Luiz Osório, o “Barão”, autor da misteriosa Porto sol |
Alcides Gonçalves- Porto Sol
Nesta última quinta-feira, estive na concorrida
sessão de autógrafos do jornalista da Rádio Guaíba, Marcello Campos que estava
lançando, na 57ª. Feira do Livro de Porto Alegre, “Minha Seresta – Vida e Obra
de Alcides Gonçalves”. Na ocasião, tive oportunidade de rever velhas e novas
amizades como Dª. Ema Peña Gonçalves, viúva do biografado; Fernando Rozano e
Lúcia Jahn, editores da obra; Izabel L’Aryan e Ayrton Pimentel, dirigentes do
Sindicato dos Compositores do R.G.S.; os irmãos Guilherme e Gilberto Braga,
antigos cantores do nosso rádio; o pianista Paulo Pinheiro e os escritores Luiz
Arthur Ferrareto (“História do Rádio no Rio Grande do Sul”) e Paulo César
Teixeira (“Darcy Alves – Vida nas Cordas do Violão”).
Através desse último fiquei sabendo que, ao
folhear a obra, se deparou com a letra de uma música incógnita gravada por
Alcides Gonçalves, reconhecendo-a como sendo aquela intitulada “Porto Sol”, de
autoria do seu pai Luiz Osório, o “Barão”, editor do jornal alternativo
“Krônica” desta Capital, falecido em 2008. Paulo César me revelou ainda que era
vizinho de Marcello Campos e que não tinha conhecimento do esforço infrutífero
empreendido nessa pesquisa, concorrendo assim para que permanecesse a aura de
mistério até a publicação de “Minha Seresta...” por uma incrível ironia do
destino.
Em 2008, publiquei no portal “Caros Ouvintes”,
de Florianópolis, três artigos intitulados “Lá se vão 21 anos sem Alcides
Gonçalves” e “A Gravação Misteriosa de Alcides Gonçalves”, relatando todo o
nosso périplo na procura de esclarecimentos, desde a surpreendente descoberta
de uma gravação de Alcides Gonçalves que encontramos em antigas fitas de rolo
do acervo do companheiro de noitadas inesquecíveis – Paulo Antônio Coimbra Bastos
– grande cantor apenas conhecido daqueles mais íntimos, assim evitando o grande
público. Um som impecável na cópia para CD foi obtido pelo técnico Paulo
Roberto, da gravadora ACIT.
Nessa fita constavam as faixas: 1) “Alto da
Bronze” (Plauto Azambuja/Paulo Coelho); 2) “Cidade Baixa” (Alberto do Canto);
3) “Minha Cidade” (Lupicínio Rodrigues); 4) “PORTO SOL” (LUIZ OSÓRIO); 5)
“Porto dos Casais” (Jayme Lubianca); 6) “Praça Quinze” (Alberto do Canto), e 7)
“Correio do Povo” (Alberto do Canto). Com exceção de “Minha Cidade” captada na
voz do próprio Lupi, as demais melodias foram interpretadas por Alcides
Gonçalves. Em contato com Alberto do Canto, prontamente reconheceu as músicas
de sua autoria, apesar de não ter se lembrado da existência dessa fita. Também Jayme
Lubianca ignorava essa gravação de “Porto dos Casais”. E nem mesmo Lupinho
conhecia a melodia original de “Minha Cidade”.
Lupicínio Rodrigues Filho até me contou que fora
procurado pela cantora Naura Elisa para obter a partitura de “Minha Cidade” a fim
de incluí-la no CD que estava gravando. Procurando atender o prometido pelo
velho Lupi, esse seu filho teve de se valer de vários fragmentos da canção
conhecidos por alguns artistas para montar as cifras correspondentes.
Inclusive, o arranjador de Naura, Marco Farias, chegou a declarar que seria bem
mais fácil seguir o original.
Paulo César Teixeira também me falou que só
tinha ouvido a música de Luiz Osório num acetato gravado na própria voz do
“Barão”. Ontém, acabamos trocando figurinhas quando lhe mandei o áudio dessa
“gravação misteriosa” e os textos postados em Caros Ouvintes e ele me repassou
gentilmente uma foto do seu pai da época em que atuava como radialista do
turfe, além de imagens que escaneou das páginas datilografadas com data de 9 de
setembro de 1971 que comprovam plenamente a autoria e o título de “Porto Sol”.
Dessa maneira, podemos encerrar as “árduas investigações” que pareciam não ter
deixado rastro...
José Alberto de Souza
Um comentário:
Muito importante essa publicação no blog da Confraria, de vez que o saudoso Cidoca era casado com Dª. Ema Peña, conterrânea prima da minha dileta Profª. Eni Peña e da Glorinha. Ela esteve ai em Jaguarão
quando do nascimento do filho do casal, o Cidinho recentemente falecido. Além da passagem dos Irmãos Gonçalves por ai na época em que se apresentavam no Prata.
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