São
os rios que constroem pontes
Ruínas
ao longe despertam um estranho animal em nós
Que
se agita para cá e para lá
Fazendo
desta vida uma jaula
Em
passos inseguros o humano atravessa construções
Lá
em baixo junto às aguas o chão se alaga de verde
Mas
o horizonte é largo de azul e branco largo
E
esmaga o peito
Esmaga
o peito qualquer palavra sem fio de ternura
Esmaga
o peito essa palavra mal dita
Entra-nos
pelos olhos dentro até que não se veja mais nada
Nada
senão um golpe forte abrindo a caverna escura que somos sob a pele
Pudéssemos
nós ser alegres
De
certeza que nada disto acontecia
O poeta português Paulo José Miranda esteve presente na III Feira Binacional do Livro participando dos Colóquios da Feira comentando a obra Don Frutos de Aldyr Garcia Schlee conjuntamente com o escritor uruguaio Washington Benavides. Paulo recebeu o Prêmio José Saramago de Literatura em Portugal no ano de 1999 por sua segunda novela. Em Jaguarão participou também do Poesia no Bar. Foi seduzido pela cidade, pelo rio, sua gente.
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