Passando
a Ilha de Atlântida, lá perto das cachoeiras douradas pelo sol brando de
primavera, está Campos Elísios. Uma terra nascida para os aventureiros e
dignitários filhos das luzes, frequentada por estes para o deleite duma sombra
fresca de figueiras centenárias. Lá nesta terra não se fala dos medos, das
mortes, das mentes infestadas de corrupção e distantes da prática do amor fraterno.
As crianças dormem no colo de seus pais amorosos. Os velhos contam histórias na
roda de chimarrão. Os adultos trabalham seis horas por dia somente naquilo que
os fazem perceber a alegria de viver e servir o próximo.
Como é bom andar pelas ruas de Campos Elísios! Suas alamedas cravejadas de
árvores frutíferas de todas as espécies encontradas na natureza. Calçadas
largas onde os passantes encontram bancos limpos com prateleiras dos livros
mais importantes, do tempo em que Ana Boéssio ensinava a Poética com todo o
brilho e avidez da boa educação, tempo dos literatos ocupados pela evolução da
alma humana, ao ponto de morrerem felizes diante das penas úmidas de
encantamento literário.
Nesta cidade limpa e organizada, Pasárgada é piada! Ninguém quer ir embora não!
Tudo prospera! Tudo se partilha! Tudo se renova e cresce para nunca mais desaparecer.
Curioso é ver o trânsito desta cidadela: os carros feitos de algodão movidos a
ar quente vindouro de traz das cachoeiras douradas perfumam de aroma de chuva todas
as ruas por onde passam. Ninguém corre! Todos se comunicam no tempo certo, na
hora certa.
Religiões, partidos, disputas eleitorais... Ah não! Foram abolidas! Em Campos
Elísios Deus mora na praça e janta todos os dias com seus moradores! Os
dirigentes da cidade são todos os vizinhos de Deus! Amam e são amados. Ninguém
precisa “desocupar-se” para poder “ocupar-se do bem comum”.
Para chegar a Campos Elísios, é preciso sonhar! Pegue o primeiro trem da
felicidade de fazer o bem sem querer recompensas e chegarás a ela!
Deslumbra-te! Aproveita! Pois farás a maior experiência humana possível e já
não será utopia aquilo que verás com teus próprios olhos curiosos.
Magnus Patrón Sória
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