sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Cultura como eixo de transformação social



Feira Binacional do Livro: Interação da Comunidade em Festa Cultural
O que diferencia os homens dos demais animais? Expressar-se através da arte! O ser humano é o único animal que tem a capacidade de abstrair, de pintar sentimentos, de dançar alegrias, de contar histórias e de inventá-las.

É por isso que os direitos culturais são parte integrante dos Direitos Humanos. É por isso que hoje o acesso aos bens culturais e ao fazer cultural é tão importante quanto a saúde e a educação. Só através do acesso às mais diversas expressões, às mais diversas práticas e saberes culturais é que o ser humano consegue atingir sua essência.

Através da cultura nos conhecemos e nos reconhecemos, e todos sabem que só se ama aquilo que se conhece. Jaguarão é a prova viva desta experiência. Por meio da valorização da cultura e história de nosso município, alcançamos o título de Patrimônio Histórico Nacional. Descobrimo-nos como diversos. Hoje temos a clareza da importância da cultura Afro em nossa cidade. O tombamento do Clube 24 de Agosto, o primeiro clube negro a ser considerado patrimônio do estado e o reconhecimento da Comunidade Madeira como quilombola são alguns dos exemplos desta cidade que se descobre multicultural. A democratização dos espaços e o acesso a bens culturais também é resultado da garantia deste direito. Hoje a comunidade jaguarense, pensa, discute, propõe e em breve terá a oportunidade de criar através do Cineclube e do cineclubismo. Prática essa que nos torna cada vez mais cidadãos. Cidadãos conscientes do seu direito ao lazer e ampliação de conhecimentos.


Aos poucos o cineclube tem reconquistado o público para o cinema

Para além dessa transformação humana e, portanto social, o investimento em cultura gera desenvolvimento estrutural e econômico. Eventos como a Feira Binacional do Livro que projetam a cidade no cenário nacional e Internacional,  obras como o restauro do Teatro Esperança e o Centro de Interpretação do Pampa (Ruínas da Enfermaria) tem gerado centenas de empregos, e com certeza gerarão mais, pois precisaremos de pessoas dando vida a estes espaços.

Investir e apostar na cultura como eixo da transformação social, é investir e apostar em uma cidade que se desenvolve com bases sólidas, que pensa e planeja seu futuro. Que se olha no espelho, se questiona e caminha firme em direção a um lugar mais justo, com respeito às diferenças, com inclusão e com espaço para todos. Enfim, um lugar mais humano.


Maria Fernanda Passos
Sec. Adjunta da Secretaria de Cultura e Turismo 

Texto publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional do dia 10/05/2012

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