas, guerreiras, defensoras de seus filhos, muitas vezes, sozinhas, chefes de família, que lutam dia a dia para dar o sustento, alimento, educação, amor.

Como Pediatra há 27 anos, tenho observado, principalmente nas famílias com menos condição socioeconômica que são as Mães que são as responsáveis e mantenedoras do cuidado e educação de seus filhos. A minha mensagem é para que toda a sociedade esteja sempre alerta em relação aos cuidados com a família, incentivando as suas mães, mulheres, promovendo condições para que elas possam desenvolver seus potenciais, no papel de mãe, mulher, profissional tornando assim nossa sociedade mais justa, igualitária e feliz”, finaliza Betinha emocionada.

Texto publicado no Jornal Fronteira Meridional , edição de 06/03/2013


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