Prefeito Cláudio Martins na assinatura do Contrato de Restauração do Teatro Esperança |
Um
rico laboratório de experiências alquímicas. Palavras emocionadas
do “Poeta de los Churros”, Darío Garcia, após participar na
última sexta-feira do Poesia no Bar no Clube 24 de Agosto
e que reuniu estudantes da Unipampa, professores, poetas, músicos,
Vídeoamadores, coral, orquestra, maestros, gente da comunidade,
inclusive com o Mestre Vado na tela. O evento fazia parte
da Semana do Audiovisual que agitou nossa fronteira Jaguarão- Rio
Branco de 12 a 17 de junho. Alquimia, busca da pedra filosofal,
transformação de pedras em ouro, metáfora da transformação dos
elementos em busca da sabedoria.
Na
mesma noite de sexta, um pouco antes, outro ato de significado
profundo acontecia no foyer do Teatro Esperança. A assinatura do
contrato por parte da prefeitura e do Iphan com a Empresa Marsou
Engenharia para a segunda e última etapa de restauro do prédio
histórico que abrigou e abrigará variada manifestação cultural.
Aos nossos leitores, que não puderam estar presentes, registramos um
pouco do que foi dito nos importantes pronunciamentos que se
realizaram.
Deputado Henrique Fontana ao lado do Prefeito Cláudio Martins, equipe da Secult e escritor Eduardo Alvares de Souza do IHGJ |
O
Deputado Federal Henrique Fontana, que não é desta região, mas com
ela está compromissado, haja vista os vários projetos favorecendo
nossa cidade em que atuou como articulador em Brasília, disse que
devíamos o momento, à força e determinação do povo brasileiro ,
que vem construindo ao longo de gerações um país rico e pujante e
que isto tornou possível a recuperação de um pedaço fundamental
da história de Jaguarão. Segundo ele, o Teatro Esperança, será
sem dúvida um atrativo para que muitos gaúchos e brasileiros
conheçam e se afeiçoem a este chão. Falou ainda sobre a política
como exercício da virtude, espaço de dedicação ao bem comum,
representação efetiva da vontade popular.
Ao centro, arquiteta Ana Meira, Superintendente do IPHAN com equipe da Secult |
A
arquiteta Ana Lúcia Meira, superintendente do IPHAN no Rio Grande do
Sul, começou seu pronunciamento agradecendo o povo de Jaguarão por
preservar esse fabuloso legado, com o esforço que há muitas décadas
vem fazendo para manter aqui o maior centro histórico do Sul do
Brasil. Testemunhou ainda, depoimentos de várias pessoas que vieram
de Brasília, notando como a cidade está bem cuidada, de como os
jaguarenses falam com orgulho do patrimônio que aqui tem. Adiantou
que o Dnit já finalizou o projeto de restauração da Ponte Mauá, o
qual deve ser licitado proximamente. Assinalou também que manteve
tratativas com o Setor de Patrimônio do
Uruguay na possibilidade de reativar a ferrovia, mesmo
que simbolicamente, com uma locomotiva fazendo a ligação entre
os dois países num passeio turístico. Sobre o Teatro Esperança,
disse que não se confunda reforma com restauração. Esta é mais
séria, exige maior cuidado, mais mão de obra especializada. Exige a
recomposição, onde possível, tal qual o original. Os recursos
investidos na obra se justificam pelo valor incalculável do teatro.
Foyer do teatro Esperança ficou lotado para presenciar o Ato |
Dificilmente
se encontrará em um município pequeno, de 28 mil habitantes, em
proporção a seu orçamento, tantos recursos de investimento por
parte do Iphan. Assim iniciou sua fala o Prefeito Cláudio Martins,
agradecendo a arquiteta Ana Meira e sua equipe, que tanto tem feito
pela história de Jaguarão. Ressaltou a alegria em ver presente ao
ato, absoluta pluralidade partidária, pessoas que compreenderam o
momento histórico e a contribuição, que tantos deram antes, para
que o objetivo fosse atingido. Citou o ex Prefeito Henrique Knorr e
sua secretária de Cultura Carmem Lúcia Passos que coordenaram o
processo de municipalização do Teatro, a presidente do CDL, Maria
Emma Lipollis pela parceria na discussão do patrimônio cultural
como vetor de desenvolvimento na região, pioneirismo quase
quixotesco do Valdo Nunes com o Projeto Jaguar, equipe de governo
pela elaboração e acompanhamento de projetos, a sociedade em sua
pluralidade, que vem acreditando e pavimentando a construção deste
sonho, gestando um futuro seguro para a cidade de Jaguarão.
Informou ainda, que nos próximos dias o Correio lançará uma série de selos
comemorativos aos 200 anos da cidade, com estampas dos prédios
tombados, divulgando nosso patrimônio por todo o Brasil. Expressou a
importância de valorizar o patrimônio da Comunidade quilombola, do
braço negro e escravo que ajudou a construir e a manter a riqueza,
das obras de infraestrutura que contemplem os mais necessitados.
Finalizou dizendo que, mais que um contrato a assinar, aquele era um
ato de compartilhamento com toda a sociedade de um compromisso selado
pela valorização do patrimônio cultural na história de Jaguarão
e região.
Don Quijote de La Mancha, Peça encenada em 2001 e 2002 no Esperança |
A
restauração do Teatro Esperança nos colocará um desafio. Encher
aquele corpo renovado de alma, de fazer teatro, de incentivar a
formação de grupos amadores. A Unipampa, seus alunos, o Curso de
Produção Cultural, os agentes culturais, terão parte importante
nisso. Volto ao poeta para encerrar com suas palavras:
interessantíssimo amalgama cultural está a gestar-se nesta cidade!
Jorge Passos
Texto publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 20/06/2012
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