Arte: Laura. Exposição de Oficina de Arte terapia do Capes na Casa de cultura |
Eu gosto muito de
Rock’n’roll, de verdade. Mas tenho um problema, me falta uma certa atitude
Rock’n’roll, um certo porralouquismo( como diria o Cazuza). Não sei ao certo, é
algo que me afasta e ao mesmo tempo me aproxima desse som. É muito mais fácil
ver o Chico Buarque (mestre dos mestres) ali sentado com um copo de whisky ao
seu lado no chão, com um violão dedilhando os acordes que sua boca sussurra e
pensar, eu ao menos posso fingir que faço o mesmo.
Ou ainda ouvir Oswaldo Montenegro cantando metade e achar que aquilo fala de
você, e de todos os você que algum dia você já foi. Deixar o bigode crescer e
tentar não desafinar imitando o Belchior, aquele rapaz latino americano sem
dinheiro no banco, sem parentes importantes e que veio lá do sertão.
Mas e como imitar o Ozzy Osborne? Tudo bem que na maioria das vezes ele não
arrancava a cabeça de morcegos de verdade, mas teve uma vez, e isso faz dele
rock’n’roll, essa única vez, que ele mordeu e arrancou a cabeça de um morcego
de verdade. Como me sentir meio Jimi Hendrix se cada vez que algo pega fogo eu
fico apavorado e pensando em mil maneiras de diminuir as chamas? O Keith
Richards até de sangue já trocou, e, além disso, cheirou as cinzas do próprio
pai. Louco demais, ou melhor, Rock’n’roll demais.
Voltando ao Belchior, o cara lá em cima sem grana e de bigode, meu mal tem tudo
pra ser geográfico. Por força do meu destino de Sul Americano, filho dessa
terra fronteiriça( Fronteiras humanas), prefiro o tango argentino, não que me
atreva a dançar tango, mas prefiro isso do que as cabeças do morcego, as cinzas
do pai, ou ficar tocando fogo nas coisas. Talvez eu seja apegado demais, careta
demais, certinho demais. Ou talvez simplesmente, talvez, eu seja o que me
restou pra ser, sem muitas escolhas, pensando bem eu tenho até medo de morcego.
Ou vai ver sou só um chato, muito jovem pra morrer e velho demais pro Rock’n’roll.
Eu gosto muito de
Rock’n’roll, de verdade. Mas tenho um problema, me falta uma certa atitude
Rock’n’roll, um certo porralouquismo( como diria o Cazuza). Não sei ao certo, é
algo que me afasta e ao mesmo tempo me aproxima desse som. É muito mais fácil
ver o Chico Buarque (mestre dos mestres) ali sentado com um copo de whisky ao
seu lado no chão, com um violão dedilhando os acordes que sua boca sussurra e
pensar, eu ao menos posso fingir que faço o mesmo.
Ou ainda ouvir Oswaldo Montenegro cantando metade e achar que aquilo fala de
você, e de todos os você que algum dia você já foi. Deixar o bigode crescer e
tentar não desafinar imitando o Belchior, aquele rapaz latino americano sem
dinheiro no banco, sem parentes importantes e que veio lá do sertão.
Mas e como imitar o Ozzy Osborne? Tudo bem que na maioria das vezes ele não
arrancava a cabeça de morcegos de verdade, mas teve uma vez, e isso faz dele
rock’n’roll, essa única vez, que ele mordeu e arrancou a cabeça de um morcego
de verdade. Como me sentir meio Jimi Hendrix se cada vez que algo pega fogo eu
fico apavorado e pensando em mil maneiras de diminuir as chamas? O Keith
Richards até de sangue já trocou, e, além disso, cheirou as cinzas do próprio
pai. Louco demais, ou melhor, Rock’n’roll demais.
Voltando ao Belchior, o cara lá em cima sem grana e de bigode, meu mal tem tudo
pra ser geográfico. Por força do meu destino de Sul Americano, filho dessa
terra fronteiriça( Fronteiras humanas), prefiro o tango argentino, não que me
atreva a dançar tango, mas prefiro isso do que as cabeças do morcego, as cinzas
do pai, ou ficar tocando fogo nas coisas. Talvez eu seja apegado demais, careta
demais, certinho demais. Ou talvez simplesmente, talvez, eu seja o que me
restou pra ser, sem muitas escolhas, pensando bem eu tenho até medo de morcego.
Ou vai ver sou só um chato, muito jovem pra morrer e velho demais pro Rock’n’roll.
Nicolás Gonçalves
Texto publicado na Coluna Gente Fronteiriça do jornal Fronteira Meridional do dia 03/08/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário