Por Nubia
Silveira do Sul21
Depois de
passar por cinco pedágios e pagar mais de R$ 40,00, chega-se a
Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. Cidade tombada pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com
povoamento datado do início do século XIX, é um ótimo destino de
fim de semana ou ponto de passagem para quem pretende ir até
Montevidéu. Jaguarão fica equidistante das capitais gaúcha e
uruguaia, a exatos 380 quilômetros de cada uma. E é o caminho mais
curto entre elas.
Pequena,
simpática, acolhedora, banhada pelo rio que lhe dá o nome, Jaguarão
conquista o visitante. É com prazer que se caminha por suas
ruas de paralelepípedos, admirando o casario construído no século
XIX e início do XX. A maioria das casas é baixa, com fachadas
trabalhadas, janelas recortadas e, no alto, a reprodução de alguma
figura. A rua 15 de Novembro é famosa pelas casas e pelo Museu Dr.
Carlos Barbosa, que por si só justifica uma ida a Jaguarão.
Quem passa
para o país vizinho conhece outra obra de arte da cidade: a ponte
internacional Barão de Mauá, que liga Jaguarão à uruguaia Rio
Branco. Construída entre 1927 e 1930, é reconhecida como patrimônio
cultural do Mercosul, tendo sido tombada pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ponte de 2.113 metros
(340m sobre o rio Jaguarão) tem 12 metros de largura. Sobre ela
ainda estão os trilhos que ligariam Brasil e Uruguai por via férrea.
Museu–
Próximo do Museu Carlos Barbosa estão as casas que chamam a atenção
por suas portas e janelas trabalhadas. Há construções em que a
entrada tem de duas a três portas em sequência. O mais importante,
porém, da rua 15 de Novembro é o Museu, que foi residência do
ex-governador do Rio Grande do Sul. Um atestado de inteligência,
consciência e responsabilidade da família. A viúva de Carlos
Barbosa, dona Carolina Cardoso de Brum, determinou que a casa fosse
preservada. O desejo foi cumprido por sua filha Eudóxia
Barbosa de Lara Palmeiro, que a transformou em museu, em 1975, e
destinou os bens da família para uma Fundação, responsável pela
conservação do local. O objetivo é manter o prédio como foi
construído. O verbo restaurar não faz parte do vocabulário da
fundação.
O
casarão foi construído em 1886 por Martinho de Oliveira Braga, que
presenteou a família com pinturas na entrada da residência
representando os setores da economia gaúcha. No interior estão
totalmente preservados os móveis, a louça, os lustres e os
biscuits.
É interessante ver funcionando as
primeiras lâmpadas que chegaram a Jaguarão e foram instaladas na
casa de Carlos Barbosa, filho de Pelotas, que governou o estado de
1908 a 1913. Foi ele que deu início à construção do Palácio
Piratini.
Ali também está o primeiro
telefone que a cidade conheceu. Ele foi colocado na casa do então
presidente do Rio Grande do Sul para facilitar a sua comunicação.
Outra particularidade: a família
foi uma das primeiras a ter banheiro dentro de casa. Ali está a
banheira que mandaram construir. O autor – o nome se perdeu no
tempo – acreditava que tomar banho todos os dias era prejudicial à
saúde e poderia até matar. Por isso, esculpiu nas bordas alças
usadas em caixões mortuários.
Passadiço – Construída em
formato de U, a casa tem um passadiço largo, todo envidraçado, que
separa a parte principal da residência do jardim. Esse passadiço
ajuda a iluminar e ventilar a casa, dividindo-a em cômodos de
inverno e de verão. Neste corredor estão as máquinas de costura
usadas por dona Carolina e suas filhas.
No bem cuidado jardim, encontra-se
uma cisterna, pronta para recolher a água da chuva e abastecer a
casa.
Teatro – No centro de
Jaguarão, a restauração do Teatro Esperança está chegando ao
fim. De acordo com as explicações colocadas nos tapumes que rodeiam
o teatro, as obras começaram em 2010 e deverão estar concluídas em
2014.
O prédio foi tombado pelo IPHAE em
1990 e pelo IPHAN em 2011. O Esperança que costumava receber
companhias de teatro vindas dos países do Prata, se prepara para
voltar a ser palco de grandes espetáculos.
Jaguarão recebe bem o visitante e
tem o que mostrar. Aproveite um fim de semana, siga pela 116 até a
entrada de Rio Grande. Não dobre à esquerda. Siga reto. E aproveite
para conhecer um pouco da história rio-grandense.
Fonte: http://www.sul21.com.br
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