Paulo Timm participa de evento que lança nova obra de Aldyr Garcia Schlee
O intérprete
, músico-compositor e instrumentista Paulo
Timm é
o convidado para a parte de música ao vivo do evento daBibliotheca
Pública Pelotense
que, na noite da próxima sexta ( 23), marca o lançamento
nacional de Contos
da Vida Dificil ,
novo livro de Aldyr
Garcia Schlee.
Ao estilo violão e voz , serão apresentadas canções
baseadas em contos do escritor jaguarense. Timm é
o autor da melodia dos dois temas ( ver letras ao final)
compostos em parceria com os poetas-letristas Martim César Gonçalves
e Alvaro Barcelos. Programação com entrada franca e inicio às 19
horas , no salão nobre da Bibliotheca.
O
trabalho do também jaguarense Paulo Timm tem quatro registros
em CDs - sempre em conjunto com músicos e letristas que acompanham sua trajetória iniciada em 1995. O mais recente - o
álbum Singular,
lançado na Bibliotheca,no inicio de junho - é uma parceria
com Gilberto Isquierdo e Mauricio Raupp Martins.A canção A
Viúva de Quinteros -
letra de Martim César e música de Paulo Timm - tem como tema o
conto do mesmo nome publicado no primeiro livro de Schlee, Contos
de Sempre,
premiado na Bienal Nestlé de Literatura Brasileira de 1982. Já a
letra de Alvaro Barcelos - Nas
Tramas do Mago -
também musicada por Timm , apresenta uma colagem dos personagens e
do universo de fronteira da obra de Schlee.
O
encontro que tem Paulo Timm como convidado especial para a parte
musical é uma realização da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) e
da Edições Ardotempo , responsável pela publicação de Contos
da Vida Dificil e
de outros oito títulos de Aldyr Schlee. Cinco exemplares de cada uma
destas obras serão doados pela editora ao acervo da BPP. Evento com
apoio da Livraria Mundial.
Confira
programação e convidados:
O
QUE - Conversa
sobre Livros ,
edição especial, com Aldyr
Garcia Schlee.
Conversa
com o autor - apresentação de obra inédita e relançamento de
obras esgotadas.
QUANDO
E ONDE - 23
de agosto de 2013, no salão nobre da Bibliotheca
Pública Pelotense. Entrada franca. Inicio às 19 horas.
QUEM
- Aldyr
Garcia Schlee - Convidado especial
Regina
Ungaretti - Diretora do Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo
Alfredo Aquino
- Editor / diretor Edições ARDOTEMPO.
PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL / MÚSICA AO VIVO`
Paulo Timm -
interpreta canções baseadas na obra de Schlee
REALIZAÇÃO
Bibliotheca
Pública Pelotense e EDIÇÕES ARDOTEMPO
APOIO
Livraria
Mundial
A viúva de Quinteros
Letra: Martim César (Baseada no texto de Aldyr Schlee) / Música: Paulo Timm
Ninguém sabe o paradeiro
Da viúva de Quinteros
Que se foi sem deixar rastros
Que partiu pra nunca mais...
Restou um rancho deserto
Olhando pra o campo aberto
E já esquecido por Deus
E mil causos na memória
Que tentam contar a história
Como de fato ocorreu
Mas ao certo ninguém sabe
Qual seu fim ninguém responde
Se morreu, cadê o corpo?
Se partiu, se foi pra onde?
Viu seu marido e seu filho
Partirem na leva um dia...
Mas por que não retornaram
Se tantos sobreviveram?
Onde estão os prisioneiros
Da batalha de Quinteros?
As mulheres que ficaram
Não tinham lenço ou bandeira
Mas muito mais que seus homens
De muitas mortes morreram
Na ponta rubra da lança
Uma tesoura de esquila
Adorna o peito sangrado
De outro Blanco assassinado
E junto ao corpo estendido
Sempre um lenço colorado...
O mesmo lenço encarnado
Que se extraviou em Quinteros
E que reclama em silêncio
A morte dos prisioneiros
Morreram muitos depois
E todos de igual maneira
E viram um lenço rubro
Ao lado da esquiladeira
E – sempre - em seus enterros
A mesma mulher de negro
NAS TRAMAS DO MAGO
(letra|: Álvaro Barcelos / Música: Paulo Timm)
“Circulo entre as histórias, ambientes, personagens.
Revisito os lugares, experimento viagens.
E me toma pela mão, o amigo, o mestre, o mago.
E atravessamos fronteiras e paisagens desses pagos.
No ardor e no vaivém que compõem suas tramas,
cruzam heróis e vilões, homem, mulher, fomes, camas...”
Don Sejanes nos acena,
Tropeçando em sua sina
Tristemente vai Braulina.
Nas lonjuras mais distantes,
No pampa do esquecimento,
A viúva de Quinteros
É um fantasma em seu tormento.
No silêncio das paragens
Vai Tamara de olhar gris.
E o papa desde Melo
Vai percorrendo o país.
Por aqui, cada rincão
É uma colagem do mundo,
Onde cabem prostitutas,
Estancieiros e vagabundos.
Cabem guerras e denúncias,
Adagas e covardias,
Banqueiros e senadores,
Amores, melancolias.
E os guris com bergamotas
Nos beirais dessas estradas
Já nem pensam no vazio
Dessas planuras do nada.
Ao longe cruzam os loucos,
Os errantes, os caudilhos
Soam apitos de trens
Que já andam noutros trilhos.
Eis que então me indica o mestre
Que chega ao fim o passeio
Por Rio Branco, Jaguarão
Lugares de onde ele veio
Volta o mestre e anuncia
- Retornemos com as Bandeiras.
Semeia sonhos nas almas
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