O projeto binacional da Lagoa Mirim Brasil-Uruguay, põe em perigo riquezas e maravilhas da lagoa, um dos maiores ecossistemas do cone sul. A Lagoa mirim permaneceu incólume à devastação durante dois séculos, porque os matos nativos que foram destruídos durante o século passado e inicio deste, para extração de lenha e carvão, parecem ter se recuperado quase que totalmente. Assim, a lagoa ficou em total esquecimento, após o término da navegação comercial, por volta dos anos 60, quando foram apagados o farol e faroletes definitivamente.
Com a construção de barragens nas cabeceiras dos rios que são responsáveis pelas inundações periódicas e fazem dessa região uma grande planície alagada, o resultado seria a destruição de refúgios onde vivem hoje centenas de espécies de animais e plantas.
A Lagoa Mirim age como uma esponja, retendo as águas e os sedimentos que descem lá dos Cerros de Piratini, do Herval, de Vichadero ou del Vigia, enfim de uma grande bacia hidrográfica, canalizada da vida selvagem. Animais que em outras regiões correm o risco de extinção aqui vivem num estado de preservação tão primitivo, em determinados lugares, que é como a civilização humana não existisse. A base de toda a cadeia biológica da lagoa são os peixes, que servem de comida para inúmeras espécies de aves e mamíferos. Existe um excesso de pescadores profissionais na Lagoa Mirim que muitas vezes não obedecem as normas estabelecidas para a bitola das malhas. ( 100 mm para rio, 80 mm para a lagoa) . E para rematar, muitas vezes, nos meses de verão, quando escasseia o peixe na Lagoa dos Patos, os pescadores de lá, principalmente os do Arroio Sujo, invadem a Mirim, com enorme aparelhagem de pesca, espalhando por toda a lagoa quilômetros e quilômetros de redes, muitas vezes de malha fina, que varrem a lagoa em poucos dias, levando toneladas de peixes de todas as espécies e tamanho.
Qualquer obra que venha a alterar o regime hídrico da Lagoa Mirim poderá causar um impacto ambiental, não só na Mirim, como também no Banhado do Taím, ocasionando um desastre ecológico de conseqüências imprevisíveis. A Lagoa Mirim deve ser transformada num “Santuário Ecológico”, onde haja uma infra- estrutura capaz de fazer uma fiscalização rigorosa sobre a pesca e proteção do meio-ambiente.
Trechos do Livro “Lagoa Mirim, um paraíso ecológico” de Décio Vaz Emydio.
Editora: Livraria Mundial
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