À caverna com arte em ocre vermelho
Onde se reuniam os Cromagnom
à volta do fogo e da ancestral beberagem
beliscando um picadinho de mamute.
À taberna açoitada pelo vento norte
Onde Stevenson imaginou a Ilha do tesouro,
Um pirata com a garrafa de rum
E um papagaio empoleirado no ombro.
Ao Neri, nas margens do rio,
Onde a caterva do Galileu
Planejou a fracassada
Expedição zoobotãnica pela Lagoa!
Às mesas de um boteco da Lapa,
Tambor do sambista
Batucando a melodia
Do orvalho vem caindo,
Ao brandy servido no Café Tortoni
E que aqueceu as tardes de Borges
Enquanto pensava no punhal
Do homem da esquina Rosada,
Aos bagageiros do Patiño,
Que à espera do trem, e sem saber,
Construíam o cenário do surrealismo!
Ao perneta y su barra callejera
Cantando esta mulher é uma brasa.
Ao bar primevo, caverna fundamental,
Onde a primeira palavra foi dita!
Jorge Passos
Um comentário:
Que lindo!! Salud!! irc.
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