Feira Binacional do Livro: Interação da Comunidade em Festa Cultural |
O
que diferencia os homens dos demais animais? Expressar-se através da
arte! O ser humano é o único animal que tem a capacidade de
abstrair, de pintar sentimentos, de dançar alegrias, de contar
histórias e de inventá-las.
É
por isso que os direitos culturais são parte integrante dos Direitos
Humanos. É por isso que hoje o acesso aos bens culturais e ao fazer
cultural é tão importante quanto a saúde e a educação. Só
através do acesso às mais diversas expressões, às mais diversas
práticas e saberes culturais é que o ser humano consegue atingir
sua essência.
Através
da cultura nos conhecemos e nos reconhecemos, e todos sabem que só
se ama aquilo que se conhece. Jaguarão é a prova viva desta
experiência. Por meio da valorização da cultura e história de
nosso município, alcançamos o título de Patrimônio Histórico Nacional. Descobrimo-nos como diversos. Hoje temos a clareza da
importância da cultura Afro em nossa cidade. O tombamento do Clube 24 de Agosto, o primeiro clube negro a ser considerado patrimônio do
estado e o reconhecimento da Comunidade Madeira como quilombola são
alguns dos exemplos desta cidade que se descobre multicultural. A
democratização dos espaços e o acesso a bens culturais também é
resultado da garantia deste direito. Hoje a comunidade jaguarense,
pensa, discute, propõe e em breve terá a oportunidade de criar
através do Cineclube e do cineclubismo. Prática essa que nos torna
cada vez mais cidadãos. Cidadãos conscientes do seu direito ao
lazer e ampliação de conhecimentos.
Aos poucos o cineclube tem reconquistado o público para o cinema |
Para
além dessa transformação humana e, portanto social, o investimento
em cultura gera desenvolvimento estrutural e econômico. Eventos como a Feira Binacional do Livro que projetam a cidade no cenário nacional e Internacional, obras como o restauro do Teatro Esperança e o Centro de Interpretação do Pampa (Ruínas da Enfermaria) tem
gerado centenas de empregos, e com certeza gerarão mais, pois
precisaremos de pessoas dando vida a estes espaços.
Investir
e apostar na cultura como eixo da transformação social, é investir
e apostar em uma cidade que se desenvolve com bases sólidas, que
pensa e planeja seu futuro. Que se olha no espelho, se questiona e
caminha firme em direção a um lugar mais justo, com respeito às
diferenças, com inclusão e com espaço para todos. Enfim, um lugar
mais humano.
Maria Fernanda Passos
Sec. Adjunta da Secretaria de Cultura e Turismo
Texto publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 10/05/2012
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