Em
prosseguimento à Mostra que Celebra o Cinema Brasileiro, o Cineclube
Jaguarão apresenta nesta quinta-feira, 23, na Casa de Cultura, o
filme “Estômago”.
Com título que a primeira vista mais parece se referir a um documentário científico do que a uma ficção, "Estômago" é uma co-produção Brasil-Itália que traz num roteiro bem amarrado a história de Raimundo Nonato, talentosamente interpretado pelo ator baiano João Miguel (Cinema, Aspirinas e Urubus, O Céu de Suely). O personagem é um nordestino pacato que, sem nenhum tostão, vai tentar a vida numa metrópole qualquer do sul do Brasil e lá, por questão de necessidade, acaba descobrindo e dominando como ninguém a arte de cozinhar. Sua saga na cidade é iniciada num boteco velho (onde aprende a preparar coxinhas), passa por um requintado restaurante italiano e termina, inusitadamente, na cadeia.
Com
dois tempos narrativos paralelos que se encontram ao final da
história, o filme vai apresentando sutilmente a adaptação de
Nonato à vida urbana e à cela do presídio onde foi parar. No
fundo, tais ambientes acabam funcionando como cenário para uma
reflexão, no mínimo, incomum: a de que o ofício da cozinha
(entenda-se o da boa cozinha), à semelhança da arte, pode se
mostrar um verdadeiro instrumento de poder na conquista de espaço,
prestígio, e quem sabe até da "alma gêmea".
O
filme foi lançado em 2007 e é o primeiro longa do diretor Marcos
Jorge, experiente em curtas e publicidade, mas pouco conhecido na
cena nacional. Inspirada no conto "Presos pelo Estômago"
(do livro "Pólvora, Gorgonzola e Alecrim"), de Lusa
Silvestre, a fita já carrega prêmios e elogios em festivais no
Brasil e exterior. Vale dá uma conferida principalmente pela ótima
e divertida atuação de Marcos Jorge, e pela trilha sonora leve e
bonita, que, também um valioso elemento narrativo, enriquece a
história como um tempero a mais a sobressair naquele prato predileto
e bem servido.
Estômago
Quinta-feira,
23 de agosto, 20 horas, na Casa de Cultura de Jaguarão.
Entrada
Gratuita
Fonte: http://www.projetolanterninha.com.br texto de Sidnei Matos
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