quarta-feira, 1 de setembro de 2010

TRASTE



Fui caminhar.
Fotografar para a Confraria.
Encontrei esta escada abandonada ao lado do caminho.
Registrei.
Isto pode dar poesia...pensei.
Analisemo-la.
Essas madeiras menores, que não são nobres,
em sentido transversal as duas , maiores,
em forma longitudinal.
Como se chamam mesmo?
Lances, degraus?
Tem seis.
Nada demais.
Quem sabe, poderíamos encontrar-lhe
algum grande destino outrora,
Que alcance nossos patamares poéticos?
Foi utilizada para impulsionar guerreiros sobre altas torres,
Serviu para retirar da cruz o nazareno
Ou ainda,
Para levar um amante à janela da amada!
Mas é tão pequena a coitada!
Para algo menor então servirá?
Alguém a trepou para
Lá na curva da estrada
Colher um pé de araçá
Que havia lá!
Lindo versejar! E rimou.
Mas pra colher araçá não precisa escada!
Ainda resta:
Uma escada,
Começando do nada
indo pro nada!
Mas isso já foi dito! É cópia deslavada!
È só uma ferramenta de obra. Operária.
Operário em construção.
Mas ele ultimamente anda melhor.
Ela não.
Se fosse no sul, daria um bom inicio de fogo na lareira.
Mas aqui, na capital do País, quem quer? Neste calorão!
Rendo-me. Fiz o que pude.
Não me condenem pela falta de sensibilidade.
Tentei mais um lugar comum
Mas só me veio um Pum!

Jorge Passos

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