Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recebe madeira nobre para restaurar prédio tombado
Diante
de uma carga de 6,675 m³ de Mogno
(Swietenia
macrophylla) serrado,
não há mais o que fazer quanto à proteção da árvore. Virou
madeira. Mas ela, ao menos, pode ganhar um uso tão nobre quanto a
existência do exemplar em si: virar arte.
Nesta
semana, o Ibama do Rio Grande do Sul fez exatamente isso com este
volume de madeira. Entregou o material ao Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para que ela seja usada no
restauro do Teatro Esperança, prédio tombado que data de 13 de
janeiro de 1897, sendo considerado um dos mais antigos do Estado.
Fica na cidade de Jaguarão, a 365 quilômetros de Porto Alegre.
Segundo
João Pessoa Riograndense Moreira Junior, superintendente do Ibama/
RS, o próprio Iphan reconheceu que este tipo de doação é de
fundamental importância para um tipo de obra dessas. Primeiro por
tratar-se de madeira nobre não disponível no mercado para venda.
Segundo, que mesmo que ela fosse encontrada, o valor para essa
aquisição tornaria o restauro economicamente inviável.
Só
para situar, o Teatro Esperança chamava-se originalmente Teatro
Politeama Esperança. Construído sob a influência do estilo
neoclássico, a edificação original contava com um depósito de
carbureto (combustível usado para iluminação) e uma cocheira,
situada junto à fachada dos fundos do teatro. Possuía acomodações
para cerca de mil pessoas, tipo arquibancadas, com conformação
típica de teatro politeama (teatro que oferece grande variedade de
espetáculos, como peças teatrais, cinema e circos).
Está
localizado na Avenida 27 de Janeiro, no centro da cidade de Jaguarão
e constitui importante acervo cultural da Região Sul da fronteira do
Rio Grande do Sul com o Uruguai. Em tempo: a madeira doada será
empregada na segunda fase do projeto que encontra-se em andamento.
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