Foto Fernanda Cassel
Trabalhos nas ruínas do prédio de 1883,
realizados por arqueólogos,
devem se estender até 4 de fevereiro
Azulejos, uma lixeira hospitalar e outros elementos arquitetônicos foram encontrados nas ruínas da Enfermaria Militar de Jaguarão, construída em 1883. As peças e estruturas da edificação resultam da limpeza e escavação do material arqueológico na área da antiga enfermaria. O trabalho foi iniciado no dia 4 de janeiro pelo Instituto de Memória e Patrimônio de Pelotas, por meio dos arqueólogos Fábio Cerqueira, Luciana Peixoto e equipe. A profundidade da escavação é de 80 centímetros. A iniciativa visa encontrar vestígios que ajudem no resgate da história do prédio e da cidade, que faz fronteira com o Uruguai. A conclusão da operação está prevista para 4 de fevereiro.
Outra atividade em andamento, que faz parte dessa investigação, é a realização de entrevistas. Até agora foram ouvidas 15 pessoas que contribuíram no esclarecimento da memória da Enfermaria. Algumas conversas são informais, de pedestres que transitam no local e acabam revelando dados interessantes, e outras são feitas por meio de agendamento. De acordo com o arqueólogo Cerqueira, os entrevistados conheceram ou vivenciaram as várias fases da edificação, antes e após sua depredação.
Além dessas iniciativas, foram realizadas ações de educação patrimonial com os professores da rede municipal. O objetivo é que eles atuem como multiplicadores, dando visibilidade ao projeto de resgate histórico e à cultura arqueológica. Também foi organizada uma exposição sobre as ruínas da Enfermaria na Casa de Cultura de Jaguarão.
O prefeito Cláudio Martins diz que o trabalho, financiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é muito importante para a recuperação da memória da comunidade e se constitui em um passo importante para a execução do Centro de Interpretação do Pampa nas ruínas da Enfermaria. "Esse trabalho contribui também com a economia do município, já que são gerados alguns empregos temporários e, além disso, a equipe, composta por dez pessoas, usufrui dos serviços de hospedagem e de alimentação locais", completa o prefeito.
Para essa etapa da escavação foram investidos R$ 157 mil, financiados pelo Iphan. As ruínas da Enfermaria Militar são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul. O custo para implantar o Centro de Interpretação do Pampa é de R$ 7 milhões, também com recursos vindos do instituto nacional. A finalidade principal do centro é ter um espaço de arquitetura e tecnologia contemporâneas, onde todos possam usufruir e se beneficiar de experiências de cultura e entretenimento. Será também um local para pesquisa acadêmico-científica e para arquivo de registros históricos.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/
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