“Jaguarão deixou de ser uma
exportadora para ser uma importadora de talentos”. Esta afirmativa foi pronunciada por Naldyn Mesquita, estudante universitário oriundo do Rio de
Janeiro, num debate promovido para discutir o papel da juventude em nossa cidade,
referindo-se ao fluxo de estudantes e docentes para cá.
Uma das responsáveis
por modificar a fisionomia deste município com a sua presença, a
Universidade também realiza o sonho de muitos jaguarenses que não tinham
possibilidades de fazer um Curso Superior. Quando caminhamos pela periferia,
podemos perceber várias faixas comemorativas, pais de famílias modestas
festejando a entrada de seus filhos na Unipampa. Mesmo sabendo dos avanços que
ainda necessitam ser implementados (formação, melhoria do salário dos
educadores) não há como negar a importância da expansão do ensino público em
nível superior e técnico nos últimos 10 anos. Na nossa cidade, pode-se dizer
que a importação de talentos também ocorre intramuros, isto é, gente com
potencial que é incluído num espaço de oportunidades profissionais e de
ascensão social por meio da educação pública e gratuita.
E as importações não param por aí. Em conversa com o
engenheiro Dionísio Colvara soubemos que sua construtora, que efetua a
pavimentação de várias ruas da cidade, teve de contratar no Capão do Leão,
especialista em calçamento com bloquetes, o qual está ensinando a vários
trabalhadores daqui a sua técnica. A mesma empresa também importou de Santa
Catarina uma fábrica de bloquetes e meios-fios de cimento que está a funcionar
em dupla jornada, empregando 11 funcionários.
Nas obras do Centro de Interpretação do Pampa e do Teatro Esperança há
vagas para carpinteiros e pedreiros oferecendo mais postos de trabalho. A
demanda por profissionais da área da construção tem sido tanta que a importação
de mão de obra deverá ser inevitável..
Nas artes, a importação de talentos também contribui para
a evolução. A presença entre nós do renomado Maestro uruguaio Juan Schellemberg
na formação da Orquestra Municipal e
renovação do Coral Jorge Pagliani, o trabalho da professora Tamara Chiz
com o Grupo de Dança dos alunos da APAE e na música popular, Hélio Ramirez, que
poucos sabem ter nascido no Rio de Janeiro e que já está preparando seu novo CD
a ser lançado na IV Feira Binacional do Livro. O Hélio é um verdadeiro cronista
da cidade e um estudioso da sua história. A canção Os Fortins de Jaguarão
deverá ser o Carro-chefe do novo trabalho.
Gostaríamos, se houvesse espaço, de citar todas as
pessoas, e são tantas, talentos importados que abraçaram Jaguarão e estão
contribuindo com seu progresso. Fica a nossa satisfação em comprovar que esta
cidade, em sua nova fase, transforma-se em polo de desenvolvimento para a
região.
Jorge Passos
Texto publicado na Coluna Gente Fronteiriça do Jornal Meridional do dia 09/08/2012
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