Geralmente eram (e ainda são) partidas acirradas entre a gurizada e os veteranos, entre uruguaios y brasileros, entre los de la frontera contra los de Melo.
Não havia, sinceramente, uma técnica muito apurada dos jogadores, apesar de alguns craques do passado, de vez enquando, realizarem alguns lances de efeito e algum guri atrevido sair driblando todo mundo.
Quando a coisa esquentava demais, o dono do campinho acabava com a brincadeira tirando as traves e íamos tomar aquela Patricia gelada e fazer um asadito de tira.
Pois o que aqui se conta em versos é, numa dessas jornadas, a epopéia de um veterano, na decisão por penaltis de um jogo encruado. Como voces sabem , a penalidade máxima sempre coloca o batedor entre a glória e o abismo. Vejam qual o seu destino:
A Epopéia de um Veterano
Teve uma vez na lagoa
Num jogo dito imperdível
Digo, 'perdível' parceiros
Que um grande companheiro
Talvez por sua qualidade
Foi bater penalidade
Contra um medroso goleiro
Como se fosse o Romário
Com classe, tarimba e jeito
E corre pro tiro fatal...
Vai ser gol... ele é letal...
E estava tudo perfeito
Não tinha um outro final
Mas um piá sem piedade
Sem compreender o paisano
Berra, assim, nesse momento
'Vai errar o veterano' !
A vida tem dessa, hermano
Quando seu pé deu na bola
Parece que tinha cola
No couro da sua chuteira
Pifou, pinchou, e a matreira
Quase nem chega na meta!
A platéia assim... pateta
Estancou toda a lagoa
E o goleiro rindo à toa
Com a pelota na mão
E o coitado do compadre
Que nem ajudá-lo pude
Gemendo: "alguém me acude
Que me deu uma distensão!"
Martim César Gonçalves
PS: Depois dessa abandonei a prática do esporte bretão e tenho me dedicado à navegação, natação, ao xadrez e alguma que outra atividade física menos invasiva!
J. Passos
Um comentário:
Isso é uma maravilha!
Um prazer grande encontrá-los por aqui guris.
De certa maneira, voltei à minha infância.
Forte abraço!
Fernando Soares (ex-colosso)
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